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Raízen, gigante do agro brasileiro, vai colocar à venda pacote de usinas, em operação de cerca de R$ 1 bilhão

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 05/12/2024 às 13:59
Raízen vende usinas renováveis em pacote de R$ 1 bilhão. Estratégia para reduzir dívidas e focar em etanol de segunda geração.
Raízen vende usinas renováveis em pacote de R$ 1 bilhão. Estratégia para reduzir dívidas e focar em etanol de segunda geração.

A Raízen, maior produtora de etanol e açúcar do Brasil, está vendendo usinas renováveis e ativos não estratégicos em pacote avaliado em R$ 1 bilhão.

A Raízen, uma joint venture entre Cosan e Shell, tem movimentado cifras bilionárias, mas o que realmente está por trás de suas recentes decisões de vender usinas renováveis? A resposta pode surpreender e vai além de simples questões financeiras.

Com bilhões em ativos à venda, a gigante do setor agro parece estar reavaliando suas prioridades e abrindo espaço para novos movimentos no mercado de energia renovável.

De acordo com informações do Jornal Valor Econômico, a Raízen, maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, planeja colocar no mercado um pacote de usinas de geração distribuída, com valor estimado em R$ 1 bilhão.

Essa decisão faz parte de uma estratégia para reduzir o endividamento da companhia e concentrar esforços em seus negócios principais.

O pacote inclui usinas de pequeno porte em fontes renováveis, como energia solar, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e biogás, ativos que integram a divisão Raízen Power, mas que não são considerados estratégicos para o grupo.

Ainda segundo o Valor Econômico, fontes próximas à empresa revelaram que a Raízen nunca teve a intenção de operar diretamente esses ativos.

O objetivo é manter o foco na captação de clientes e na contratação de energia renovável por meio de parceiros operacionais.

Operações bilionárias ao longo de 2024

Durante o ano, a Raízen realizou outras vendas significativas. Um dos destaques foi a negociação de 40 usinas solares com a Brasol, empresa financiada por BlackRock e Siemens.

Esse portfólio somava uma capacidade de geração de 157 MW e incluiu projetos localizados no estado de São Paulo.

Outro marco foi a venda de 31 usinas solares para a Élis Energia, controlada pelo fundo Pátria Investimentos, por R$ 700 milhões.

Embora a Raízen não tenha divulgado o valor de todas as operações, essas transações ilustram a busca da companhia por se desalavancar e otimizar sua atuação no mercado.

A usina Leme e o foco em etanol de segunda geração

Além das usinas renováveis, a Raízen colocou à venda a usina de açúcar e etanol Leme, localizada no interior de São Paulo.

A unidade, que foi adquirida da Biosev, também não está alinhada ao plano estratégico da empresa. Por não possuir capacidade para produzir etanol de segunda geração, principal foco do grupo atualmente, a usina deixou de ser um ativo estratégico.

Essa movimentação confirma que a empresa busca concentrar esforços em tecnologias e operações alinhadas às suas prioridades de longo prazo, como a produção de etanol de segunda geração, um biocombustível mais eficiente e sustentável.

Estratégia de desinvestimento ou reposicionamento?

Embora as vendas de ativos indiquem uma necessidade de reduzir o endividamento, especialistas destacam que a estratégia da Raízen também pode ser vista como um reposicionamento no mercado de energia.

Conforme apurado pelo Valor Econômico, a empresa está apostando em parcerias para operar usinas e manter sua oferta de energia renovável aos clientes sem a necessidade de ser dona de toda a infraestrutura.

A estratégia de “asset light” (negócio leve em ativos) já é utilizada por diversas empresas globais e permite maior flexibilidade operacional e menor comprometimento financeiro.

Como o mercado responde?

Essas mudanças ocorrem em um momento desafiador para o setor de bioenergia no Brasil, com oscilações nos preços do açúcar e do etanol e uma busca constante por inovações tecnológicas.

Os investidores estão atentos aos passos da Raízen, que, apesar de ser uma gigante consolidada, está mostrando disposição para se reinventar.

As vendas bilionárias e o foco em inovação podem garantir a competitividade da empresa no longo prazo, mas também levantam questões sobre os desafios enfrentados atualmente.

O que esperar da Raízen no futuro?

Com os recursos obtidos nas vendas, a expectativa é que a empresa invista ainda mais em projetos de alta tecnologia e sustentável, consolidando sua liderança no setor de energia limpa.

Mas será que essa estratégia de desinvestimento pode comprometer o futuro da Raízen, ou estamos vendo o nascimento de um modelo de negócios mais eficiente e lucrativo? Deixe sua opinião nos comentários e participe da discussão!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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