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Visando a ampliação da produção de fertilizantes no Brasil, projeto Santa Quitéria, no Ceará, está orçado em mais de R$ 2,3 bilhões

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 08/06/2022 às 16:59
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Imagem de Africa Studio / Fonte: Adobe Stock

O Projeto Santa Quitéria, voltado à produção de fertilizantes, encontra-se em licenciamento ambiental e audiências estão sendo feitas no Ceará

O Projeto Santa Quitéria é desenvolvido a partir do consórcio entre a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a empresa privada Galvani, fabricante de fertilizantes baiana, e objetiva a construção e a operação de um complexo mineroindustrial para a extração de fosfato e urânio na jazida de Itataia, no estado do Ceará.

Atualmente, o projeto está em fase de licenciamento ambiental e estão sendo realizadas, durante os dias 7, 8 e 9 deste mês, audiências públicas sobre o empreendimento nos municípios de Santa Quitéria, Itatira (no Distrito Lagoa do Mato) e Canindé, respectivamente.

A operação desta iniciativa irá ampliar a oferta de fertilizantes para as lavouras brasileiras, o que é de suma importância para a redução da dependência do país em relação à importação destes produtos. Hoje, mais de 85% dos fertilizantes consumidos aqui são provenientes do comércio com o exterior.

Sob esse viés, a plena operação da jazida de Itataia, localizada em Santa Quitéria, no Ceará, proporcionará a produção de cerca de 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados anualmente. Dessa forma, se somada a produção atual da empresa Galvani – uma das formadoras do Consórcio Santa Quitéria -, o volume fabricado será correspondente a 25% da demanda das regiões Nordeste e Norte.

2.800 novos empregos serão criados durante a fase de operação do projeto no Ceará

Durante as obras, serão gerados cerca de 8.400 empregos diretos e indiretos, enquanto que, no período de operação do complexo mineroindustrial, o Ceará será contemplado com 2.800 novas oportunidades de trabalho. O investimento destinado ao Projeto Santa Quitéria, por sua vez, é equivalente a mais de R$ 2,3 bilhões.

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Além do mais, o Projeto Santa Quitéria produzirá também 220 mil toneladas por ano de fosfato bicálcico para ração de gado, quantia correspondente a 50% da demanda atual desses insumos nas regiões Norte e Nordeste.

Diante disso, é possível notar o papel importante desempenhado pelo Projeto Santa Quitéria para o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e o Plano Nacional de Energia (PNE), estando incluído na Política Pró-Minerais Estratégicos.

Sobre a Jazida de Itataia

A Jazida de Itataia consiste em uma reserva brasileira de fosfato e urânio, sendo um dos projetos do Governo Federal visando à redução da dependência do país em relação à obtenção de fertilizantes do mercado internacional. Como já mencionado, a jazida encontra-se situada no município de Santa Quitéria (Ceará), a cerca de 210 km de Fortaleza.

Na reserva, estão presentes de forma conjunta o fosfato, que pode ser utilizado como matéria-prima para o agronegócio, e o urânio, potencial combustível para as usinas nucleares. O primeiro é predominante em Itataia, visto que equivale a 90% da jazida, onde são encontradas aproximadamente 8,9 milhões de toneladas do mineral. O urânio, por sua vez, é estimado em 80 mil toneladas.

O consórcio formado pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e pela Galvani está, desde 2011, habilitado a explorar a jazida. Em 2017, as empresas apresentaram o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) e esperam que a aprovação possa ser acelerada, uma vez que já teve início o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).

Por fim, é muito relevante observar que a Jazida de Itataia possui o maior teor de fosfato do Brasil, além de apresentar também, como subproduto, a maior reserva de urânio do país.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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