A maior reserva de nióbio em operação do planeta, fica no Brasil na cidade de Araxá em Minas Gerais, que atualmente é produzido pela CBMM e exportado para mais de 50 países.
No Brasil, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração é portadora de mais de 90% das reservas de nióbio em atividades do mundo. Apesar de controlar 80% da oferta mundial, o Brasil não é o único país com reservas desse metal. A CBMM anunciou em 21 de novembro o investimento em empresa de Singapura dedicada a tecnologia do Grafeno.
Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), além do Brasil, os outros dois países que participam do mercado global são o Canadá e Austrália. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), existem 85 jazidas quantificadas no mundo, incluindo Canadá , Austrália, Rússia, Estados Unidos e diversos países da África.
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Por várias vezes, nosso presidente Jair Bolsonaro depôs com orgulho sobre esse tão desejado mineral, que durante viagem feita ao Japão no meio do ano, exibiu em vídeo uma correntinha e talheres de nióbio. Apesar das propagandas feitas pelo nosso presidente estar ajudando o metal a ganhar fama, o mercado ainda é muito restrito.
A maior reserva de nióbio em operação do planeta, fica na cidade de Araxá, na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Só em Araxá, as reservas são estimadas em mais de 800 milhões de toneladas de minério, volume suficiente para garantir ainda mais de 100 anos de produção, mantida a atual demanda. Mas se forem considerados os depósitos minerários em rochas subterrâneas, a capacidade de exploração é estimada em mais de 400 anos.
Mas além das reservas de Araxá, há produção de nióbio em Goiás e em pequenas quantidades no Amazonas e em Rondônia, além de reservas não exploradas em áreas indígenas.
Atualmente, o nióbio que é produzido em Minas Gerais pela CBMM, é exportado para mais de 50 países, em maior potencial para atender empresas siderúrgicas.
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O G1 visitou maior reserva de nióbio em operação do planeta. Entenda a seguir para que serve, a sua importância para economia e como é explorado esse mineral extraído em Minas Gerais e tão abundante no nosso país.
A exploração é toda feita a céu aberto, sem uso de explosivos, apenas com escavadeiras. A mineração é apenas uma das 15 etapas necessárias para se chegar aos produtos finais, que também incluem processos de concentração, refino (para redução de teores de fósforo e chumbo) e metalurgia.
Do material que é retirado do solo, apenas uma fração, da ordem de 2,5%, é nióbio. Para cada 1 tonelada de minério extraído da mina, são produzidos apenas 15 kg de ferronióbio. O restante é encaminhado para barragens de rejeitos.
Por dia, são produzidas cerca de 300 toneladas de produtos finais que saem do complexo industrial de Araxá em sacas, latas e cilindros, que variam de 10 kg a 2 toneladas. Cerca de 90% de tudo o que é produzido, tem como destino o exterior.
O metal é utilizado em maior escala na produção de aços especiais e superligas. O nióbio tem a função de “refinar”. Bastam apenas 400 gramas por tonelada para gerar aços mais leves e resistentes.
O nióbio é vendido na forma da liga ferronióbio (com cerca de dois terços de teor de nióbio e um terço de ferro) e empregado em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, navios, aparelhos de ressonância magnética, aceleradores de partículas, lentes e até piercings e bijuterias.
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De acordos com a Agência Nacional de Mineração (ANM), no Brasil, as exportações de produtos associados ao nióbio movimentam por ano cerca de R$ 2 bilhões, apesar de ser um valor muito abaixo por exemplo do minério de ferro, representando menos de 5% das vendas de substâncias metálicas para o exterior, o negócio tem se mostrado bastante lucrativo para a CBMM.
Em 2018, o faturamento da empresa cresceu 55% e chegou a R$ 7,4 bilhões. O lucro em 2018 foi de R$ 2,7 bilhões, o que garantiu aos 2.000 funcionários um bônus de 6 salários extras adicionais no ano.
Apesar de a CBMM ser a única empresa a explorar o nióbio em Araxá, o estado de Minas Gerais é dono de parte da mina e recebe uma parcela dos lucros da produção de nióbio, que por sua vez, apresenta dificuldades de caixa, e anunciou a intenção de privatizar a Codemig.
Neste mês, o governo conseguiu aprovar um projeto de lei que autoriza a vender créditos da comercialização do nióbio entre 2020 e 2032, a fim de garantir o pagamento do 13º dos servidores e pôr fim ao parcelamento dos salários do funcionalismo por alguns meses.
A CBMM afirma que fechará o ano com uma produção recorde de 110 mil toneladas de nióbio, ante um volume de 89 mil toneladas no ano passado, tendo como grandes desafios ampliar o mercado e o número de clientes pelo mundo e convencer mais clientes a adotarem um insumo que praticamente só é produzido no Brasil.
Além da CBMM, os outros 2 produtores que atuam no mercado mundial são a canadense Niobec e chinesa CMOC, responsável pela extração de nióbio na mina de Catalão (GO).