Com a retomada das compras chinesas, a produção de carne de frango no Paraná mantém ritmo forte, amplia exportações e reforça o controle sanitário e o papel das cooperativas na economia estadual
A produção de carne de frango no Paraná volta a ocupar posição de destaque no cenário global após a liberação das exportações para a China, segundo uma matéria publicada.
O estado, responsável por mais de um terço do abate nacional, retoma o ritmo acelerado das vendas externas e reafirma seu papel como referência em qualidade, sustentabilidade e eficiência produtiva.
A decisão do governo chinês, tomada em novembro, encerrou meses de suspensão temporária e devolveu confiança ao setor avícola brasileiro, principalmente aos produtores paranaenses, que veem na parceria com o país asiático um dos pilares de seu desempenho econômico.
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No segundo trimestre de 2025, o Paraná respondeu por 558,6 milhões de aves abatidas, equivalendo a 34,1% da produção brasileira no período.
Santa Catarina, com 13,7%, e o Rio Grande do Sul, com 11,4%, completam a força da região Sul no setor.
De janeiro a outubro deste ano, o estado exportou 1,73 milhão de toneladas de carne de frango, gerando receita superior a US$ 3,07 bilhões, segundo dados do Comex Stat, sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Exportações de carne de frango para a China retomam crescimento consistente
A retomada do mercado chinês tem peso estratégico para o agronegócio estadual.
Em 2024, o Paraná exportou 280,5 mil toneladas do produto para o país asiático, o equivalente a 12,9% das vendas externas totais do estado.
Essa quantidade representou faturamento de US$ 695,46 milhões. Já em 2025, mesmo com parte do ano marcada pela suspensão temporária, as vendas somaram 122,45 mil toneladas, com receita de US$ 301,03 milhões.
De acordo com o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Marcio Nunes, a China absorve entre 10% e 12% de toda a produção paranaense e é o maior consumidor mundial de cortes específicos, como o pé de frango, pouco valorizado no mercado interno.
“Esse comércio é vital para as cooperativas e indústrias integradas, pois amplia a rentabilidade e garante estabilidade ao produtor”, destacou.
A produção de carne de frango no Paraná se beneficia diretamente da confiança sanitária conquistada ao longo de décadas.
O reconhecimento internacional do controle de doenças, somado à rastreabilidade e à eficiência logística, coloca o estado em vantagem competitiva diante de outros grandes exportadores globais.
Cooperativas do Paraná reforçam papel econômico e sustentabilidade nas exportações
As cooperativas agroindustriais têm papel central na expansão do setor. Segundo o analista técnico da Ocepar, Alexandre Monteiro, a liberação chinesa impulsiona o retorno de oportunidades para as indústrias cooperadas, que representam parte significativa das exportações.
Ele ressalta que o modelo cooperativo combina tecnologia, rastreabilidade e sustentabilidade, gerando emprego e renda em várias regiões.
Além disso, o setor adota práticas de bem-estar animal e controle ambiental, o que aumenta a credibilidade dos produtos paranaenses nos mercados internacionais.
As cooperativas mantêm padrões rigorosos de qualidade, garantindo que a produção de carne de frango no Paraná atenda às exigências de segurança alimentar e sustentabilidade esperadas pelos compradores internacionais.
Esse modelo fortalece o desenvolvimento regional e sustenta milhares de empregos diretos e indiretos, principalmente em municípios do interior, onde o agronegócio é a principal base econômica.
Controle sanitário e vigilância reforçam confiança na carne paranaense
Após a suspensão imposta em maio devido a um caso isolado de influenza aviária no Rio Grande do Sul, o Brasil recuperou em junho o status de país livre da doença.
No Paraná, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) intensificou o monitoramento em mais de 300 propriedades rurais, com atendimento a possíveis suspeitas em menos de 12 horas.
Essas ações, associadas a programas permanentes de capacitação técnica e vigilância de aves migratórias, consolidam a imagem do estado como referência em biossegurança.
O trabalho preventivo é essencial para garantir que a produção de carne de frango no Paraná mantenha o padrão de excelência exigido pelo mercado chinês e por mais de 140 países que importam o produto paranaense.
A credibilidade conquistada pelo controle sanitário e pela eficiência logística reafirma o protagonismo do Paraná na cadeia avícola mundial, assegurando perspectivas positivas para o futuro das exportações brasileiras.


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