O Fundo Socioambiental CAIXA anuncia 88 projetos aprovados no edital do Programa Florestas Produtivas, fortalecendo a agricultura regenerativa e o desenvolvimento sustentável em regiões estratégicas da Amazônia Legal
O Programa Florestas Produtivas alcançou um marco importante com o anúncio, no último dia 21 de outubro, dos 88 projetos selecionados pelo Fundo Socioambiental CAIXA (FSA), segundo uma matéria publicada.
Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a iniciativa faz parte do edital de Agricultura Regenerativa e reforça o compromisso com práticas sustentáveis que restauram o solo e revitalizam ecossistemas.
O sucesso da chamada pública, que ultrapassou as expectativas, reflete o engajamento crescente de instituições e comunidades interessadas em unir produção e preservação ambiental.
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A nova plataforma Bússola Social, utilizada para as inscrições, foi um diferencial que ampliou o alcance do edital.
A estratégia incluiu transmissões ao vivo, ampliando a participação de organizações de todo o país.
Com a mobilização do Programa Florestas Produtivas, a CAIXA e o MDA reforçam o papel do setor financeiro no apoio à transição para modelos produtivos sustentáveis e inclusivos.
Agricultura regenerativa e economia verde na restauração de ecossistemas
Entre os principais objetivos do edital está o incentivo à agricultura regenerativa, que promove um ciclo produtivo positivo.
Em vez de esgotar os recursos, esse modelo recupera o solo, estimula a biodiversidade e aumenta a resiliência dos ecossistemas.
Jean Benevides, vice-presidente em exercício de Sustentabilidade e Cidadania Digital da CAIXA, destaca que as florestas produtivas, integradas a esse conceito, proporcionam benefícios ambientais e socioeconômicos duradouros.
Segundo Benevides, produtos como madeira certificada, castanhas, frutos nativos e até o ecoturismo geram receita suficiente para cobrir custos operacionais e melhorar a qualidade de vida das comunidades.
Além disso, essas atividades contribuem para o sequestro de carbono e a conservação de recursos hídricos, reduzindo os impactos das mudanças climáticas.
No total, o edital do Fundo Socioambiental CAIXA destina R$ 50 milhões para financiar projetos de recuperação de áreas degradadas localizadas no chamado “Arco do Desmatamento”, que abrange Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia.
Cada proposta aprovada poderá receber até R$ 5 milhões, conforme os critérios técnicos avaliados por especialistas da CAIXA e do MDA.
Florestas produtivas e sustentabilidade econômica na Amazônia Legal
O avanço das florestas produtivas representa uma alternativa estratégica para conciliar a conservação ambiental com o desenvolvimento regional.
Esses sistemas permitem gerar renda e empregos sem abrir novas áreas de desmatamento.
Os projetos inscritos somaram um valor total solicitado de R$ 368.524.393,13, com média de R$ 4.187.777,19 por proposta, demonstrando o grande interesse do setor em soluções sustentáveis.
Moisés Savian, secretário de Governança Fundiária e Desenvolvimento Territorial e Socioambiental do MDA, ressaltou que a parceria entre as instituições representa uma verdadeira aliança pelo meio ambiente.
As ações previstas visam fortalecer comunidades rurais, assentamentos da reforma agrária e agricultores familiares, públicos prioritários na política de reflorestamento e agricultura regenerativa.
Os modelos produtivos apoiados incluem Sistemas Agroflorestais (SAFs), que integram árvores e culturas agrícolas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e manejo florestal sustentável.
Todos esses métodos visam restaurar solos, preservar a biodiversidade e tornar a produção rural mais rentável e equilibrada.
Educação ambiental, geração de renda e benefícios sociais integrados ao Programa Florestas Produtivas
O impacto do Programa Florestas Produtivas vai além da restauração ambiental. Ele fortalece a agricultura familiar sustentável, promove segurança alimentar e estimula a autonomia das comunidades locais.
A introdução de espécies como açaí, cacau e cupuaçu em áreas degradadas combina valor econômico e conservação da biodiversidade.
A agricultura regenerativa também favorece o aumento da matéria orgânica no solo, ampliando sua capacidade de reter água e tornando os sistemas agrícolas mais resistentes a períodos de seca.
Esse equilíbrio entre produtividade e conservação ambiental fortalece os serviços ecossistêmicos essenciais, como polinização, ciclagem de nutrientes e proteção de bacias hidrográficas.
Os benefícios sociais são igualmente relevantes. A geração de renda com produtos da sociobiodiversidade reduz desigualdades e incentiva práticas sustentáveis entre agricultores familiares, comunidades indígenas e extrativistas.
A iniciativa contribui, assim, para uma economia verde e inclusiva, alinhada às metas globais de sustentabilidade.
O resultado final dos projetos apoiados será divulgado durante a COP 30, que ocorrerá em Belém do Pará, em novembro.
A expectativa é que cada estado contemplado tenha pelo menos uma proposta financiada pelo FSA, consolidando o Brasil como referência internacional em políticas de agricultura regenerativa e reflorestamento sustentável.
Resumo técnico do edital de Agricultura Regenerativa (FSA CAIXA e MDA)
- Projetos inscritos: 88
- Valor total solicitado: R$ 368.524.393,13
- Valor médio por projeto: R$ 4.187.777,19
- Recursos disponíveis: R$ 50.000.000,00
- Estados contemplados: Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia
- Financiamento máximo por projeto: R$ 5 milhões
- Divulgação final prevista: COP 30 (novembro, Belém-PA)
O Programa Florestas Produtivas reafirma a importância da união entre inovação, sustentabilidade e inclusão social.
Ao promover práticas regenerativas e apoiar comunidades locais, o projeto fortalece a agricultura de baixo carbono e contribui para a construção de um futuro ambientalmente equilibrado e economicamente viável.