Com foco na produção de erva-mate, o novo arranjo de pesquisa no Paraná promove inovação sustentável, fortalece a economia regional e amplia o potencial de exportação e novos produtos alimentares
A produção de erva-mate está prestes a ganhar novo fôlego no Paraná com o lançamento do Arranjo de Pesquisa e Inovação Erva-Mate: Inovação e Valorização (NAPI Erva-Mate), segundo uma matéria publicada.
A iniciativa, apoiada pelo Governo do Estado por meio da Fundação Araucária, reúne universidades, centros de pesquisa e representantes da indústria para desenvolver práticas mais sustentáveis e eficientes em toda a cadeia produtiva.
O investimento de R$ 3,9 milhões promete impulsionar tecnologias que beneficiem desde o pequeno produtor até o mercado exportador, com foco na competitividade e na qualidade do produto.
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O Paraná mantém sua posição de líder nacional, respondendo por 17,2% da produção total brasileira, segundo dados de 2024. São Mateus do Sul destaca-se como o principal polo de extração.
Mesmo com uma leve queda de 11,3% no valor de produção em relação a 2023, o setor movimentou expressivos R$ 522,8 milhões, consolidando-se como o segundo produto não madeireiro mais relevante da região Sul.
Tecnologias verdes e processos industriais da erva-mate promovem ganhos em eficiência e qualidade
Entre os principais objetivos do NAPI, está a modernização dos processos industriais da erva-mate, coordenada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e pela Embrapa Florestas.
A proposta de produção de erva-mate inclui o desenvolvimento de protocolos inéditos de classificação sensorial, permitindo que a matéria-prima seja direcionada com precisão para diferentes finalidades, como chimarrão, tererê ou outros derivados.
A professora Vânia de Cássia Fonseca Burgardt, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), destaca que o foco é integrar a cadeia, da lavoura ao consumidor final.
Segundo ela, as pesquisas buscam reduzir contaminantes que limitam a exportação, melhorar o rendimento das colheitas e ampliar o valor agregado do produto final.
“Nosso desafio é garantir maior retorno econômico ao pequeno produtor, sem perder de vista a sustentabilidade”, explica.
Além disso, o eixo da produção primária, sob responsabilidade da Embrapa Florestas, validará genótipos com características químicas e sensoriais diferenciadas, implantando sistemas de cultivo inovadores e economicamente viáveis.
Essa etapa é essencial para alinhar produtividade e preservação ambiental.
Erva-mate e saúde: novos produtos e oportunidades na alimentação e na exportação
O terceiro eixo do NAPI aborda o desenvolvimento de produtos voltados à alimentação e ao bem-estar, com foco nos benefícios funcionais da erva-mate.
Coordenado pela UTFPR e pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o projeto conta com a participação da Sustentec e de universidades internacionais, que conduzirão estudos clínicos sobre os potenciais efeitos da erva-mate no coração e no metabolismo.
Esses resultados podem abrir espaço para aplicações na indústria farmacêutica e de alimentos funcionais.
Outro ponto central é o incentivo ao uso da erva-mate como ingrediente alimentar, com a criação de novas receitas e produtos para escolas e restaurantes.
O projeto prevê cursos de capacitação para merendeiras e produtores, disseminando boas práticas e conhecimento técnico sobre manipulação e preparo.
Essa estratégia fortalece a produção de erva-mate em âmbito social e educacional, ampliando seu papel na segurança alimentar regional.
O envolvimento direto da Associação de Produtores e Industriais de Erva-Mate (Apimate) assegura a aplicação prática dos resultados, favorecendo a transferência de tecnologia e a geração de renda local.
Luiz Márcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, enfatiza que o NAPI Erva-Mate representa um modelo de parceria entre universidades e sociedade civil, voltado para entregas concretas e resultados mensuráveis.
Expansão de mercados e fortalecimento da produção de erva-mate como vetor de desenvolvimento sustentável
A última etapa do projeto será dedicada à comunicação e à devolutiva de resultados aos diversos segmentos da cadeia produtiva.
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) apoiará a implementação de treinamentos e ações que aproximem produtores, pesquisadores e indústrias.
Essa integração permitirá transformar conhecimento científico em soluções aplicáveis, reforçando a produção de erva-mate como pilar de inovação, sustentabilidade e competitividade para o estado.
O NAPI Erva-Mate consolida o Paraná como referência nacional em pesquisa agroindustrial e sustentabilidade.
Ao unir ciência, tecnologia e tradição, o programa estimula o uso integral da erva-mate, ampliando mercados, promovendo inclusão produtiva e projetando o estado como protagonista na agenda global da bioeconomia.
Com isso, a produção de erva-mate se torna não apenas um símbolo cultural, mas também um motor estratégico de desenvolvimento para o futuro paranaense.



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