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R$ 340 trilhões em jogo: a BlackRock e a revolução nos mercados privados!

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 02/04/2025 às 18:41
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foto/reprodução: (Victor J. Blue/Bloomberg Bloomberg)((Victor J. Blue)
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Larry Fink destaca a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura e a democratização do acesso aos mercados privados

Na carta anual divulgada em 31 de março, Fink, CEO da BlackRock, enfatizou a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura em todo o mundo.

Ele projeta que, até 2040, a demanda global por novos investimentos em infraestrutura poderá alcançar impressionantes US$ 68 trilhões.

Essa quantia representa um dos maiores desafios e oportunidades do setor financeiro atualmente.

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Fink argumenta que se as empresas privadas não estão alocando os recursos necessários, cabe ao mercado financeiro garantir que esses investimentos sejam realizados.

“Estamos à beira de uma oportunidade tão vasta que é quase difícil de entender”, afirma ele. Para que essa oportunidade se concretize, é necessário tornar o mercado de investimentos mais acessível e democrático.

“Os ativos que definirão o futuro, como data centers, portos e redes elétricas, não estão disponíveis para a maioria dos investidores”, lamenta Fink.

A restrição do acesso ao mercado privado

Fink critica a exclusividade do acesso a ativos que são cruciais para o futuro econômico.

Ele observa que muitos dos investimentos necessários para avançar na infraestrutura estão “trancados atrás de muros altos”, acessíveis apenas para grandes investidores e instituições financeiras.

Essa situação se agrava pelo fato de que muitas empresas beneficiadas com esses avanços não estão dispostas a direcionar recursos para a infraestrutura necessária para implementar suas inovações.

O CEO da BlackRock, que gerencia US$ 11,5 trilhões em ativos, ressalta que as restrições ao acesso ao mercado privado estão ligadas à complexidade de risco e à dificuldade de liquidez.

“Nada em finanças é imutável. Os mercados privados não precisam ser tão arriscados”, afirma Fink, enfatizando a necessidade de democratizar os investimentos.

Propostas para democratizar os investimentos

Fink sugere que o capitalismo, embora tenha funcionado, tem beneficiado apenas uma pequena parte da população.

Para reverter isso, ele propõe desbloquear os mercados privados e ampliar o acesso a mais pessoas. “Os mercados, como tudo que os humanos constroem, não são perfeitos. A solução não é abandoná-los, mas expandi-los”, diz ele.

Ele observa que a maioria das empresas americanas com mais de US$ 100 milhões em receita é de capital fechado, uma tendência que se intensifica na União Europeia e no Reino Unido.

Com isso, Fink acredita que é fundamental mudar a lógica que restringe o acesso a investimentos, especialmente para aqueles que não possuem patrimônio ou renda que comprovem um valor mínimo.

Mudanças no foco da BlackRock

Fink menciona que a BlackRock está passando por uma transformação significativa.

A empresa, que historicamente se concentrou em gestão de ativos tradicionais, está agora investindo mais em mercados privados.

Nos últimos 14 meses, a gestora anunciou aquisições importantes, incluindo US$ 12,5 bilhões na Global Infrastructure Partners e US$ 3,3 bilhões na empresa de dados Preqin.

Essas aquisições refletem uma mudança na estratégia de investimentos da BlackRock, com um foco crescente em ativos privados, como infraestrutura e crédito privado.

Fink antecipa que o futuro dos portfólios de investimento deverá se desviar da tradicional equação 60% de ações e 40% de títulos, em direção a uma nova proporção de 50% de ações, 30% de títulos e 20% de ativos privados.

A necessidade de soluções para a crise da aposentadoria

Larry Fink também destaca a urgência de encontrar soluções para a crise de aposentadoria, que ele considera um desafio global.

Ele critica a abordagem atual dos Estados Unidos, que, segundo ele, se concentra em evitar que as pessoas “caiam”, em vez de ajudá-las a “subir” ao longo de suas vidas financeiras.

Ele sugere que a tokenização de ativos pode ser uma solução revolucionária para democratizar os investimentos. “Cada ação, cada título, cada fundo pode ser tokenizado.

Se forem, isso revolucionará o investimento. Os mercados não precisariam fechar”, afirma.

Embora tenha deixado de lado pautas ligadas a ESG e mudanças climáticas em sua carta, Fink continua a enfatizar a importância de desbloquear o potencial dos mercados privados e democratizar as oportunidades de investimentos.

Ele acredita que, ao fazer isso, mais pessoas poderão participar do crescimento econômico que ocorre ao seu redor.

A evolução dos mercados financeiros

A demanda crescente por infraestrutura não é um fenômeno isolado; ela está ligada a uma série de tendências globais, incluindo a urbanização acelerada, a necessidade de modernização das redes elétricas e a transição para fontes de energia mais limpas.

Segundo estudos, a urbanização deve levar mais de 2 bilhões de pessoas a se mudarem para áreas urbanas até 2050, o que exigirá investimentos massivos em infraestrutura para atender a essa nova população.

Além disso, a digitalização da economia está criando uma demanda crescente por data centers.

À medida que mais empresas e consumidores adotam soluções digitais, a necessidade de infraestrutura robusta e escalável torna-se ainda mais crítica.

Fink observa que a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas uma força transformadora que pode impulsionar a economia global.

No entanto, para que isso aconteça, a infraestrutura adequada deve estar em vigor.

O papel das fintechs e inovações financeiras

A democratização dos investimentos também pode ser impulsionada pelo surgimento de fintechs e inovações financeiras.

Essas empresas estão desafiando o status quo, oferecendo soluções que permitem o acesso a mercados anteriormente restritos.

Através de plataformas digitais, pequenos investidores podem agora participar de ofertas públicas e comprar frações de ativos que antes eram inacessíveis.

A tokenização, mencionada por Fink, é um exemplo de como a tecnologia pode transformar a maneira como os investimentos são feitos.

Ao transformar ativos físicos e financeiros em tokens digitais, abre-se um leque de possibilidades para negociação e liquidez, permitindo que um número maior de investidores participe do crescimento econômico.

O futuro da BlackRock e do mercado de investimentos

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foto/reprodução: Michael Nagle

A BlackRock, sob a liderança de Larry Fink, está se posicionando como uma pioneira na transformação do cenário de investimentos.

A empresa não apenas reconhece a importância de se adaptar às novas demandas do mercado, mas também se compromete a liderar iniciativas que promovam a inclusão e a democratização dos mercados privados.

Com um portfólio diversificado e um foco em inovação, a BlackRock está se preparando para enfrentar os desafios do futuro.

Isso inclui não apenas o crescimento em infraestrutura, mas também a adaptação às mudanças que estão moldando a economia global.

Fink é claro ao afirmar que a chave para o sucesso no futuro dos investimentos está em abraçar a diversidade de ativos e expandir as oportunidades para todos os investidores.

Considerações finais

A mensagem de Larry Fink é clara: a BlackRock está se posicionando para liderar a transformação no acesso a investimentos, especialmente em um momento onde a demanda por infraestrutura é crescente.

Com um foco renovado em mercados privados e uma visão de democratização, a empresa espera não apenas colher os benefícios financeiros, mas também contribuir para um futuro econômico mais acessível a todos.

FONTE: EIINVESTIDORESTADÃO

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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