Migrar de microempreendedor individual para microempresa em 2025 exige mais que pagar a taxa da junta: os custos fixos mensais podem ultrapassar R$ 500.
A dúvida sobre quanto custa migrar de MEI para ME em 2025 é comum entre pequenos empresários que já ultrapassaram o limite de faturamento ou precisam emitir mais notas fiscais. O processo envolve não apenas o pagamento de taxas iniciais, mas também despesas permanentes que passam a compor a rotina financeira da empresa. Segundo a contadora Laís Narciso, especialista em controladoria e finanças, os custos vão desde o registro na junta comercial até tributos proporcionais, honorários contábeis e contribuições previdenciárias.
Para muitos empreendedores, essa mudança representa tanto uma oportunidade de crescimento quanto um desafio financeiro. Se, por um lado, a ME elimina o teto de faturamento e permite contratar mais funcionários, por outro, exige maior organização, mais tributos e despesas fixas que podem comprometer o caixa de quem não se planejar.
Taxas da junta comercial: o primeiro custo da migração
A abertura ou transformação de empresa precisa ser formalizada na junta comercial.
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As taxas variam de estado para estado: podem ser gratuitas, como no Espírito Santo, ou ultrapassar R$ 330 em estados como Rondônia e Amazonas.
Em média, o empresário desembolsa entre R$ 100 e R$ 300 apenas para formalizar a mudança de categoria.
Nesse momento, é comum também atualizar o contrato social, as atividades econômicas (CNAE) e o nome empresarial.
Trata-se de um passo obrigatório e que marca oficialmente a saída do regime simplificado do MEI.
Certificado digital: de e-CPF a e-CNPJ
Outro custo que surge ao migrar é o certificado digital, necessário para assinar documentos eletrônicos e emitir notas fiscais.
No processo de transformação, pode ser exigido o e-CPF, com preço médio de R$ 35, embora alguns estados já aceitem assinatura gratuita via Gov.br.
Depois da migração, passa a ser obrigatório o e-CNPJ, cujo custo médio gira em torno de R$ 200 por ano.
Essa despesa precisa ser renovada anualmente e é indispensável para manter as obrigações fiscais em dia.
Contador: de opcional a obrigatório
Enquanto o MEI pode se manter sem contador, a ME exige contabilidade regular.
Os honorários variam de R$ 400 a R$ 600 por mês para negócios simples, podendo passar de R$ 1.000 em setores mais complexos.
Alguns escritórios cobram uma taxa extra para cuidar do processo de desenquadramento, geralmente entre R$ 500 e R$ 900.
Para Laís Narciso, essa é uma das principais mudanças financeiras: “O empresário precisa estar preparado para esse gasto mensal fixo, que passa a fazer parte da rotina da empresa.”
INSS sobre pró-labore e taxas municipais
Outro custo recorrente é o pagamento do INSS sobre o pró-labore do sócio-administrador, que não existe no MEI.
O valor mínimo é de 11% sobre o salário mínimo vigente — em 2025, equivalente a R$ 145,20 por mês.
Esse pagamento garante os direitos previdenciários do administrador, mas representa uma nova obrigação no orçamento.
Muitas prefeituras cobram taxas anuais de fiscalização, chamadas de taxas de poder de polícia, que variam de R$ 20 a R$ 600, dependendo da cidade e do tipo de atividade.
Impostos mensais no Simples Nacional
Talvez o maior impacto de quanto custa migrar de MEI para ME em 2025 esteja nos tributos mensais.
Enquanto o MEI paga uma guia fixa de cerca de R$ 70, a microempresa passa a recolher impostos proporcionais ao faturamento dentro do Simples Nacional.
Para empresas com receita anual de até R$ 180 mil, as alíquotas começam em 4% para comércio, 4,5% para indústria e 6% para serviços.
Dependendo da atividade e da faixa de faturamento, podem chegar a 15,5%. Isso significa que a guia mensal (DAS) facilmente ultrapassa R$ 400 ou R$ 500.
Vale a pena migrar de MEI para ME?
Migrar de MEI para ME é inevitável quando o limite de faturamento de R$ 81 mil por ano é ultrapassado ou quando a atividade exercida não é permitida para MEI.
A decisão envolve analisar custos e benefícios: mais tributos e obrigações, mas também maior capacidade de crescimento, contratação e credibilidade no mercado.
Segundo Laís Narciso, “o ideal é que o empreendedor se planeje antes, entendendo não só os gastos fixos, mas também as oportunidades que a migração pode gerar no longo prazo”.
Em resumo, quanto custa migrar de MEI para ME em 2025 depende de fatores como estado, atividade e porte do negócio.
Os principais gastos incluem taxa da junta comercial (até R$ 330), certificado digital anual (cerca de R$ 200), honorários contábeis (a partir de R$ 400 por mês), INSS sobre pró-labore (mínimo de R$ 145,20), taxas municipais e impostos proporcionais que podem superar R$ 500 mensais.
Você acha que os custos da migração são justos ou pesam demais para quem está começando a expandir? Já passou por essa experiência? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião.