As vendas de carros da BMW, GM e Toyota estão despencando na China. Entenda os motivos por trás dessa tendência alarmante e como isso pode impactar o mercado automotivo global!
O mercado automobilístico da China passou por uma reviravolta nos últimos anos, impactando profundamente grandes marcas internacionais, como BMW, GM e Toyota. Em agosto, essas gigantes enfrentaram uma queda considerável nas vendas.
Segundo a China Passenger Car Association (CPCA), as marcas internacionais entregaram um total de 480.000 unidades, representando uma queda de 27% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A participação de mercado dessas montadoras também diminuiu drasticamente, caindo de 48% para 36,6% no período.
Dentre as marcas mais impactadas, a BMW viu suas vendas despencarem 42%, com apenas 34.846 unidades vendidas no mês de agosto. Esse declínio acentuado reflete uma mudança drástica no mercado, especialmente quando comparado ao domínio de 80% que as marcas estrangeiras, como BMW, GM e Toyota, desfrutavam há uma década.
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A rápida transição para veículos elétricos (EVs) no país desempenhou um papel crucial nessa reviravolta, à medida que os consumidores chineses passaram a priorizar soluções mais sustentáveis, em linha com as crescentes preocupações ambientais e a redução de emissões de carbono.
A ascensão dos veículos elétricos na China
O fator que mais contribuiu para a perda de participação de mercado das marcas internacionais foi a baixa oferta de veículos elétricos.
De acordo com Cui Dongshu, secretário-geral da CPCA, marcas como BMW, GM e Toyota não conseguiram acompanhar o ritmo do crescimento da demanda por EVs, o que resultou em uma queda acentuada nas vendas.
Enquanto isso, as marcas nacionais avançaram fortemente, impulsionadas pela crescente demanda por veículos movidos a energia limpa.
As vendas de EVs, que incluem modelos movidos a bateria e híbridos plug-in, saltaram 43,2% em agosto, alcançando 1,03 milhão de unidades e representando 53,9% das vendas de automóveis no país. Além disso, os EVs superaram os carros a gasolina, que caíram para 48,9% do total de vendas.
Esse crescimento ressalta a preferência dos consumidores chineses por opções mais sustentáveis e menos poluentes, uma tendência que tem pressionado marcas internacionais, como BMW, GM e Toyota, a repensarem suas estratégias.
Em meio a esse cenário, a Tesla se destacou, com 63.456 veículos elétricos entregues no mercado chinês em agosto.
No entanto, a participação de outras marcas estrangeiras, incluindo BMW, GM e Toyota, ainda é limitada no segmento de EVs, representando apenas 10% das vendas totais de veículos elétricos no país. A falta de uma oferta competitiva no setor de EVs coloca essas marcas em uma posição desafiadora.
O impacto nas montadoras internacionais
A pressão sobre as montadoras internacionais, como BMW, GM e Toyota, tem sido intensa. A BMW, em particular, reagiu à queda nas vendas interrompendo os descontos em julho e aumentando os preços de seus veículos entre 30.000 e 50.000 yuans em toda a China.
Essa estratégia visava proteger as margens de lucro, mas não conseguiu impedir a queda de 4,2% nas entregas de veículos da marca no primeiro semestre de 2024, conforme relatado pela CPCA.
Tian Maowei, gerente de vendas da Yiyou Auto Service em Xangai, destacou que as montadoras internacionais estão enfrentando um dilema difícil: manter os preços e perder vendas ou reduzir os preços e sacrificar as margens de lucro.
A única saída, segundo ele, é investir em veículos elétricos para atrair os jovens consumidores chineses. Caso contrário, empresas como BMW, GM e Toyota continuarão enfrentando problemas de excesso de capacidade, uma vez que os carros a gasolina não são mais suficientes para sustentar o volume de vendas.
Em termos de participação de mercado, as montadoras alemãs, incluindo a BMW, viram sua fatia no mercado chinês cair de 20,1% para 16,6% em agosto.
As marcas japonesas, como Toyota, também perderam terreno, com sua participação caindo de 16,8% para 12,6%. As montadoras americanas, como a GM, enfrentaram uma queda ainda mais drástica, com sua participação diminuindo de 8,6% para 5,7%.