Quem ganha até R$ 12 mil tem direito a auxílio do governo pelo Minha Casa, Minha Vida. Veja como funciona a Faixa 4 e quem pode participar.
O governo federal ampliou o alcance do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para incluir a chamada Faixa 4, destinada a famílias de classe média que ganham até R$ 12 mil mensais. A medida funciona como um auxílio do governo dentro da política de habitação e tem como objetivo facilitar a compra da casa própria em um mercado marcado por juros altos.
Apesar do interesse, os números mostram que a adesão inicial está abaixo do esperado. Segundo informações da Caixa Econômica Federal, desde o lançamento da modalidade, em maio deste ano, foram assinados cerca de 7.000 contratos, apenas 5,8% da meta oficial, que prevê 120 mil moradias.
Como funciona a Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida
A Faixa 4 foi desenhada para atender famílias com renda mensal de até R$ 12 mil interessadas em imóveis de até R$ 500 mil. Entre as condições oferecidas estão:
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- Financiamento em até 420 meses (35 anos);
- Juros fixos de 10% ao ano, abaixo da média de mercado, que chega a 13% ao ano;
- Orçamento de R$ 30 bilhões destinado à faixa, com recursos do Fundo Social do Pré-Sal e da Caixa.
Esse modelo busca tornar o crédito habitacional mais acessível para a classe média, que antes ficava fora do alcance das faixas tradicionais do programa.
Adesão abaixo da meta
Mesmo com as condições diferenciadas, a adesão ainda é considerada baixa. Apenas 7 mil contratos foram formalizados até agora, mas existem mais de 15 mil negociações em andamento e 1 milhão de simulações realizadas.
Os números indicam que o interesse existe, mas há gargalos a serem resolvidos para que o programa atinja todo o seu potencial.
Obstáculos apontados pelo setor
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), um dos principais entraves é a falta de imóveis novos compatíveis com as regras do programa. O setor não estava totalmente preparado para absorver a demanda, mesmo que a medida tenha sido bem recebida inicialmente.
Outro problema é a dificuldade de financiamento para construtoras. Segundo especialistas, sem linhas de crédito atrativas, muitas empresas não conseguem oferecer imóveis a preços competitivos.
Impacto econômico e social
O orçamento disponível de R$ 30 bilhões deve ser totalmente utilizado até o final de 2026, segundo estimativas do governo. A medida é considerada parte de uma política de inclusão social, já que permite que famílias de classe média tenham acesso a condições de financiamento mais favoráveis.
Além de beneficiar diretamente os compradores, a Faixa 4 pode aquecer o setor da construção civil, gerar empregos e estimular a economia.
Quem pode participar
Para ter acesso ao benefício, é preciso atender aos seguintes requisitos:
- Ter renda mensal bruta familiar de até R$ 12 mil;
- Escolher um imóvel no valor máximo de R$ 500 mil;
- Realizar a contratação do financiamento diretamente pela Caixa Econômica Federal.
Não há restrições ligadas à inscrição em cadastros sociais do governo, como ocorre nas faixas de menor renda.
Expectativa para os próximos anos
O governo aposta em ajustes no programa para aumentar a adesão. A expectativa é que, com maior oferta de imóveis compatíveis e melhores condições de crédito para construtoras, o número de contratos cresça de forma significativa em 2025 e 2026.
Segundo especialistas do setor, a iniciativa pode representar uma mudança importante no acesso à moradia no Brasil, atingindo um público que até então dependia apenas das linhas tradicionais de crédito imobiliário.
A Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida amplia o alcance do programa e garante que quem ganha até R$ 12 mil tem direito a auxílio do governo para conquistar a casa própria. Apesar da adesão inicial aquém do esperado, a política tem potencial para beneficiar milhares de famílias e movimentar o mercado imobiliário brasileiro nos próximos anos.