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Quanto tempo dura a bateria de um carro elétrico? Estudo com 10.000 veículos revela a resposta

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/07/2025 às 16:44
carro elétrico
Foto: Reprodução
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Um dos maiores mitos sobre carros elétricos está sendo derrubado por dados concretos. A ideia de que as baterias se desgastam rapidamente perde força com um novo estudo que analisou mais de 10.000 veículos. Os resultados surpreendem e podem mudar a forma como muita gente encara a mobilidade elétrica.

A durabilidade das baterias dos carros elétricos é uma das questões mais discutidas quando se fala nesse tipo de veículo. Muitos acreditam que elas se desgastam rapidamente e precisam ser substituídas em poucos anos.

Mas um estudo recente com mais de 10.000 veículos derruba esse mito e mostra que as baterias envelhecem melhor do que o esperado.

Estudo revela melhora na durabilidade

A análise foi feita pela empresa Geotab, que atua no setor de telemática e possui acesso a um grande volume de dados de veículos.

A empresa comparou os dados atuais com um estudo anterior, realizado há cinco anos, e observou que a degradação média das baterias está diminuindo.

Em 2019, a taxa média de degradação era de 2,3% ao ano. Agora, essa média caiu para 1,8% ao ano.

A Geotab atribui essa melhora ao avanço da tecnologia das baterias e também à mudança de comportamento dos usuários, que passaram a adotar hábitos mais saudáveis no uso dos veículos.

Ferramenta interativa mostra saúde das baterias

A Geotab também oferece uma plataforma interativa que permite aos usuários acompanhar a degradação da bateria ao longo do tempo.

É possível visualizar gráficos de diversos modelos, tanto elétricos quanto híbridos plug-in, e comparar os dados com a média geral.

A ferramenta ajuda a avaliar a saúde da bateria em diferentes momentos, tornando o processo mais transparente para os consumidores.

Bateria dura mais que o carro

Com base nos dados, a empresa estima que, com a atual taxa de degradação, uma bateria pode manter mais de 80% da sua capacidade original após 12 anos de uso. Em muitos casos, esse tempo é superior à vida útil média do próprio carro.

A Geotab aponta que é possível que essas baterias ainda mantenham uma boa capacidade por mais de 20 anos, o que supera a vida útil média de veículos elétricos, especialmente os usados em frotas.

Trocar a bateria é algo raro

De tempos em tempos, surgem relatos de motoristas que precisaram substituir a bateria do carro elétrico. Mas, segundo a Geotab, isso é a exceção, e não a regra.

A maioria das baterias dura mais do que o próprio carro e não precisa ser trocada durante o período de uso.

Ou seja, a preocupação com a troca frequente de baterias não tem base nos dados analisados.

Rodar muito não desgasta mais

Outro dado interessante do estudo mostra que o número de quilômetros rodados não tem relação direta com a degradação da bateria. Isso significa que, mesmo carros que são usados de forma mais intensa, não sofrem degradação muito maior.

Essa é uma boa notícia para quem dirige muito, pois quanto mais um carro elétrico roda, mais vantajoso ele se torna financeiramente.

Mas o carregamento rápido faz diferença

Apesar do número de quilômetros não influenciar diretamente na degradação, o estudo encontrou uma relação importante com o uso do carregamento rápido, especialmente o tipo conhecido como carregamento rápido CC.

Esse tipo de carregamento utiliza correntes mais altas, o que gera temperaturas elevadas e maior estresse térmico na bateria.

Segundo a Geotab, veículos que usam esse recurso com frequência apresentam uma taxa de degradação mais de três vezes superior à média.

Ou seja, carregar rápido constantemente pode acelerar o envelhecimento da bateria.

Clima quente também influencia

Além do carregamento rápido, o clima é outro fator que afeta a degradação das baterias. A influência das altas temperaturas é menor do que o uso do carregamento rápido, mas ainda assim relevante.

Após 48 meses, veículos usados em regiões de clima temperado mantêm cerca de 96% da capacidade original da bateria. Já os que operam em regiões com mais de cinco dias ao ano acima de 27 °C, mantêm apenas 89%.

Portanto, o ambiente também deve ser considerado quando se fala em vida útil das baterias.

Degradação não é linear

Um ponto importante do estudo é que a degradação da bateria não segue um ritmo linear ao longo dos anos. A perda de capacidade é mais acentuada nos primeiros anos e depois se estabiliza.

No início da vida útil, as baterias tendem a perder mais capacidade, mas, com o tempo, essa perda desacelera. Já nos estágios finais, a queda volta a ser mais acentuada.

Esse comportamento é considerado típico em baterias e foi confirmado pelos dados analisados.

Dados disponíveis ao público

Todos os dados e gráficos do estudo estão disponíveis ao público na plataforma da Geotab.

Isso permite que consumidores e interessados possam consultar informações detalhadas sobre diferentes modelos e compreender melhor como as baterias se comportam com o passar do tempo.

Essa transparência ajuda a combater mitos e desinformação, além de dar mais segurança para quem pensa em adquirir um carro elétrico.

Com base no estudo da Geotab, fica claro que a preocupação com a durabilidade das baterias não se justifica da forma como muitos acreditam.

A maioria delas dura mais do que o próprio carro, mesmo em uso intenso.

E embora fatores como carregamento rápido e clima quente influenciem na degradação, bons hábitos podem preservar a saúde da bateria por muitos anos.

A evolução da tecnologia mostra que as baterias estão cada vez mais confiáveis.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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