1. Início
  2. / Economia
  3. / R$ 40 milhões em dois anos: como influencers faturaram alto com jogos promovidos nas redes
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

R$ 40 milhões em dois anos: como influencers faturaram alto com jogos promovidos nas redes

Publicado em 07/08/2025 às 10:52
Apostas e influência: esquema com youtubers e celebridades pode ter movimentado bilhões
Apostas e influência: esquema com youtubers e celebridades pode ter movimentado bilhões
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Operação Desfortuna aponta esquema milionário com ostentação, lavagem de dinheiro e conexão com o crime organizado

A Polícia Civil do Rio revelou que influencers movimentaram cerca de R$ 40 milhões entre 2022 e 2024 com a promoção de cassinos online ilegais, especialmente o popular “Jogo do Tigrinho”. Segundo a Operação Desfortuna, deflagrada nesta quinta-feira (07), a estrutura criminosa que sustenta essa rede de divulgação pode ter movimentado até R$ 4 bilhões, de acordo com relatórios do Coaf. Os alvos usavam as redes para ostentar uma vida de luxo, incompatível com seus rendimentos declarados.

Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão, sendo 23 apenas no estado do Rio de Janeiro. Entre os investigados estão nomes conhecidos da internet como Bia Miranda, Mauricio Martins Junior (Mau Mau) e as irmãs Paola e Paulina de Ataíde. A operação apreendeu carros de luxo, documentos, celulares e armas. O objetivo é desarticular um esquema que usava a influência digital para atrair vítimas para jogos de azar disfarçados de oportunidades.

Como funcionava o esquema dos influencers

De acordo com o delegado Renan Mello, da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), os influenciadores atuavam como garotos-propaganda de cassinos ilegais, recebendo comissões conforme o número de apostas geradas e os prejuízos sofridos pelos seguidores.

As publicações nas redes sociais eram recheadas de promessas irreais de lucros fáceis e “mudança de vida”, atraindo pessoas em situação de vulnerabilidade.

“Quanto mais prejuízo, maior o lucro do influencer”, afirmou o delegado. Para dificultar o rastreio do dinheiro, o grupo utilizava empresas de fachada e operadores financeiros especializados em lavar o capital obtido, caracterizando organização criminosa.

A estrutura incluía agências de marketing, contas laranjas e até conexões com pessoas já investigadas por envolvimento com o crime organizado.

Quem são os alvos da Operação Desfortuna

A lista dos 15 investigados inclui figuras influentes nas redes sociais, como:

  • Bia Miranda, ex-participante de reality show
  • Mauricio Martins Junior (Mau Mau), com mais de 3 milhões de seguidores
  • Nayara Silva Mendes, envolvida em ações de marketing digital
  • As gêmeas Paola e Paulina de Ataíde, conhecidas por conteúdo de lifestyle

Em São Paulo, Mau Mau foi preso em flagrante por posse ilegal de arma. Já Bia Miranda está fora do país e ainda não se manifestou. A polícia ainda aguarda a chegada de dois veículos de luxo um Porsche e uma BMW pertencentes a investigados que não estavam no local durante as ações.

O impacto das redes sociais no esquema

As investigações revelaram que a monetização da influência digital está no centro da estratégia da organização. Usando a linguagem da proximidade e do sucesso pessoal, os influencers convenceram milhares de seguidores a aderir aos jogos, muitos dos quais perdiam grandes quantias acreditando em lucros rápidos.

A atuação digital era reforçada por ostentação de bens de alto valor, como viagens internacionais, carros de luxo e imóveis, tudo mostrado como fruto dos jogos.

A Polícia Civil alerta que o público precisa ficar atento: “Esses cassinos não oferecem chances reais de ganho. A lógica é o prejuízo do jogador gerar lucro para o influenciador”, disse o delegado Mello.

A operação foi coordenada em conjunto com o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) da Polícia Civil, e deve avançar para identificar os responsáveis por manter as plataformas de apostas em funcionamento no país.

Você já viu esse tipo de propaganda nas redes? Acha que os influencers devem ser responsabilizados por promover cassinos ilegais? Deixe sua opinião nos comentários sua experiência pode alertar outras pessoas.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x