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Qual o segredo deste vinho? Não agrada aos exigentes, mas é líder absoluto com 40 mi de garrafas e R$ 500 mi em faturamento

Publicado em 01/07/2025 às 16:16
Vinho, Pérgola, Vinho Pérgola, Campestre
Imagem: IA
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Mesmo sem prêmios nem uvas nobres, o vinho Pérgola lidera o mercado brasileiro com sabor doce e estratégia direta ao consumidor

O vinho mais popular do Brasil não está nas listas de melhores do ano, não é o mais premiado, nem é feito com uvas viníferas reconhecidas internacionalmente. Ainda assim, o Pérgola, vinho de mesa produzido pela Vinícola Campestre, é líder absoluto em vendas no país.

Com mais de 40 milhões de garrafas vendidas por ano, o Pérgola ocupa o primeiro lugar do mercado há uma década, segundo dados da Nielsen divulgados pela própria empresa.

A receita para esse sucesso passa longe dos rótulos refinados. O segredo, segundo a Campestre, está no sabor doce e simples que agrada ao consumidor comum.

João Zanotto, diretor-presidente da Campestre, explica que a empresa enfrentou o preconceito contra o vinho de mesa.

Para isso, usou técnicas de grandes vinícolas, investiu na cadeia produtiva e apostou numa comunicação direta com o público, levando o produto aos consumidores do jeito que eles gostam.

A empresa fatura cerca de R$ 500 milhões com a categoria e detém 20% do mercado de vinhos de mesa, que movimenta 220 milhões de litros por ano.

Mesmo sendo a categoria mais popular, ela ainda sofre com a imagem de produto inferior. Esse desafio foi enfrentado com ações práticas.

Degustações em supermercados e marketing boca a boca

Para mudar essa percepção, a Campestre investiu em ações diretas. Há mais de 20 anos, equipes da vinícola percorrem supermercados oferecendo degustações da bebida. O objetivo é apresentar o sabor ao público e quebrar preconceitos.

Além disso, a empresa treina vendedores e distribuidores para ajudar na abordagem ao cliente. Esse trabalho de base criou uma relação de confiança com o consumidor.

Mesmo sem ser o mais barato ou o mais aclamado, o Pérgola virou sinônimo de segurança. “A pessoa sabe que vai ter uma coisa que não vai errar”, disse Zanotto.

Críticas ao sabor adocicado são comuns. Muitos comparam o vinho a um suco de uva. Para o diretor da Campestre, isso não é um problema. “É justamente esse gosto simples que as pessoas gostam”, explicou.

Zanotto afirma que até mesmo consumidores da classe A compram o vinho. Segundo ele, há quem goste de vinhos finos, mas prefira algo mais doce em algumas ocasiões. O resultado foi uma mudança no próprio setor.

Ao ver o sucesso do Pérgola, outras empresas passaram a investir em vinhos de mesa com mais qualidade, abandonando o modelo antigo de garrafões e produção descuidada. “Ajudamos muito nisso”, afirmou Zanotto.

Especialização e profissionalização

A história da Campestre começa nos anos 1960, na Serra Gaúcha. Desde o início, a empresa apostou no vinho de mesa.

A decisão estratégica foi usar as melhores uvas da região – variedades como bordô e isabel – e aplicar técnicas de vinhos finos, como controle de temperatura na fermentação.

Essa especialização foi o primeiro passo para mudar a imagem do vinho de mesa. A empresa também criou uma linha de vinhos finos, com a marca Zanotto, cultivada em Vacaria, a mil metros de altitude.

As variedades usadas nessa linha incluem sangiovese, pinot noir e sauvignon blanc. O projeto é mais caro e com retorno demorado. “Tínhamos um plano de prejuízo por dez anos, mas já são 15”, revelou Zanotto.

Pérgola: Exportação em crescimento

Mesmo com foco no mercado interno, a Campestre também aposta na exportação. Em 2023, a empresa enviou 500 mil garrafas do Pérgola para os Estados Unidos. A meta agora é dobrar esse volume. Outros mercados incluem Guiana, Paraguai e países africanos.

Assim, o vinho que muitos especialistas torcem o nariz segue firme como o favorito dos brasileiros. E agora, conquista também consumidores fora do país.

Com informações de Bloomberg Línea.

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Paulo
Paulo
01/07/2025 18:14

Eu uso esse vinho para temperar carne de porco, lombo ou pernil.
Voce jura que nos EUA estão trocando os vinhos californianos por essa pé****…
É um bom vinho para usar como tempero, quase tão bom e bem mais barato do que o vinagre balsâmico italiano que eu usava.

Romário Pereira de Carvalho

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