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Projeto de tecnologia hipersônica da Força Aérea Brasileira pode atingir 12.000 km/h e garantir ao Brasil o domínio da tecnologia de motores scramjet

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 10/01/2022 às 17:10
FAB - força-Aerea-Brasileira - motores-scramjet - tecnologia-hipersônica
Concepção artística do veiculo hipersônico brasileiro-meta e atingir 12.000 km/h – Divulgação

A Força Aérea Brasileira (FAB) conseguiu um feito inacreditável com a tecnologia hipersônica. Com seus motores scramjet, atingiu a Mach 6, entretanto ainda há a capacidade de atingir Mach 10 (12 mil km/h)

Por definição, veículos supersônicos são aqueles que podem alcançar qualquer velocidade superior a Mach 1 (1.235 km/h) até Mach 5 (6.175 km/h). Além dessa faixa entramos na zona hipersônica, um território que está sendo estudado por pesquisadores do DCTA da Força Aérea Brasileira (FAB). No dia 14 de dezembro de 2021, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, realizou o lançamento do primeiro veículo que utiliza tecnologia hipersônica. O modelo conta com um motor scramjet construído no Brasil, o demonstrador 14-X S.

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Demonstrador 14-XS: modelo testou a combustão supersônica do motor scramjet / Divulgação

O teste foi uma etapa do projeto Propulsão Hipersônica 14-X, que leva este nome em homenagem ao 14-Bis, de Santos Dumont. Entretanto, enquanto o avião de Dumont contava com um motor com potência de 50 hp, que permitiu um voo de aproximadamente 30km/h, os motores scramjet do 14-X S geram uma potência de 5 mil hp e alcançaram uma velocidade próxima a Mach 6 (seis vezes a velocidade do som) logo no primeiro teste de voo do projeto, que foi iniciado pela Força Aérea Brasileira (FAB) há 13 anos.

Outrossim, a velocidade Mach 6 alcançada pelo 14-X S é apenas uma fração do potencial dos motores scramjet. De acordo com a FAB, o sistema de tecnologia hipersônica em desenvolvimento no Brasil terá capacidade de voar a Mach10 (cerca de 12 mil km/h). Em comparação, o Concorde, o último avião comercial supersônico, voava a um pouco mais de Mach 2.

Saiba mais sobre os motores scramjet

Diferentemente dos motores a jato, os motores scramjet da Força Aérea Brasileira não possuem partes móveis, como turbinas e compressores que comprimem o ar nas câmaras de combustão. Esses motores hipersônicos também eliminam o uso de sistemas de ignição.

Ao invés disso, a queima da mistura de combustível e ar acontece pelo calor na câmara de combustão, que esquenta por força do atrito gerado pela passagem do ar em alta velocidade. De certa forma, o motor com tecnologia hipersônica conta com uma concepção bastante simples, a parte difícil é fazer ele funcionar.

O motor hipersônico da Força Área Brasileira (FAB) só funciona em altíssimas velocidades, já que somente assim ele consegue aspirar a quantidade de ar necessária para que a combustão supersônica seja realizada. Sendo assim, é comum que veículos com tecnologia hipersônica contem com dois estágios de propulsão, onde o primeiro normalmente seja um foguete comum que acelera o conjunto até certo ponto de acionamento do scramjet, onde ocorre a separação.

Onde os motores scramjet da FAB podem ser utilizados?

Os motores com tecnologia hipersônica são propostos para um dia impulsionarem os aviões espaciais, que serão capazes de decolar da Terra, viajar até o espaço e retornar, algo que os Ônibus Espaciais da Nasa faziam anteriormente, mas com custos bem menores.

Este tipo de propulsão também poderá ser utilizada em aviões comerciais hipersônicos, previstos para o fim deste século. Por ora, esta tecnologia está começando a surgir em mísseis de cruzeiro hipersônicos, uma forma de armamento que deve transformar completamente as doutrinas de defesa e ataque nos próximos anos.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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