Criado no Brasil em 1980, o “bina” revolucionou a telefonia mundial — mas sua história tem um lado amargo: o inventor perdeu a patente para uma gigante internacional e nunca recebeu os créditos devidos.
Em uma era onde os celulares exibem automaticamente o número de quem liga, muitos não sabem que essa função teve origem em uma invenção brasileira, criada ainda na década de 1980.
O dispositivo ficou conhecido como “bina”, sigla para “B Identifica Número A”, e foi desenvolvido por Nélio José Nicolai, um engenheiro mineiro nascido em Belo Horizonte.
Apesar da relevância da tecnologia, a história do inventor é marcada por uma batalha judicial que durou décadas — e terminou sem reconhecimento justo.
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A criação do “bina” no Brasil
A invenção nasceu da frustração de Nicolai com trotes telefônicos, comuns na época.
Ele era funcionário da Telebrasília (hoje incorporada à Oi) e percebeu que havia uma forma de capturar o número de origem da chamada usando o próprio sinal de linha telefônica.
Em 1980, ele construiu o primeiro protótipo funcional do que chamou de “bina”.
A ideia era simples, mas engenhosa: antes de o telefone tocar, o aparelho captaria o número do originador da chamada.
Isso permitiria saber quem estava ligando antes de atender, algo inédito na telefonia brasileira até então — e posteriormente, no mundo.
Nélio registrou a patente de seu invento no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 1982, sob o número PI 820.6767.
No entanto, o processo de homologação e reconhecimento da patente foi extremamente lento e conturbado, como era comum na época.
Multinacionais entraram na jogada — e a tecnologia se espalhou
Nos anos seguintes, a invenção de Nicolai começou a ser aplicada comercialmente sem o seu consentimento.
Empresas como Siemens, Ericsson e a própria Telemar (atual Oi) passaram a incluir o identificador de chamadas em aparelhos telefônicos, centrais e serviços de assinatura.
Nicolai alegou que essas empresas usaram sua criação sem pagar royalties, o que deu início a uma batalha judicial longa e desgastante.
Ele chegou a entrar com diversas ações de indenização por uso indevido da patente, sustentando que sua invenção havia sido explorada comercialmente sem qualquer retorno financeiro para ele.
O reconhecimento nunca veio — e a Justiça não decidiu a seu favor
Durante mais de 30 anos, Nélio Nicolai lutou para ter sua invenção reconhecida.
Em entrevistas, ele demonstrava indignação com o descaso das autoridades e das empresas que, segundo ele, enriqueceram às suas custas.
A imprensa chegou a apelidá-lo de “pai do bina”, e sua história foi tema de matérias em veículos como Fantástico (TV Globo), O Globo e Estadão.
Contudo, a justiça brasileira nunca deu ganho de causa definitivo ao inventor.
Em 2004, um parecer da Anatel chegou a reconhecer a importância do “bina” e de sua patente, mas isso não resultou em indenização nem reconhecimento formal por parte das empresas.
A patente expirou oficialmente em 2012, sem que Nicolai recebesse os valores que reivindicava. Em 2017, ele faleceu aos 72 anos, sem ter recebido os royalties de sua invenção, que hoje é usada no mundo inteiro.
A tecnologia do “bina” segue viva no mundo moderno
Mesmo com o avanço da telefonia celular e da comunicação digital, o princípio inventado por Nicolai continua sendo utilizado.
O sistema de Caller ID, adotado em quase todos os telefones fixos e celulares do planeta, segue os fundamentos da invenção original do brasileiro.
A ironia é que muitos países atribuem erroneamente a criação do identificador de chamadas a empresas estrangeiras, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, ignorando o pioneirismo nacional.
Uma história brasileira de inovação — e descaso
A história do “bina” é um retrato do Brasil: berço de invenções geniais que muitas vezes não recebem o devido reconhecimento.
O caso de Nélio Nicolai mostra como a burocracia, a negligência institucional e o poder das grandes corporações podem silenciar até mesmo os maiores feitos.
Em meio a um cenário onde tantas startups e inventores brasileiros buscam destaque global, a trajetória de Nicolai deveria servir de lição sobre a importância da proteção à propriedade intelectual e do incentivo à inovação nacional.
O Brasil não valoriza brasileiros,
Fui amigo de Nélio José Nicolai .
Tenho cópia de email dele me chamando de amigo por causa do minha patente requerida MU780 1836 e MU780 1787
” Wipo patentscope buscar Celso Aparecido da Silva
Nélio José Nicolai era meu amigo.
Nélio José Nicolai nunca foi engenheiro,.
Nélio José Nicolai era técnico em telecomunicações tendo estudado em escola técnica em Minas Gerais.
Mesmo só nosso contato sendo por telefone e emails éramos amigos.
A história não é bem essa que conta a matéria.
Quer saber realmente a história?
Meu email celsoapsil@hotmail.com