Produzido em Jundiaí (SP), iPhone no Brasil entra no radar global em meio a tarifaço contra a China e crise nas cadeias produtivas
A guerra comercial entre Estados Unidos e China está esquentando de novo — e no meio dessa disputa de gigantes, surge um nome improvável no jogo: o iPhone no Brasil. Isso mesmo. A produção nacional do celular mais cobiçado do mundo, feita em Jundiaí (SP), entrou no centro de uma conversa que vai muito além das fronteiras brasileiras.
Produção brasileira é exclusiva para o mercado interno, por enquanto
Atualmente, os modelos do iPhone no Brasil são montados pela Foxconn, gigante taiwanesa com uma unidade no interior paulista. As versões produzidas por aqui são o iPhone 14, 15 e 16 — sempre nas versões “normais”, sem o selo Pro. Os modelos mais sofisticados continuam sendo importados.
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Desde que estreou em 2011, a fábrica brasileira abastece apenas o mercado interno. E segundo a Apple, isso não deve mudar tão cedo. A empresa afirmou que não há planos para aumentar a produção e que não comenta especulações sobre exportações.
Enquanto isso, a China segue dominante
Apesar do avanço da Índia e do Vietnã na produção global, a China ainda é responsável por 80% da fabricação de iPhones e iPads, segundo dados da Evercore ISI. Mas com as novas tarifas impostas pelo governo norte-americano, esse domínio começa a ser questionado.
Apenas a China continuará com a alíquota de 125%. Já Brasil, Índia e Vietnã terão, temporariamente, tarifa reduzida para 10%. Esse novo cenário tem gerado burburinhos sobre a viabilidade de usar o iPhone no Brasil como alternativa estratégica em meio à pressão sobre os asiáticos.
Produzir iPhone nos EUA? Cuidado com o preço
A equipe de Trump até sonha com a montagem do iPhone em solo americano, mas especialistas alertam: o preço pode explodir. Segundo o Bank of America, o valor final do aparelho poderia subir até 90% se fosse fabricado nos Estados Unidos.
“O custo trabalhista por si só já elevaria o preço em 25%”, explicou Wamsi Mohan, analista do banco. Ou seja, o iPhone no Brasil continua sendo uma opção de equilíbrio entre custo e escala, pelo menos por enquanto.
Brasil no jogo global, mas com freio de mão puxado
Mesmo diante desse cenário promissor, a Apple mantém cautela. A produção do iPhone no Brasil segue restrita e sem ambições de exportação. Mas o simples fato de o país estar sendo cogitado como parte da solução já é um sinal de como o tabuleiro global está mudando.
Enquanto isso, o consumidor brasileiro continua pagando caro. Só em março, o preço do iPhone subiu com força por aqui, pressionado por dólar alto, demanda aquecida e reajustes internacionais.
O que esperar do futuro?
Se a crise entre EUA e China continuar se agravando, e se a Apple decidir diversificar ainda mais seus polos de montagem, o iPhone no Brasil pode sair da categoria “reserva de mercado” e finalmente ganhar status de exportador.
Mas até lá, seguimos com produção local limitada e muita especulação. No meio dessa guerra tarifária, o Brasil até pode ser coadjuvante… mas está na cena. E o iPhone no Brasil, que parecia assunto só de varejo, virou pauta geopolítica.