Durante uma conferência de mais de quatro horas, Putin destacou avanços militares, revelou condições rígidas para negociar a paz, desafiou os EUA com seu míssil hipersônico Oreshnik e prometeu uma economia “estável” apesar das sanções.
A Rússia fechou 2024 com uma maratona televisiva de mais de quatro horas conduzida por Vladimir Putin. O evento, intitulado “Resultados do Ano com Vladimir Putin”, trouxe à tona uma revisão minuciosa da agenda russa e um vislumbre dos planos para 2025. Com um tom otimista e desafiador, o líder russo abordou a guerra na Ucrânia, a economia do país e até lançou uma proposta ousada que envolveu os Estados Unidos. Mas o que tudo isso realmente significa?
Avanços militares na Ucrânia e na Síria
Durante a conferência, Putin destacou os avanços militares que, segundo ele, colocam a Rússia em vantagem. Ele afirmou que a “operação militar especial” na Ucrânia tem alcançado resultados palpáveis, com o exército russo ganhando território diariamente. Na Síria, os esforços militares também teriam consolidado posições estratégicas.
No entanto, qualquer acordo de paz com a Ucrânia parece distante. Putin foi claro: ele não reconhece Zelensky como um interlocutor legítimo. Em vez disso, o presidente russo apresentou condições que incluem a neutralidade da Ucrânia, o afastamento da OTAN e o fim das sanções ocidentais contra a Rússia. Essas exigências foram rapidamente rejeitadas por Kiev e seus aliados, destacando o fosso nas negociações.
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Economia russa em meio à guerra: otimismo ou alerta?
A guerra começou a impactar a economia russa de forma significativa. Com uma inflação anual de 9,3% e taxas de juros elevadas, Putin reconheceu o desafio, mas manteve um tom otimista. Segundo ele, os salários reais cresceram, e a situação econômica geral é “estável e segura”.
Para o próximo ano, a Rússia deve adotar estratégias para contornar sanções e garantir a estabilidade econômica. Putin garantiu que o país continuará investindo na modernização industrial e em projetos que aumentem sua autossuficiência.
A força militar russa e o “duelo de mísseis”
Putin surpreendeu ao propor um “duelo de mísseis” com os Estados Unidos, envolvendo o míssil hipersônico Oreshnik. Desenvolvido para ser altamente destrutivo, ele foi apresentado como uma resposta direta ao uso de mísseis americanos e britânicos pela Ucrânia. Essa declaração foi vista como um movimento ousado para reafirmar o poder militar russo.
Embora improvável que tal duelo realmente aconteça, a proposta simboliza a disposição russa de escalar o conflito se necessário. O Oreshnik, com sua capacidade de transportar até seis ogivas, é um lembrete das intenções tecnológicas e estratégicas do Kremlin.
Transformações pessoais de Putin
Putin admitiu que a invasão da Ucrânia mudou sua perspectiva pessoal. Ele afirmou que perdeu o senso de humor e que raramente ri. Para ele, a guerra foi uma decisão difícil, mas necessária para evitar o “colapso nacional” da Rússia.
A conferência também serviu como um aviso ao Ocidente. Putin buscou demonstrar a resiliência da Rússia diante das sanções e projetar sua força militar e tecnológica. A mensagem é clara: a Rússia está pronta para resistir e avançar.
Os planos de Putin para 2025 reforçam a determinação da Rússia em consolidar seu poder militar, econômico e político. Embora as condições para a paz pareçam distantes, o Kremlin demonstra que não recuará. Entre desafios econômicos e tensões globais, o próximo ano promete ser crucial para a Rússia e o cenário internacional. Putin está pronto. O mundo está?