Produção de aves e suínos da BRF alcança 66% com energia solar, envolvendo milhares de produtores integrados e metas globais de descarbonização validadas pela SBTi.
A BRF, gigante global de alimentos e dona de marcas como Sadia, Perdigão e Qualy, registrou um crescimento notável na produção de aves e suínos com energia solar. O índice saltou de 49% para 66%, resultado direto de uma estratégia de engajamento com os produtores integrados da companhia, conforme noticiado pela Agrimídia nesta segunda-feira, 08/09.
Esse movimento mostra como a empresa tem transformado sua cadeia de valor, ao incentivar a migração para fontes renováveis e reduzir a dependência da energia convencional.
Frangos, perus e suínos em ritmo acelerado de transição
Quando observados separadamente, os números ganham ainda mais relevância. A produção de frangos subiu de 58% para 68%. Já no caso dos perus, a evolução foi de 64% para 73%.
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No entanto, o maior salto ocorreu na suinocultura, que praticamente dobrou sua participação em energia solar: de 28% em 2023 para 51% em 2024. Esses resultados indicam que a transição energética não se limita apenas às aves, mas também alcança de forma robusta a produção de suínos.
A adoção de energia solar já faz parte da rotina de cerca de quatro mil produtores integrados, espalhados por sete estados brasileiros — Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — além da Turquia.
O volume de energia gerado por essas propriedades é tão expressivo que teria capacidade para abastecer uma cidade de aproximadamente 230 mil habitantes. Esse dado mostra o impacto concreto da iniciativa, tanto em escala ambiental quanto social.
Incentivo financeiro e redução de custos
O avanço dos integrados foi viabilizado por meio de um convênio entre a BRF e o Banco do Brasil, que disponibiliza R$ 200 milhões em crédito com taxas reduzidas para financiar a instalação de sistemas solares.
Além da contribuição ambiental, os ganhos econômicos têm sido significativos. Em média, os produtores relatam uma economia de 95% no custo com energia elétrica, tornando a alternativa não apenas sustentável, mas também rentável.
Em 2025, a BRF deu um passo decisivo ao ter suas metas de descarbonização aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTi). A empresa se tornou a primeira do setor de alimentos no Brasil a conquistar a validação dentro da nova metodologia FLAG, voltada para florestas, uso da terra e agricultura.
O compromisso é reduzir em 51% as emissões diretas (escopos 1 e 2) até 2032. Isso inclui fábricas, centros de distribuição e consumo de energia em operações próprias. Já nas emissões indiretas (escopo 3), que representam 98% do total e abrangem toda a cadeia, a meta é cortar 35,7%.
De acordo com Paulo Pianez, diretor global de sustentabilidade da BRF, o engajamento dos produtores é fundamental nesse processo: “Para uma companhia com a dimensão da BRF, a redução das emissões não é um movimento isolado, mas uma jornada que envolve toda a cadeia. O protagonismo dos produtores integrados na adoção de energia solar mostra que é possível conciliar sustentabilidade com ganhos reais no campo”.