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Quando chegou, ninguém levava a sério — mas ela atravessou décadas, virou ícone dos anos 80 e hoje é a moto disputada a “preço de ouro” por apaixonados por duas rodas

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 08/06/2025 às 12:40
Quando chegou, ninguém levava a sério — mas ela atravessou décadas, virou ícone dos anos 80 e hoje é a moto disputada a “preço de ouro” por apaixonados por duas rodas
Foto: IA + Adobe PS
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Honda CB 400, moto clássica da Honda que ganhou confiança no mercado brasileiro e segue como uma relíquia para colecionadores e entusiastas.

Quando foi lançada no Brasil no início dos anos 1980, poucos imaginavam o impacto que a Honda CB 400 teria no mercado motociclístico nacional. Recebida com desconfiança, especialmente por quem ainda via as motos japonesas com cautela, o modelo não demorou a provar seu valor. Hoje, mais de quatro décadas depois, a CB 400 é considerada uma verdadeira moto clássica da Honda, disputada em leilões, encontros vintage e grupos de colecionadores — muitas vezes sendo vendida por preços que superam motos zero quilômetro modernas.

A ascensão da Honda CB 400

A Honda CB 400 chegou ao Brasil em 1980, tornando-se a primeira moto com motor de dois cilindros produzida em solo nacional.

Com tecnologia avançada para a época e desempenho superior às rivais de baixa cilindrada, a CB 400 rapidamente conquistou espaço. Seu estilo robusto, confiabilidade mecânica e facilidade de manutenção a transformaram em um sucesso de vendas, um símbolo de status e, eventualmente, em um marco da década de 80.

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O modelo que deu origem à CB 400 brasileira foi a Honda CB 400N, lançada no Japão em 1978. Com a expansão da subsidiária brasileira da marca, a moto da Honda passou por adaptações para atender às exigências locais. A versão nacional começou a ser produzida em Manaus em 1980, trazendo motor OHC (Overhead Camshaft) de 395 cm³, dois cilindros paralelos e potência de 40 cv — números expressivos para o mercado da época.

O lançamento foi ousado. Em um país onde a maioria dos motociclistas usava motos de baixa cilindrada como meio de transporte econômico, uma moto de quase 400 cm³ parecia arriscada. Mas a aposta da Honda deu certo.

A CB 400 se posicionou como uma opção intermediária entre modelos urbanos e motos esportivas de alto custo, atraindo profissionais, entusiastas e jovens em busca de desempenho com confiabilidade.

Destaques técnicos e diferenciais da CB 400

A Honda CB 400 introduziu conceitos que seriam adotados por várias gerações de motocicletas no Brasil. Entre os destaques técnicos estavam:

  • Motor de dois cilindros: garantia torque linear e bom desempenho mesmo em baixas rotações.
  • Freio a disco dianteiro: item de segurança raro em motos nacionais à época.
  • Partida elétrica: comodidade e inovação para o motociclista dos anos 80.
  • Chassi tubular em aço: leve, resistente e estável.

Essas características tornaram a CB 400 uma moto versátil: confortável para uso urbano, resistente para viagens e confiável para o dia a dia. Além disso, o baixo custo de manutenção e a disponibilidade de peças fizeram dela uma das motos mais queridas entre os mecânicos e motociclistas experientes.

Honda CB 400 e a cultura dos anos 80

A década de 1980 foi marcada por um forte avanço da cultura jovem no Brasil. Em meio à redemocratização do país, surgiam movimentos musicais, artísticos e uma nova classe média ávida por consumo e liberdade. Nesse contexto, a CB 400 se tornou um símbolo.

A presença da moto em filmes nacionais, comerciais e nas ruas contribuiu para seu status icônico. Era comum ver jovens ostentando a “CBzona”, como era carinhosamente chamada, em encontros de motociclistas e nos arredores de universidades.

Modelos customizados, com pintura personalizada, guidões elevados e escapamentos esportivos eram parte da estética da época. A moto clássica da Honda não era apenas um veículo: era uma extensão da personalidade do seu dono.

Mercado de usados e valorização atual da moto clássica da Honda

Com o passar dos anos, a CB 400 deixou de ser produzida — o último modelo saiu de linha em 1984, sendo substituído pela CB 450. No entanto, a valorização da moto começou a crescer no mercado de usados a partir dos anos 2000, impulsionada pela nostalgia e pela busca por motos clássicas.

Atualmente, encontrar uma CB 400 em bom estado é tarefa difícil. Segundo levantamento de mercado realizado por plataformas como OLX e Webmotors em 2024, os modelos restaurados e originais podem ultrapassar os R$ 25 mil, valor superior a muitas motos novas de entrada.

Leilões especializados e encontros vintage, como o Moto Classic em São Paulo, confirmam a alta procura. Alguns exemplares de edição especial, como a CB 400 Custom, chegam a ser negociados por valores ainda maiores, dependendo da originalidade e do estado de conservação.

Comunidades, eventos e restauração

A popularidade da CB 400 fomentou o surgimento de comunidades e grupos dedicados à sua restauração e preservação. No Facebook e no WhatsApp, milhares de entusiastas trocam informações sobre peças, oficinas especializadas e técnicas de restauração.

Muitos donos optam por manter a originalidade dos modelos, preservando pintura, rodas e escapamentos originais. Já outros preferem uma abordagem mais personalizada, com adaptações no estilo café racer, scrambler ou bobber. Em ambos os casos, o valor histórico e afetivo da moto permanece intacto.

Oficinas especializadas em São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte se destacam pela experiência em lidar com a moto clássica da Honda, oferecendo desde restauração de pintura até retrabalho de motor com peças originais de época.

Legado e influência da moto da Honda na indústria nacional

O impacto da CB 400 vai além de seu sucesso comercial. Ela influenciou o desenvolvimento de futuras motos de média cilindrada no Brasil e consolidou a imagem da Honda como uma marca de confiança entre os motociclistas.

Além disso, a experiência da marca com a produção local da CB 400 contribuiu para o crescimento industrial da Honda no país, que hoje lidera o mercado nacional com ampla vantagem.

A história da Honda CB 400 é um exemplo de superação de expectativas. Lançada sob desconfiança, atravessou décadas como referência de desempenho, estilo e confiabilidade. Hoje, é considerada uma joia por apaixonados por motocicletas e colecionadores, reafirmando seu lugar como uma moto da Honda que marcou época e continua influente.

Mais do que uma motocicleta, a CB 400 representa uma geração. Um símbolo de liberdade, inovação e estilo que ainda pulsa nas garagens, pistas e corações dos brasileiros. Seja como relíquia restaurada ou como lembrança viva dos anos 80, ela continua acelerando forte — agora, com o respeito e a admiração que sempre mereceu.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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