A Raízen conclui a venda da Usina Continental para o Grupo Colorado em operação milionária que reforça sua estratégia no setor de etanol e reposiciona ativos no agronegócio brasileiro
Em 10 de novembro de 2025, a Raízen anunciou a venda da Usina Continental ao Grupo Colorado por R$ 750 milhões. O movimento representa um marco estratégico no setor sucroenergético brasileiro, reforçando a busca por eficiência e rentabilidade em um mercado altamente competitivo.
Segundo dados do site InfoMoney, a operação inclui ativos, contratos com fornecedores e investimentos em manutenção de entressafra, consolidando-se como uma das maiores transações recentes no agronegócio de cana-de-açúcar e etanol.
Principais detalhes da transação da Raízen
Segundo o comunicado, a operação inclui a usina situada em Colômbia (SP), com capacidade instalada de cerca de 2 milhões de toneladas por safra, além da transferência da cana própria e dos contratos com fornecedores associados à unidade.
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O montante da transação, no valor de R$ 750 milhões, abrange os ativos e os investimentos em manutenção de entressafra, que passarão a ser responsabilidade do comprador. O pagamento será efetuado à vista na data de conclusão da operação, com possibilidade de ajustes usuais.
Com a venda, a Raízen passa a operar 24 unidades industriais, com capacidade total de moagem de aproximadamente 73 milhões de toneladas por safra. Já o Grupo Colorado amplia sua presença no setor, reforçando sua posição como um dos principais players do mercado.
Contexto do setor sucroenergético no Brasil
O Brasil é líder mundial na produção de cana-de-açúcar e ocupa posição de destaque na produção de etanol. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a safra 2024/25 registrou mais de 610 milhões de toneladas de cana processadas, com São Paulo respondendo por mais de 50% desse volume.
- O setor sucroenergético representa cerca de 2% do PIB nacional segundo a UNICA.
- O etanol brasileiro é reconhecido internacionalmente por sua menor emissão de gases de efeito estufa.
- A flexibilidade entre açúcar e biocombustíveis garante maior resiliência frente às oscilações de preços internacionais.
Nesse cenário, a decisão da Raízen reflete uma tendência de otimização de ativos, buscando maior competitividade e foco em unidades com maior escala e eficiência.
Estratégia da Raízen com venda da usina de etanol
A venda da Usina Continental está alinhada à estratégia da Raízen de simplificação das operações e captura de eficiências. O objetivo é concentrar esforços em ativos mais rentáveis, reduzir custos e ampliar a capacidade de geração de valor.
Após a transação, a Raízen reforça sua posição como uma das maiores empresas de energia renovável do mundo.
Além disso, a companhia mantém investimentos em inovação, logística e comercialização de combustíveis, consolidando sua presença em toda a cadeia de valor.
O papel do Grupo Colorado na Usina Continental
O Grupo Colorado, comprador da Usina Continental, é reconhecido por sua atuação sólida no agronegócio. A aquisição fortalece sua capacidade produtiva e amplia sua participação no mercado de açúcar e etanol.
Com a incorporação da unidade, o grupo ganha acesso a contratos com fornecedores e à cana própria da usina, garantindo maior estabilidade no fornecimento de matéria-prima.
A operação ainda depende da aprovação do Cade, que avaliará possíveis impactos concorrenciais. No entanto, especialistas apontam que a transação deve ser aprovada sem grandes restrições, considerando a pulverização do setor.
Do ponto de vista econômico:
- O negócio movimenta R$ 750 milhões em ativos.
- Gera expectativa de maior eficiência operacional para ambas as empresas.
- Reforça a consolidação do setor sucroenergético, com foco em competitividade global.
Perspectivas para o mercado de etanol após a venda
O mercado de etanol no Brasil vive um momento de expansão, impulsionado pela demanda por energias renováveis e pela política de descarbonização. O programa RenovaBio, por exemplo, incentiva a produção de biocombustíveis com menor impacto ambiental.
- Em 2024, o consumo de etanol hidratado cresceu mais de 10% em relação ao ano anterior.
- A exportação de etanol também registrou alta, com destaque para mercados como Estados Unidos e Europa.
Nesse contexto, a venda da Usina Continental ao Grupo Colorado reforça a importância de ativos estratégicos para atender à crescente demanda por biocombustíveis.
Relevância para o futuro do agronegócio
A transação entre Raízen e Grupo Colorado não se limita a um simples repasse de ativos. Ela simboliza uma mudança estrutural no setor, em que empresas buscam maior eficiência e sustentabilidade. Desta forma, o Brasil reafirma sua posição como líder mundial em energia renovável e biocombustíveis.
O negócio fortalece a cadeia produtiva da cana-de-açúcar e do etanol, garantindo competitividade internacional e contribuindo para os objetivos de descarbonização da matriz energética.
A venda da Usina Continental representa um marco para o setor, pois:
- Reforça a tendência de consolidação entre grandes grupos.
- Estimula investimentos em tecnologia e inovação.
- Garante maior previsibilidade para fornecedores e parceiros.
Esse movimento estratégico redefine o cenário do agronegócio de cana-de-açúcar e etanol no Brasil.
Reflexões sobre o impacto da venda realizada pela Raízen
A venda da Usina Continental pela Raízen ao Grupo Colorado por R$ 750 milhões é um marco relevante no setor sucroenergético brasileiro. O desinvestimento estratégico fortalece a posição da Raízen em ativos mais rentáveis e amplia a capacidade produtiva do Grupo Colorado.
O negócio reflete a dinâmica de um setor em constante transformação, impulsionado pela busca por eficiência, sustentabilidade e competitividade global. Para o mercado de etanol, a transação reafirma o papel do Brasil como líder mundial em energia renovável e biocombustíveis.
Em síntese: trata-se de uma operação que redefine o cenário do agronegócio de cana-de-açúcar e etanol no país, com impactos positivos para toda a cadeia produtiva.


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