Com destaque no agronegócio, a produção de tilápia no Brasil cresce e encontra novas oportunidades internacionais, especialmente nos Estados Unidos e Europa, segundo estudo da Embrapa
A produção de tilápia no Brasil vem se consolidando como uma das principais forças do agronegócio nacional e, segundo estudo recente da Embrapa, o país está diante de um cenário promissor no mercado internacional.
A pesquisa, conduzida pela Embrapa Pesca e Aquicultura, identificou novas oportunidades de exportação tanto para os Estados Unidos quanto para a Europa, mostrando que o setor pode ampliar receitas e fortalecer a presença brasileira em mercados estratégicos, segundo uma matéria publicada.
O levantamento aponta que a tilápia é hoje o principal peixe produzido e exportado pelo Brasil, considerada o carro-chefe da aquicultura nacional.
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Apesar dos avanços expressivos, o estudo revela que há espaço para expansão, especialmente diante das condições naturais favoráveis do país, como qualidade da água e disponibilidade de áreas para cultivo.
A análise também mostra diferenças significativas entre o comportamento do consumo europeu e o norte-americano, além de identificar tendências de mercado e desafios logísticos e tarifários.
Expansão global da piscicultura e os reflexos na produção de tilápia no Brasil
Entre 2013 e 2023, a produção mundial de tilápia aumentou 43%, passando de 4,75 milhões para 6,78 milhões de toneladas, conforme dados da FAO.
A China lidera com 27% da produção global, o equivalente a 1,8 milhão de toneladas.
Em seguida aparecem Indonésia, com 1,4 milhão de toneladas (21%), e Egito, com 960 mil toneladas (14%). O Brasil ocupa a quarta posição, com 440 mil toneladas, o que representa 7% da produção mundial.
Em dez anos, o crescimento brasileiro foi expressivo: em 2013, a produção era de 170 mil toneladas, e em 2023, atingiu o novo patamar com variação positiva de 161%.
O país saltou da oitava para a quarta posição no ranking global, um avanço que reforça o potencial competitivo da produção de tilápia no Brasil.
Essa trajetória está diretamente ligada a investimentos em manejo sustentável e à valorização da piscicultura brasileira, que se destaca por oferecer produtos com rastreabilidade e qualidade reconhecida no exterior.
Mercado norte-americano e o potencial do filé de tilápia congelado brasileiro
Nos Estados Unidos, o consumo per capita de tilápia chega a 460 gramas por ano, o que demonstra a popularidade da espécie entre os consumidores.
Desde a década de 1990, o peixe ganhou espaço nas prateleiras americanas, tornando-se uma das proteínas aquáticas mais consumidas no país.
Em 2024, a tilápia foi a segunda espécie de peixe mais importada pelos EUA, somando 185,5 mil toneladas, equivalentes a 13% do total importado, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Em valor, as importações movimentaram mais de US$ 740 milhões, correspondendo a 6% do total financeiro. O salmão liderou com US$ 5,76 bilhões (50%), seguido pelo atum, com US$ 860 milhões (7%).
Entre 2014 e 2024, o volume de importação de tilápia caiu de 232.290 para 185.522 toneladas, uma redução de 20%, mas o Brasil teve papel de destaque: em 2024, foi o quarto maior exportador de tilápia para os EUA, com 7% do valor e 5% do peso importados, não figurando sequer entre os dez principais em 2014.
De acordo com o pesquisador Manoel Pedroza, da Embrapa Pesca e Aquicultura, há espaço para crescer nas exportações de tilápia congelada, segmento com maior volume de demanda.
Embora o chamado “tarifaço” imposto pelo governo de Donald Trump tenha reduzido as exportações brasileiras em 32% em agosto de 2024, a queda foi menor que a esperada, o que mostra a resiliência do setor.
Além da tilápia congelada, os nichos premium e produtos diferenciados, como cortes especiais, empanados e embalagens prontas, representam oportunidades adicionais para o mercado norte-americano.
Oportunidades no mercado europeu e diferenciação da tilápia brasileira
Na Europa, o consumo médio de tilápia é de 39 gramas por habitante ao ano, com destaque para a Bélgica, onde a média chega a 147 gramas.
Embora o consumo ainda seja restrito a nichos étnicos, como comunidades latino-americanas, árabes e africanas, o continente apresenta potencial de expansão, especialmente diante da elevação dos preços da tilápia chinesa, causada pelo aumento dos custos de ração e transporte.
Em 2024, a tilápia foi a sexta espécie mais importada na categoria de peixes brancos, com 36,6 mil toneladas, frente a um total de 1,4 milhão de toneladas de importações no continente.
Esse volume equivale a 11% das importações de polaca do Alasca (323,3 mil toneladas) e 47% das de panga (77 mil toneladas).
Segundo a Eumofa (European Market Observatory for Fisheries and Aquaculture Products), as importações europeias de tilápia mantiveram estabilidade nos últimos dez anos, girando em torno de 35 mil toneladas anuais, com aumento de 13,5% em valor e 2,4% em volume entre 2014 e 2024.
A produção de tilápia no Brasil tem vantagem competitiva para atender a essa demanda.
A Embrapa destaca que os exportadores nacionais podem aproveitar a boa reputação do filé fresco brasileiro e a ampla oferta de voos internacionais, essenciais para o transporte de produtos frescos, além de investir em estratégias de diferenciação e divulgação.
A abertura de novos mercados e a valorização de produtos com certificação internacional podem consolidar a presença brasileira também no mercado europeu.
Sustentabilidade, inovação e desafios logísticos na piscicultura brasileira
Com a demanda global em alta, o fortalecimento da piscicultura sustentável tornou-se prioridade.
O projeto “Fortalecimento das exportações brasileiras da aquicultura”, coordenado pela Embrapa Pesca e Aquicultura e financiado por emendas parlamentares de números 45000016 e 31760007, em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), busca justamente criar condições técnicas e comerciais para ampliar a exportação de tilápia nacional.
Segundo o estudo, os desafios enfrentados pelos produtores brasileiros envolvem desde o aumento das tarifas até questões de logística e certificação.
O transporte de produtos frescos exige processos ágeis, rastreabilidade e estrutura refrigerada adequada.
Além disso, a redução de custos é fundamental para aumentar a competitividade, especialmente frente à tilápia chinesa e a outras espécies de carne branca, como panga, polaca do Alasca e perca do Nilo.
Por outro lado, as tendências de consumo, como a busca por alimentos rastreáveis, saudáveis e sustentáveis, abrem espaço para o crescimento da produção de tilápia no Brasil em mercados exigentes.
A adoção de tecnologias limpas e o investimento em qualidade do produto reforçam a imagem positiva do pescado brasileiro, consolidando o país como referência em inovação na aquicultura.
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