Valor do petróleo registra queda após possível aumento de produção pela Opep+ e impacto da Rússia no mercado global.
O mercado internacional de petróleo encerrou em forte queda nesta quarta-feira, 03 de setembro de 2025, após relatos de que a Opep+ deve anunciar um novo aumento na produção em sua próxima reunião marcada para domingo, 07 de setembro de 2025.
Os contratos futuros do petróleo bruto recuaram mais de 2%, refletindo a expectativa de maior oferta e a consequente pressão sobre o valor do petróleo.
Na bolsa de Nova York (Nymex), o WTI para outubro caiu 2,47% (US$ 1,62), fechando a US$ 63,97 por barril. Já o Brent para novembro, negociado na ICE de Londres, teve retração de 2,23% (US$ 1,54), cotado a US$ 67,60 por barril.
-
A reviravolta da Marcopolo: como a empresa transforma a frota velha de ônibus do Brasil em um trunfo para mirar o mercado global de elétricos
-
Em uma virada na disputa, a Justiça dos EUA mandou o governo reverter os cortes de mais de US$ 2,6 bilhões em bolsas de pesquisa de Harvard
-
Petróleo da Venezuela reaparece em refinarias dos EUA mas Maduro ‘não ganha nada’: Exportações disparam 27% em agosto a 966 mil bpd enquanto a China ainda leva 85% dos barris
-
Fim do Imposto de Renda proposto por deputada pode causar efeito dominó em FPE e FPM e secar o caixa de Estados e, sobretudo, dos municípios
Opep+ busca recuperar mercado e pressiona preços
De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, a Opep+ pretende ampliar novamente sua produção, numa tentativa de recuperar participação no mercado global de energia.
Esse movimento amplia a percepção de queda no petróleo, já que o excesso de oferta reduz o valor do barril.
Analistas do TD Securities reforçam essa leitura. Segundo o banco, “a reversão implacável dos cortes extraordinários de produção pela Opep será acompanhada por oferta adicional da Guiana e do Brasil, o que, em última análise, aumentará a pressão sobre os preços do petróleo nos próximos meses”.
Rússia segue no centro das tensões geopolíticas
Além da dinâmica de oferta e demanda, fatores políticos também pesam no mercado. A Rússia, membro influente da Opep+, continua no centro das discussões sobre a guerra na Ucrânia.
Líderes europeus mantêm negociações com Kiev, debatendo garantias de segurança e avaliando se o presidente Vladimir Putin está, de fato, disposto a buscar uma solução para o conflito.
Nesta quarta-feira, Putin declarou que está aberto a se encontrar com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, mas condicionou o encontro a ocorrer em Moscou.
O líder russo ainda confirmou que o ex-presidente americano Donald Trump pediu para intermediar a reunião. Apesar disso, Putin questionou se a conversa teria “algum sentido”.
Efeitos das sanções e mercado asiático
As sanções contra Moscou seguem influenciando a comercialização do petróleo russo.
O vice-presidente de petróleo e derivados para a China da Argus, Tom Reed, destacou que o petróleo do tipo Urals, exportado pela Rússia, sofreu mudanças nos preços para China e Índia devido à ameaça de tarifas recíprocas.
Segundo Reed, “isso incentivou empresas chinesas a comprar mais do produto Urals para entrega em outubro.
As empresas indianas interromperam brevemente as compras de Urals, mas voltaram a comprar em meados de agosto, quando ficou claro que as tarifas não estavam, de fato, ligadas às aquisições de petróleo russo.
Isso sugere que o efeito paradoxal da ameaça tarifária foi, na prática, reduzir o custo do petróleo russo para a Índia”.