Um desses projetos de energia renovável é o complexo Rio do Vento, no Rio Grande do Norte, cujos investimentos somam R$ 2,4 bilhões
A ideia de um mundo “mais verde” tem sido bem absorvida pela geração atual e principalmente por grandes empresas de diferentes setores de atuação. A prova disso são os recentes investimentos bilionários de grandes consumidores em complexos eólico e solar na tentativa de se tornarem autoprodutores ou ao menos suprir parte do consumo total da empresa. Nesse grupo estão as empresas Anglo American, Vale, Tivit, Vulcabrás, Honda, dentre outras.
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Projetos anteriormente adormecidos voltam a ser discutidos a fim de se obter a autoprodução de energia. Segundo Mário Menel, presidente da ABIAPE (Associaçãpo Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia), “Por causa da pressão internacional contra as usinas, os investidores recuaram. Agora estão indo, especialmente, rumo às eólicas”.
A empresa que projeta e constroí um terço dos projetos de energia eólica do Brasil, a Casa dos Ventos, tem feito projetos diferenciados para as mais diversas companhias.
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Primeiro, eles assinaram um contrato com a empresa para explorar determinado potencial de energia eólica. Após a conclusão do projeto, ela pode optar por se tornar acionista e assim, se tornar uma autoprodutora. O diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe disse: “Há uma tendência crescente pela energia eólica tanto pelo viés econômico como pela agenda verde”.
Contratos Bilionários
O acordo que está sendo assinado é destinado ao complexo Rio do Vento (504 MW) localizado no Rio Grande do Norte, com um investimento total de R$ 2,4 bilhões. O projeto é dividido em oito Sociedades de Propósito Específico (SPE) – um parque eólico por empresa dedicada, para permitir um número maior de empresas em um no mesmo projeto.
A companhia desenvolveu outro projeto de 350 MW na Bahia e planeja expandir o Rio do Vento (500 MW), visando também contratos de longo prazo com a empresa.
Dos oito parques do Rio do Vento, três são contratados pela mineradora Anglo American. Alfredo Duarte, gerente global de energia e utilidades da empresa multinacional, informou que, “Trata-se da primeira experiência em autoprodução do grupo no mundo”. Ele explicou que a energia é um fator importante de custo para a companhia. Na produção de níquel o custo representa 30%, já para o minério de ferro são 20%.
Por isso, o grupo decidiu desenvolver uma gestão energética inovadora. De acordo com Alfredo, até o ano de 2022, um total de 70% de energia que a multinacional consumirá será proveniente de energia solar e eólica. Isso deve ajudar a Anglo American a alcançar a meta mundial de reduzir em 30% as emissões de carbono até 2030, diz Duarte.
Outra empresa que também fechou um contrato com a Casa dos Ventos para se tornar autoprodutora foi a Vulcabrás Azaleia, que absorveu a combinação entre sustentabilidade e o custo.
Luiz Otávio, gerente de QSMS da Vulcabrás Azaleia, disse que uma média de contratos de 7 MW atenderá a 99% do consumo da empresa, reduzirá a conta de luz em 25% e reduzirá as emissões de 27 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) a cada ano. Segundo ele, projetos sustentáveis também trazem resultados positivos financeiramente.
Já no caso da fabricante japonesa de automóveis Honda, o principal objetivo de decidir construir um parque eólico no Rio Grande do Sul é cumprir a decisão do presidente global da empresa, que inicialmente determinou reduzir as emissões de dióxido de carbono em 30% até 2030 (aumento de 50% até o ano de 2050).
Segundo ele, após muita análise, verificou-se que a energia eólica seria a mais viável para alcançar o objetivo. A empresa construiu o parque Xangri-lá, de 27 MW, para fornecer energia às fábricas e escritórios da empresa de automóveis. Com a nova unidade em Itirapina, SP, a montadora decidiu expandir o parque e adicionar outra torre de 3,8 MW.