A Transnordestina avança rapidamente pelo sertão, impulsionando investimentos e mudando o cenário da logística no Nordeste brasileiro. O projeto conecta cidades estratégicas e promete reduzir custos, fortalecer exportações e gerar oportunidades regionais.
Após décadas de indefinição, a Transnordestina – um dos projetos mais emblemáticos do setor logístico brasileiro – deixou para trás a imagem de obra inacabada e avança em ritmo acelerado pelo sertão nordestino.
Com 676 quilômetros já entregues e cerca de 75% da primeira fase concluída, a ferrovia ganha contornos de realidade e promete transformar o cenário logístico e econômico da região.
O empreendimento, que já consumiu investimentos de R$ 1,4 bilhão até julho de 2025, está programado para iniciar operações assistidas ainda este ano, de acordo com informações do Ministério dos Transportes.
-
Banco Central atrasa implementação de funcionalidades do Drex, recua em testes com blockchain e gera críticas sobre perda de protagonismo do Brasil na corrida global do real digital
-
Itaú e Mastercard são levados à Justiça após denúncias de barreiras contra carteiras digitais, disputa expõe guerra bilionária entre bancos tradicionais e fintechs emergentes
-
Dólar pode cair mais no Brasil após cortes de juros do Fed, mas exportadores alertam para perdas bilionárias com valorização excessiva do real
-
Ex-presidente do Banco do BRICS alerta: Brasil pode perder bilhões em investimentos sem diálogo com EUA, maior mercado consumidor do planeta e destino-chave das exportações
Ferrovia do Nordeste impulsiona exportações e conecta regiões
Desenvolvida para conectar Eliseu Martins, no sul do Piauí, ao porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, litoral do Ceará, a Transnordestina possui 1.200 quilômetros de extensão em seu traçado principal.
O objetivo é estratégico: integrar o interior do Nordeste a um dos portos mais modernos do país, facilitando a exportação de grãos, combustíveis e minérios, além de otimizar custos e prazos logísticos.
O percurso corta municípios fundamentais, como Paulistana, Trindade, Salgueiro, Iguatu, Quixadá e Caucaia, além de oferecer acesso direto ao terminal portuário de grande porte.
O projeto foi estruturado para operar trens de carga pesada, adotando bitola larga de 1,60 metro, trilhos soldados continuamente e terminais intermodais, o que eleva a capacidade de transporte e a eficiência operacional.
Transnordestina fortalece o arco norte logístico brasileiro
A ferrovia, considerada peça-chave no chamado arco norte logístico do Brasil, integra os principais corredores de exportação nacionais e responde a uma demanda histórica de escoamento da produção agrícola do Matopiba – fronteira agrícola que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Além disso, a Transnordestina contribui para a consolidação do porto do Pecém como um dos hubs portuários de maior destaque na exportação de commodities para Estados Unidos, Europa e Ásia.
Histórico do projeto e desafios superados
O projeto nasceu nos anos 1990, mas só teve início formal em 2006, quando a Transnordestina Logística S.A. (TLSA) assumiu a concessão.
Inicialmente, previa a ligação entre Eliseu Martins, o porto do Pecém e o porto de Suape, em Pernambuco.
Em 2017, no entanto, o trecho pernambucano foi suspenso por inviabilidade técnica e financeira, concentrando os esforços na chamada “fase um”.
Obstáculos como paralisações, embargos ambientais, revisões contratuais e denúncias de irregularidades financeiras marcaram o histórico da obra, que por anos ficou conhecida como símbolo de desperdício e promessas não cumpridas.
A previsão de entrega mudou sucessivas vezes, passando de 2010 para 2016, depois para 2020, e por muito tempo ficou fora dos planos prioritários de investimento federal.
Reestruturação e retomada das obras da ferrovia
A virada de cenário começou em 2022, quando o projeto passou por reestruturação e ganhou novo cronograma, além de receber recursos adicionais dos setores público e privado.
O empreendimento foi reinserido nos programas federais de infraestrutura, o que permitiu a retomada efetiva dos trabalhos em campo.
Desde então, a ferrovia experimenta seu momento de maior avanço, com frentes de obras ativas e cronogramas cumpridos.
Em julho de 2025, dados oficiais apontam para 676 quilômetros de trilhos concluídos, confirmando a evolução física de 75% da primeira etapa.
Principais trechos e investimentos recentes
Entre os trechos prioritários em execução, destaca-se o lote 8, localizado entre Quixadá e Baturité, no Ceará.
Com 46 quilômetros de extensão e investimento de R$ 1 bilhão provenientes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), essa etapa é essencial para garantir a ligação do interior ao eixo final da ferrovia, viabilizando o fluxo contínuo até a costa.
As obras do lote 8 tiveram início em meados de 2024 e a previsão é de conclusão até dezembro de 2025.
Outro segmento relevante é o lote 11, que conecta Caucaia ao porto do Pecém por meio de 26 quilômetros de trilhos.
A ordem de serviço para este trecho foi assinada em janeiro de 2025, com as obras iniciadas logo no primeiro trimestre do ano e acompanhamento direto do governo do Ceará, que enxerga no projeto uma oportunidade de integração logística regional.
Modernização e tecnologia ferroviária de ponta
O reforço financeiro recente, com o aporte de R$ 1,4 bilhão anunciado em julho de 2025 pelo governo federal, acelerou ainda mais o ritmo das obras.
O investimento, originado do FDNE e de bancos públicos, destina-se exclusivamente à conclusão da primeira fase até 2027, com operação inicial já prevista para trechos consolidados ainda em 2025.
O Ministério dos Transportes confirma que a meta é entregar toda a fase um dentro do novo cronograma.
Do ponto de vista técnico, a ferrovia se destaca pela adoção de trilhos soldados continuamente, tecnologia que minimiza vibrações e desgaste dos trens, assegurando maior durabilidade à infraestrutura e segurança às composições.
A bitola larga, padrão de 1,60 metro, permite o transporte de cargas mais pesadas e com maior estabilidade, ampliando a capacidade para até 30 milhões de toneladas por ano.
A expectativa é que o escoamento agrícola do Matopiba ganhe em competitividade, já que o transporte ferroviário oferece redução estimada de 30% nos custos logísticos, além de encurtar em até 40% a distância percorrida até os portos.
Impactos ambientais e desenvolvimento regional
Segundo técnicos da TLSA, a eficiência do modal ferroviário também traz impactos ambientais positivos.
A substituição do transporte rodoviário por trens contribui para diminuir a emissão de CO2, reduzir acidentes nas estradas e otimizar o uso da malha viária nacional, além de ampliar a eficiência energética do sistema logístico.
Expectativas para a segunda fase e futuro da Transnordestina
O futuro da Transnordestina prevê ainda uma ampliação da malha ferroviária, com a possível antecipação da fase dois, que prevê a retomada de obras para integrar Pernambuco e o porto de Suape ao corredor logístico.
A perspectiva, de acordo com fontes do setor, é de início dos trabalhos até 2027, reforçando o papel da ferrovia na transformação do Nordeste em um polo de exportação moderno e integrado.
Ficou parada nos governos do PT, e o ex-presidente bolsonaro deu seguimento e liberou recursos.
É uma pena que só se fale em transporte de carga. Transporte de passageiros, principalmente das regiões mais pobres do Brasil, que é bom não se comenta nada.
나는 당신의 의견에 전적으로 동의합니다. 훌륭한 관찰입니다. 축하드립니다. 🫵👍
Trabalhei na Ferrovia Transnordestina de 2010 a 2012 . Vi o desenrolar dos trabalhos , mas também vi o descaso com a coisa no modo geral . Realmente a previsão de entrega era 2010 . No entanto , devido inúmeros fatores , a Ferrovia ainda não foi concluída . Agora estão focando mais as atenções no Ceará , enquanto que o trecho que liga Elizeu Martins-PI a Salgueiro-PE está quase esquecido . É uma pena , pois os produtores de soja e milho sonham em um dia terem suas safras escoadas usando a ferrovia . Sem falar nos minérios que serão extraídos de vários pontos do município de Paulistana-PI que trarão royalties , fazendo o município respirar novis ares , crescendo , se desenvolvendo . É uma questão de honra do atual governo concluir a Transnordestina ou pelo menos fazer chegar aos 99 % , já que foi no seu governo que tudo começou . O Nordeste merece uma obra dessa , o Brasil inteiro se beneficia com isso . Há quem figa que os trens acabarão com os trabalhos dos caminhoneiros , porém se enganam . Os trens não entregam nos galpões , nas portas das lojas . Os caminhões , sim . Sigamos ! Estou de olho nos avanços da Ferrovia Transnordestina .
Meu irmãos sempre bosonaro isso e fanatismo e pecado mortal adora bosonaro mas que Deus. Fim dos tempos
sim o PT começa a obra e enrola até o dinheiro acabar e a obra muito menos se não fosse o governo de Bolsonaro terminar várias obras paradas este projeto estaria parado até hoje. quem pensa no povo nordestino. … de verdade?