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Professores dominam uma lista triste: a dos profissionais com ensino superior com os piores salários do Brasil

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 04/10/2024 às 18:05

Professores estão entre os profissionais com os piores salários no Brasil! Estudo revela dados alarmantes sobre a desvalorização do ensino superior, enquanto médicos e engenheiros desfrutam de altas remunerações.

Ao olhar para o futuro, muitos acreditam que a educação é a chave para uma vida próspera.

Porém, um estudo recente revela uma realidade alarmante para os profissionais que dedicam suas vidas ao ensino: os professores figuram entre os profissionais com os piores salários no Brasil.

Esse panorama, embora esteja longe de ser novidade, merece ser debatido em profundidade.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que aqueles que possuem ensino superior geralmente recebem remunerações significativamente superiores em comparação aos que têm apenas o ensino médio.

No entanto, essa vantagem não se traduz em salários satisfatórios para todas as profissões.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) apresenta uma análise minuciosa dos salários mensais de profissionais com nível superior no segundo trimestre de 2023.

Este estudo não apenas expõe as profissões com os menores salários, mas também realiza um comparativo com dados de 2012, revelando a evolução ou a falta dela nos ganhos ao longo da última década.

Profissões com nível superior com os menores salários

A lista das dez ocupações que menos remuneram os profissionais com formação superior é surpreendente e angustiante:

  • Professores do ensino pré-escolar: R$ 2.285 (3% de aumento em relação a 2012)
  • Outros profissionais de ensino: R$ 2.554 (-23%)
  • Outros professores de artes: R$ 2.629 (-45%)
  • Físicos e astrônomos: R$ 3.000 (-16%)
  • Assistentes sociais: R$ 3.078 (-7%)
  • Bibliotecários, documentaristas e afins: R$ 3.135 (-32%)
  • Educadores para necessidades especiais: R$ 3.379 (14%)
  • Profissionais de relações públicas: R$ 3.426 (-23%)
  • Fonoaudiólogos e logopedistas: R$ 3.485 (-28%)
  • Professores do ensino fundamental: R$ 3.554 (7%)
  • Outros professores de música: R$ 3.578 (-35%)

Fonte: FGV Ibre, a partir de microdados da Pnad Contínua/IBGE

Um panorama sombrio

Esses dados, coletados a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), revelam não apenas os baixos salários, mas também o desestímulo que afeta quem escolhe a carreira docente.

Professores do ensino pré-escolar, por exemplo, enfrentam um aumento de apenas 3% em seus salários desde 2012, uma quantia irrisória diante da inflação e do custo de vida.

Por outro lado, profissões como médicos especialistas e matemáticos se destacam como as mais bem remuneradas no Brasil. A disparidade é tão grande que faz com que muitos questionem a valorização do trabalho educacional.

Profissões com nível superior e melhores salários

A análise da FGV/Ibre também trouxe à tona as profissões de nível superior que detêm os melhores salários no Brasil. A lista, que traz informações do segundo trimestre de 2023, mostra a seguinte realidade:

  • Médicos especialistas: R$ 18.475 (-13% em relação a 2012)
  • Matemáticos, atuários e estatísticos: R$ 16.568 (50%)
  • Médicos gerais: R$ 11.022 (-37%)
  • Geólogos e geofísicos: R$ 10.011 (-20%)
  • Engenheiros mecânicos: R$ 9.881 (-7%)
  • Engenheiros não classificados anteriormente: R$ 9.451 (-11%)
  • Desenvolvedores de programas e aplicativos: R$ 9.210 (39%)
  • Engenheiros industriais e de produção: R$ 8.849 (-22%)
  • Economistas: R$ 8.645 (-39%)
  • Engenheiros eletricistas: R$ 8.433 (-22%)
  • Engenheiros de minas, metalúrgicos e afins: R$ 7.887 (-14%)
  • Engenheiros civis: R$ 7.538 (-41%)
  • Desenhistas e administradores de bases de dados: R$ 7.301 (30%)
  • Advogados e juristas: R$ 7.237 (0%)
  • Engenheiros químicos: R$ 7.161 (-52%)
  • Analistas de sistemas: R$ 7.005 (-19%)
  • Desenvolvedores de páginas de internet e multimídia: R$ 6.075 (91%)

Fonte: FGV Ibre, a partir de microdados da Pnad Contínua/IBGE

Uma década de crises

A pesquisa do Ipea abrange um período marcado por crises econômicas significativas no Brasil, incluindo a recessão entre 2014 e 2016 e os impactos da pandemia.

Esses eventos trouxeram consequências diretas para o mercado de trabalho, evidenciando a queda salarial em diversas áreas.

Entretanto, a redução de 13% nos salários dos médicos especialistas foi menos acentuada se comparada a outras profissões, o que reflete a demanda contínua por serviços médicos, garantindo maior estabilidade neste setor.

O que fazer?

As disparidades salariais levantam questões sérias sobre a valorização dos educadores e a necessidade de uma mudança de paradigma em relação à educação no Brasil.

Como o país pode reverter essa situação e garantir melhores salários para os profissionais da educação? Essa pergunta não só provoca reflexão, mas também clama por soluções práticas e efetivas que possam transformar a realidade de milhares de professores.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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