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R$ 2.590 para cada adulto, R$ 1.300 por filho e bônus para recém-nascidos: país vizinho distribui dinheiro do petróleo e corta impostos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 31/08/2025 às 17:31
Guiana distribui riqueza do petróleo com cheques para adultos, bônus a bebês, auxílio a estudantes e cortes de impostos.
Guiana distribui riqueza do petróleo com cheques para adultos, bônus a bebês, auxílio a estudantes e cortes de impostos.
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A Guiana vive um crescimento econômico sem precedentes e decidiu compartilhar parte da riqueza do petróleo com a população, oferecendo pagamentos diretos, bônus para recém-nascidos, auxílio a estudantes e cortes de impostos em bens essenciais.

A Guiana, vizinha do Brasil, começou a repartir parte da renda do petróleo com a população por meio de transferências diretas e redução de impostos.

Desde o fim de 2024, todo cidadão com 18 anos ou mais tem direito a um pagamento único de G$ 100 mil (cerca de R$ 2,59 mil), decisão anunciada pelo presidente Irfaan Ali após o governo abandonar a ideia inicial de pagar G$ 200 mil por domicílio para evitar exclusões de jovens que vivem com os pais.

Pagamentos diretos à população

O benefício por adulto começou a ser distribuído em cheques ainda em 2024 e avançou ao longo de 2025, com cronogramas publicados pelo Ministério das Finanças.

Em 7 de janeiro, o governo informava mais de 90 mil cheques entregues e 302 mil já impressos.

Em 5 de março, a secretaria de Finanças reportou mais de 490 mil cheques distribuídos, e, no fim de maio, autoridades falavam em 578.182 cheques entregues, cerca de 96% do total impresso até então.

A distribuição segue via centros regionais, com verificação de cadastro pelo aplicativo oficial.

Custos e financiamento da medida

Para financiar a medida, o governo reservou dezenas de bilhões de dólares guianenses do orçamento.

Em 26 de maio de 2025, o Parlamento aprovou G$ 3 bilhões adicionais para sustentar a logística da distribuição.

Desse montante, G$ 202,6 milhões foram destinados à impressão de cheques e G$ 342,9 milhões a custos administrativos como transporte, segurança e estrutura dos pontos de entrega.

O Executivo afirma que a opção por cheques impressos acelera o fluxo em regiões remotas.

Bônus de R$ 2,59 mil para recém-nascidos

Em março de 2025, o governo lançou um bônus de G$ 100 mil para cada bebê nascido no país a partir de 1º de janeiro de 2025.

A iniciativa, prevista no Orçamento de 2025, deve contemplar cerca de 17 mil nascimentos por ano e custar G$ 1,3 bilhão anuais.

O Palácio presidencial afirma ter montado um sistema para que a mãe receba o cheque em até uma semana e antes da alta.

Na cerimônia de lançamento, Ali disse que o benefício “não é um privilégio, é um direito” de toda criança guianense.

Auxílio a estudantes de escolas públicas e privadas

Além dos recém-nascidos, famílias com filhos matriculados em escolas públicas e privadas passaram a receber em 2025 o “Because We Care”, hoje fixado em G$ 50 mil por estudante mais G$ 5 mil para uniforme e material.

O valor equivale a cerca de R$ 1,3 mil por criança. A distribuição começou em maio, com meta de alcançar 205 mil alunos ao longo do ano, conforme o Ministério da Educação.

Redução de impostos em bens e serviços essenciais

O pacote social veio acompanhado de isenções e reduções tributárias.

Desde 2020, água e eletricidade passaram a ter alíquota zero de IVA, e a lista de bens essenciais com tratamento favorecido foi ampliada em medidas subsequentes.

As mudanças incluem também alívios a materiais de construção, insumos agrícolas e outros itens básicos.

Crescimento recorde do PIB com o petróleo

A virada fiscal e social ocorre em meio a uma expansão sem precedentes.

Dados do Banco Mundial mostram que o PIB da Guiana saltou de cerca de US$ 4,28 bilhões em 2015 para US$ 24,84 bilhões em 2024 (valores correntes).

Em termos reais, o país cresceu 63,4% em 2022, 33,8% em 2023 e 43,4% em 2024, impulsionado pelo petróleo e pelo avanço do setor não petrolífero.

Salário mínimo e impacto na renda das famílias

No mercado de trabalho, o salário mínimo nacional do setor privado está fixado em G$ 60.147 por mês, valor em vigor desde 1º de julho de 2022.

O governo também anunciou metas para elevar o piso do serviço público e tem aplicado reajustes salariais anuais aos servidores.

As transferências em dinheiro, somadas à revisão tributária, aumentam a renda disponível, mas a oposição e sindicatos cobram convergência entre salários e custo de vida.

Contexto eleitoral e novas promessas

A intensificação dos pagamentos coincide com o calendário eleitoral.

A Guiana realiza eleições gerais em 1º de setembro de 2025, e Irfaan Ali busca um novo mandato.

Na reta final da campanha, ele sinalizou a possibilidade de um novo pagamento de G$ 100 mil ainda no Natal, repetindo a frase “vamos ter um Natal lindo” em comício recente.

Partidos de oposição prometem manter ou ampliar benefícios, ao mesmo tempo em que criticam a gestão do contrato de petróleo e o ritmo de queda do custo de vida.

Projeções otimistas do FMI

A avaliação mais recente do Fundo Monetário Internacional, publicada em maio de 2025, projeta que a economia da Guiana deve crescer em média 14% ao ano nos próximos cinco anos.

O PIB não petrolífero deve manter trajetória robusta graças a investimentos em infraestrutura, diversificação produtiva e políticas de bem-estar.

Para o FMI, as perspectivas seguem “altamente favoráveis”, ainda que a sustentabilidade exija transparência fiscal e disciplina no uso da renda do petróleo.

Desafios para o futuro da Guiana

Enquanto a produção offshore escala, o governo alinha políticas para levar benefícios ao interior e aos bairros de menor renda.

Ainda assim, organizações civis e analistas apontam desafios de execução, riscos inflacionários e gargalos de mão de obra qualificada.

O desenho de transferências via cheques e a ampliação de isenções buscam contornar parte dessas fricções, mas a medição de impacto continuará no centro do debate público conforme novas rodadas de benefícios forem anunciadas.

Diante desse cenário, a estratégia de distribuir dinheiro do petróleo por meio de cheques e reduzir impostos está cumprindo o objetivo de “compartilhar a riqueza” com rapidez ou exigirá ajustes para chegar de forma mais eficiente a quem mais precisa?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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