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Produção de tilápia sustentável impulsiona sistema de bioflocos que reduz uso de água, reaproveita nutrientes e fortalece economia circular na piscicultura brasileira

Escrito por Rodrigo Souza
Publicado em 16/10/2025 às 09:01
A produção de tilápia sustentável vem se consolidando como uma das principais apostas para o futuro da piscicultura brasileira
A produção de tilápia sustentável vem se consolidando como uma das principais apostas para o futuro da piscicultura brasileira (Foto: Embrapa)
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O sistema de bioflocos vem revolucionando a produção de tilápia sustentável, reduzindo o uso de água, aproveitando nutrientes e fortalecendo a criação de peixes no Brasil

A produção de tilápia sustentável vem se consolidando como uma das principais apostas para o futuro da piscicultura brasileira, segundo uma matéria publicada.

Entre as inovações que transformam esse cenário, o sistema de bioflocos, conhecido como BFT (Biofloc Technology), se destaca por unir eficiência produtiva e responsabilidade ambiental.

Pesquisas coordenadas pela Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Itaipu Binacional, mostram resultados expressivos dessa tecnologia: enquanto sistemas tradicionais chegam a consumir milhares de litros de água por quilo de peixe produzido, o BFT utiliza apenas 135 litros.

Além disso, retém cerca de 46% do fósforo e 45% do nitrogênio da ração dentro da biomassa, reduzindo o risco de poluição e promovendo o uso racional dos recursos hídricos.

Essa eficiência faz do método de produção de tilápia sustentável uma alternativa real para regiões com escassez de água e para produtores que buscam maior autonomia e sustentabilidade no cultivo.

Sistema bioflocos tilápia intensivo garante eficiência e alto desempenho produtivo

Durante o experimento realizado em Foz do Iguaçu (PR), o sistema de bioflocos foi testado em tanques circulares de 4,2 m³, onde cada unidade manteve aproximadamente 5 mil alevinos de tilápia, em densidade de 395 peixes por metro cúbico.

Após 70 dias de cultivo, os resultados impressionaram: taxa de sobrevivência de 98%, peso médio final de 20,4 gramas e conversão alimentar de apenas 1,05, ou seja, cada 1,05 kg de ração resultou em 1 kg de peixe.

Esses índices refletem o equilíbrio biológico do BFT, que favorece o consumo do floco microbiano como complemento alimentar natural, rico em proteína e bactérias probióticas.

O controle contínuo de temperatura, oxigênio e sólidos suspensos garantiu o sucesso do processo. A proporção carbono:nitrogênio foi mantida em 12:1, com a adição de açúcar para promover o crescimento de bactérias benéficas.

Essa dinâmica impede o desenvolvimento de algas e mantém a água em condições ideais, reduzindo custos de manejo e aumentando o bem-estar animal.

Assim, o sistema intensivo demonstra que a produção de tilápia sustentável pode atingir altos níveis de produtividade mesmo em espaços reduzidos.

Tecnologia bioflocos produção aquícola eficiente reduz impacto ambiental e uso de água

Os estudos da Embrapa mostraram que o BFT reduz drasticamente o potencial de poluição em comparação com sistemas convencionais.

Por tonelada de tilápia produzida, a carga residual média foi de 10,24 kg de fósforo, 46,63 kg de nitrogênio e 442,47 kg de carbono. Em tanques-rede, esses valores podem chegar a 18,25 kg, 77,5 kg e 700 kg, respectivamente.

Essa diferença comprova a eficiência da produção de tilápia sustentável, que retém nutrientes e evita o descarte excessivo nos ecossistemas aquáticos.

Além da economia de água, o BFT oferece maior biossegurança, pois é um sistema fechado, controlado e com risco mínimo de escape de espécies.

O impacto à biodiversidade foi classificado como moderado (nível 4), inferior ao observado em sistemas abertos.

Esse tipo de controle favorece o uso do biofloco em áreas urbanas, periurbanas e até em regiões semiáridas, onde a disponibilidade de água é limitada.

A integração entre ciência, energia e sustentabilidade coloca o Brasil na vanguarda das práticas aquícolas responsáveis.

Produção de tilápia sustentável fortalece economia circular

Um dos diferenciais do sistema é o destino dado aos resíduos sólidos. O material orgânico removido dos tanques pode ser transformado em fertilizantes agrícolas ou em ingredientes para ração, agregando valor e fortalecendo a economia circular.

A pesquisa destacou que essa prática reduz desperdícios e amplia o aproveitamento dos recursos.

De acordo com especialistas da Embrapa e da Itaipu Binacional, o desafio atual está no consumo energético do sistema, estimado em 114,6 megajoules por quilo de peixe produzido, devido à necessidade de aeração constante.

Para superar essa limitação, recomenda-se o investimento em fontes renováveis e no aprimoramento da eficiência dos equipamentos.

Durante o International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil 2025), produtores e técnicos acompanharam de perto os resultados práticos da tecnologia.

O produtor Valério Angelozi relatou que pretende instalar uma unidade experimental em sua propriedade, após observar que o reaproveitamento de água e o manejo adequado melhoram a qualidade dos peixes e reduzem perdas.

O sistema mostrou-se aplicável em escala comercial e alinhado às exigências do mercado global por alimentos de baixo impacto ambiental.

A produção de tilápia sustentável apoiada na tecnologia de bioflocos, portanto, representa um avanço significativo para a aquicultura moderna.

Sua capacidade de reciclar nutrientes, reduzir o uso de água e gerar subprodutos reaproveitáveis reforça o papel estratégico da ciência na transição para modelos produtivos mais responsáveis e rentáveis.

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Rodrigo Souza

Jornalista formado em 2006 pelo UNI-BH e com mais de 15 anos de experiência na produção de conteúdo otimizado para sites e blogs. Sou apaixonado pela escrita e sempre prezo pela credibilidade. Ao longo da minha carreira, já prestei serviço para diversos portais de notícias e agências de marketing digital na produção de matérias jornalísticas e artigos SEO.

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