A produção de maçã em Santa Catarina deve registrar crescimento expressivo na safra 2025/26. Estimativas da Epagri apontam avanço da produtividade e boas perspectivas para produtores e consumidores
A produção de maçã em Santa Catarina vive um momento de otimismo. A estimativa divulgada pela Epagri/Cepa para a safra 2025/26 aponta que o Estado deve colher aproximadamente 615 mil toneladas, um volume 28% superior ao do ciclo anterior, segundo uma matéria publicada.
Mesmo com uma redução de 0,3% na área cultivada, a produtividade média está prevista para crescer 28,4%, alcançando 35,7 mil quilos por hectare.
Esses números não apenas reforçam o protagonismo catarinense no cenário nacional da fruticultura, mas também indicam impactos diretos para o mercado interno e para a renda dos agricultores.
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O levantamento, realizado em setembro de 2025, projeta condições favoráveis tanto para as variedades tradicionais Fuji e Gala quanto para o desenvolvimento econômico das principais regiões produtoras, como os Campos de Lages, Joaçaba e Curitibanos.
Variedade Fuji lidera produção de maçã em Santa Catarina e fortalece mercado
A produção de maçã em Santa Catarina está diretamente associada à variedade Fuji, responsável por 53,8% da área cultivada e 51,2% da estimativa total de colheita.
Logo atrás aparece a variedade Gala, com 44,3% da área e 47,2% da produção. As chamadas maçãs precoces respondem por 1,9% da área e 1,6% da produção estadual.
Nos Campos de Lages, região que concentra 83,1% da produção catarinense, o clima favorece o desenvolvimento da fruta, garantindo um produto de qualidade que abastece tanto o mercado interno quanto o externo. Em Joaçaba, a participação chega a 11,2%, e em Curitibanos, 5,6%.
Com esse aumento no volume, a expectativa é de que os preços sejam mais competitivos para os consumidores, ao mesmo tempo em que a maior produtividade pode assegurar uma margem de lucro mais confortável para os produtores rurais.
Safra de maçã em Santa Catarina cresce e impacta agricultura com novas projeções econômicas
O avanço da produção de maçã em Santa Catarina ocorre em paralelo à divulgação de dados sobre outras culturas agrícolas no Estado.
Segundo a Epagri, o milho deve ter um aumento de 0,83% na área cultivada, totalizando 2,25 milhões de toneladas. A produtividade esperada é de 8.735 kg/ha, a segunda melhor da série histórica.
Na produção de feijão, a área plantada deve cair 5,67%, mas a produtividade projetada de 2.061 kg/ha levará a um aumento de 5,36% na produção total, que deve atingir 67,3 mil toneladas.
O tabaco também ganha espaço: a área cultivada cresce 3,94%, chegando a 97.126 hectares, com produção de 233.782 toneladas, alta de 3,49%.
Esses números mostram que o desempenho da maçã está inserido em um contexto mais amplo de diversificação agrícola.
Ainda assim, especialistas alertam para o risco de retração nos preços de grãos, como soja e milho, devido ao excesso de oferta interna.
Perspectivas da produção de maçã em Santa Catarina no cenário climático e de mercado
O aumento da produção de maçã em Santa Catarina está relacionado não apenas a avanços tecnológicos, mas também a condições climáticas mais favoráveis.
A Epagri/Cepa destaca que, ao contrário de outros anos, as geadas não prejudicaram as plantações, permitindo que a safra alcançasse projeções positivas.
Segundo Glaucia Padrão, analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural, os agricultores devem permanecer atentos ao comportamento do mercado.
Com a oferta ampliada de grãos e o impacto disso nos preços, a maçã pode ganhar mais espaço competitivo, mas exige planejamento estratégico.
“A expectativa é que a análise de mercado e as decisões regionais orientem as escolhas de cultivo e permitam um planejamento mais seguro para a nova safra”, afirmou a pesquisadora.
Essa orientação reforça que o desempenho atual da maçã não depende apenas da produtividade, mas também do equilíbrio entre oferta, demanda e custos de produção.
Regiões produtoras ampliam produtividade e fortalecem produção de maçã em Santa Catarina
A produção de maçã em Santa Catarina continua concentrada em regiões tradicionais, mas com ganhos expressivos de produtividade. Nos Campos de Lages, onde está a maior fatia da safra, os produtores projetam colheitas recordes.
O microclima favorável e a adoção de técnicas modernas, como o uso de porta-enxertos adaptados e manejo controlado, ampliam os resultados.
No Norte e Vale do Itajaí, onde predominam culturas como banana, que deve alcançar 770 mil toneladas na safra 2025/26, os produtores também acompanham com interesse o desempenho da maçã, já que a diversidade agrícola da região favorece o equilíbrio econômico.
Enquanto isso, o arroz, que em 2024/25 bateu recorde, enfrenta queda de 1,29% na área e 4,91% na produtividade, retornando a patamares considerados normais. Essa oscilação reforça o peso da maçã como alternativa de estabilidade no setor agrícola catarinense.