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R$ 1,4 bilhão e 676 Km prontos: ferrovia finalmente saiu do papel e está mudando o Nordeste

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 04/08/2025 às 12:35
Transnordestina transforma a logística do Nordeste com 676 km de trilhos e R$ 1,4 bilhão em investimentos. Entenda o impacto regional.
Transnordestina transforma a logística do Nordeste com 676 km de trilhos e R$ 1,4 bilhão em investimentos. Entenda o impacto regional.
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A Transnordestina avança rapidamente pelo sertão, impulsionando investimentos e mudando o cenário da logística no Nordeste brasileiro. O projeto conecta cidades estratégicas e promete reduzir custos, fortalecer exportações e gerar oportunidades regionais.

Após décadas de indefinição, a Transnordestina – um dos projetos mais emblemáticos do setor logístico brasileiro – deixou para trás a imagem de obra inacabada e avança em ritmo acelerado pelo sertão nordestino.

Com 676 quilômetros já entregues e cerca de 75% da primeira fase concluída, a ferrovia ganha contornos de realidade e promete transformar o cenário logístico e econômico da região.

O empreendimento, que já consumiu investimentos de R$ 1,4 bilhão até julho de 2025, está programado para iniciar operações assistidas ainda este ano, de acordo com informações do Ministério dos Transportes.

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Ferrovia do Nordeste impulsiona exportações e conecta regiões

Desenvolvida para conectar Eliseu Martins, no sul do Piauí, ao porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, litoral do Ceará, a Transnordestina possui 1.200 quilômetros de extensão em seu traçado principal.

O objetivo é estratégico: integrar o interior do Nordeste a um dos portos mais modernos do país, facilitando a exportação de grãos, combustíveis e minérios, além de otimizar custos e prazos logísticos.

Transnordestina transforma a logística do Nordeste com 676 km de trilhos e R$ 1,4 bilhão em investimentos. Entenda o impacto regional.
Transnordestina transforma a logística do Nordeste com 676 km de trilhos e R$ 1,4 bilhão em investimentos. Entenda o impacto regional.

O percurso corta municípios fundamentais, como Paulistana, Trindade, Salgueiro, Iguatu, Quixadá e Caucaia, além de oferecer acesso direto ao terminal portuário de grande porte.

O projeto foi estruturado para operar trens de carga pesada, adotando bitola larga de 1,60 metro, trilhos soldados continuamente e terminais intermodais, o que eleva a capacidade de transporte e a eficiência operacional.

Transnordestina fortalece o arco norte logístico brasileiro

A ferrovia, considerada peça-chave no chamado arco norte logístico do Brasil, integra os principais corredores de exportação nacionais e responde a uma demanda histórica de escoamento da produção agrícola do Matopiba – fronteira agrícola que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Além disso, a Transnordestina contribui para a consolidação do porto do Pecém como um dos hubs portuários de maior destaque na exportação de commodities para Estados Unidos, Europa e Ásia.

Histórico do projeto e desafios superados

O projeto nasceu nos anos 1990, mas só teve início formal em 2006, quando a Transnordestina Logística S.A. (TLSA) assumiu a concessão.

Inicialmente, previa a ligação entre Eliseu Martins, o porto do Pecém e o porto de Suape, em Pernambuco.

Em 2017, no entanto, o trecho pernambucano foi suspenso por inviabilidade técnica e financeira, concentrando os esforços na chamada “fase um”.

Obstáculos como paralisações, embargos ambientais, revisões contratuais e denúncias de irregularidades financeiras marcaram o histórico da obra, que por anos ficou conhecida como símbolo de desperdício e promessas não cumpridas.

A previsão de entrega mudou sucessivas vezes, passando de 2010 para 2016, depois para 2020, e por muito tempo ficou fora dos planos prioritários de investimento federal.

Reestruturação e retomada das obras da ferrovia

A virada de cenário começou em 2022, quando o projeto passou por reestruturação e ganhou novo cronograma, além de receber recursos adicionais dos setores público e privado.

O empreendimento foi reinserido nos programas federais de infraestrutura, o que permitiu a retomada efetiva dos trabalhos em campo.

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Desde então, a ferrovia experimenta seu momento de maior avanço, com frentes de obras ativas e cronogramas cumpridos.

Em julho de 2025, dados oficiais apontam para 676 quilômetros de trilhos concluídos, confirmando a evolução física de 75% da primeira etapa.

Principais trechos e investimentos recentes

Entre os trechos prioritários em execução, destaca-se o lote 8, localizado entre Quixadá e Baturité, no Ceará.

Com 46 quilômetros de extensão e investimento de R$ 1 bilhão provenientes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), essa etapa é essencial para garantir a ligação do interior ao eixo final da ferrovia, viabilizando o fluxo contínuo até a costa.

As obras do lote 8 tiveram início em meados de 2024 e a previsão é de conclusão até dezembro de 2025.

Outro segmento relevante é o lote 11, que conecta Caucaia ao porto do Pecém por meio de 26 quilômetros de trilhos.

A ordem de serviço para este trecho foi assinada em janeiro de 2025, com as obras iniciadas logo no primeiro trimestre do ano e acompanhamento direto do governo do Ceará, que enxerga no projeto uma oportunidade de integração logística regional.

Modernização e tecnologia ferroviária de ponta

O reforço financeiro recente, com o aporte de R$ 1,4 bilhão anunciado em julho de 2025 pelo governo federal, acelerou ainda mais o ritmo das obras.

O investimento, originado do FDNE e de bancos públicos, destina-se exclusivamente à conclusão da primeira fase até 2027, com operação inicial já prevista para trechos consolidados ainda em 2025.

O Ministério dos Transportes confirma que a meta é entregar toda a fase um dentro do novo cronograma.

Transnordestina transforma a logística do Nordeste com 676 km de trilhos e R$ 1,4 bilhão em investimentos. Entenda o impacto regional.
Transnordestina transforma a logística do Nordeste com 676 km de trilhos e R$ 1,4 bilhão em investimentos. Entenda o impacto regional.

Do ponto de vista técnico, a ferrovia se destaca pela adoção de trilhos soldados continuamente, tecnologia que minimiza vibrações e desgaste dos trens, assegurando maior durabilidade à infraestrutura e segurança às composições.

A bitola larga, padrão de 1,60 metro, permite o transporte de cargas mais pesadas e com maior estabilidade, ampliando a capacidade para até 30 milhões de toneladas por ano.

A expectativa é que o escoamento agrícola do Matopiba ganhe em competitividade, já que o transporte ferroviário oferece redução estimada de 30% nos custos logísticos, além de encurtar em até 40% a distância percorrida até os portos.

Impactos ambientais e desenvolvimento regional

Segundo técnicos da TLSA, a eficiência do modal ferroviário também traz impactos ambientais positivos.

A substituição do transporte rodoviário por trens contribui para diminuir a emissão de CO2, reduzir acidentes nas estradas e otimizar o uso da malha viária nacional, além de ampliar a eficiência energética do sistema logístico.

Expectativas para a segunda fase e futuro da Transnordestina

O futuro da Transnordestina prevê ainda uma ampliação da malha ferroviária, com a possível antecipação da fase dois, que prevê a retomada de obras para integrar Pernambuco e o porto de Suape ao corredor logístico.

A perspectiva, de acordo com fontes do setor, é de início dos trabalhos até 2027, reforçando o papel da ferrovia na transformação do Nordeste em um polo de exportação moderno e integrado.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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