O Programa Caminho Verde Brasil foi apresentado à AMPA e promete estimular a produção de algodão no Mato Grosso, incentivando práticas sustentáveis e crédito acessível aos produtores rurais
A produção de algodão no Mato Grosso tem se destacado nacional e internacionalmente, consolidando o estado como referência em produtividade, tecnologia e sustentabilidade, segundo uma matéria publicada.
Durante a reunião realizada em Cuiabá (MT), o assessor especial do ministro da Agricultura e Pecuária e coordenador do Programa Caminho Verde Brasil, Carlos Augustin, apresentou à diretoria da Associação Matogrossense de Produtores de Algodão (AMPA) a nova proposta do governo federal para recuperação de áreas degradadas e ampliação de sistemas produtivos sustentáveis.
O encontro reforçou o papel estratégico do estado na transição para um modelo de agronegócio mais verde e competitivo.
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Com foco em reduzir o impacto ambiental e garantir acesso a novos mercados internacionais, o Programa Caminho Verde Brasil oferece linhas de crédito com juros abaixo da média nacional.
Segundo Augustin, o objetivo é consolidar o país como o maior produtor de alimentos e fibras do mundo com alto nível de sustentabilidade.
Essa iniciativa pode marcar uma nova etapa para o agro mato-grossense, especialmente para os produtores de algodão, que já respondem por números expressivos na economia brasileira.
Caminho Verde Brasil e o financiamento sustentável no campo
Entre os principais atrativos do Caminho Verde Brasil está a oferta de crédito facilitado, disponível em dez instituições financeiras, incluindo Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco e Rabobank.
Os produtores interessados deverão assumir compromissos ambientais, como evitar o desmatamento de novas áreas e apresentar balanços anuais de carbono.
Essa exigência reforça o compromisso do programa com o desenvolvimento sustentável e o cumprimento das metas de redução de emissões.
O coordenador destacou que a meta do projeto é recuperar 40 milhões de hectares de áreas degradadas em dez anos, destinando-as a sistemas produtivos agropecuários e florestais integrados.
Essa abordagem promove a geração de renda e a diversificação da produção, fortalecendo a segurança alimentar e a transição energética.
A produção de algodão no Mato Grosso será diretamente beneficiada, pois o estado reúne condições ideais para unir produtividade, tecnologia e conservação ambiental.
O presidente da AMPA, Orcival Guimarães, reforçou durante o encontro que o crédito mais acessível permitirá a adesão de um número maior de produtores.
Ele destacou que o principal desafio local ainda é a recuperação de pastagens degradadas, que representam grande parte das áreas com potencial de renovação produtiva.
Crescimento da produtividade e expansão da área agrícola
Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmam o avanço contínuo da agricultura mato-grossense.
A safra 2024/2025 de algodão atingiu 6,92 milhões de toneladas em caroço e pluma, um aumento de 8,3% em relação ao ciclo anterior.
O cultivo ocupou 1,46 milhão de hectares, com 2,87 milhões de toneladas apenas em pluma, consolidando o estado como o maior produtor nacional do setor.
Além disso, a área total de cultivo de grãos passou de 21,6 milhões de hectares na safra 2023/2024 para 22,3 milhões em 2024/2025, crescimento de 2,9%.
O ganho de produtividade por hectare foi de 15,4%, com média de 5.020 quilos, contra 4.349 quilos no ciclo anterior.
Esses resultados reforçam o papel do estado como potência agrícola. Se fosse um país, Mato Grosso ocuparia o terceiro lugar no ranking mundial de produção de soja.
Esse desempenho é um reflexo direto do investimento em tecnologia, gestão eficiente de recursos hídricos e programas de incentivo, como o Caminho Verde Brasil, que estimulam práticas de baixa emissão de carbono e o uso responsável do solo.
Sustentabilidade e futuro do agronegócio brasileiro
O avanço da produção de algodão no Mato Grosso está alinhado com a tendência global de valorização de produtos sustentáveis e rastreáveis.
O Programa Caminho Verde Brasil atua como ponte entre a produtividade e a preservação ambiental, ampliando o acesso dos produtores brasileiros a mercados que exigem comprovação de origem limpa.
A iniciativa também contribui para que o Brasil consolide sua posição estratégica nas agendas climáticas internacionais, ao mesmo tempo em que impulsiona a modernização do campo.
A adesão crescente de agricultores mato-grossenses demonstra que sustentabilidade e rentabilidade podem caminhar juntas quando há políticas públicas bem estruturadas e acesso a financiamento justo.
Assim, o estado segue se firmando como símbolo de inovação no agro e modelo de referência para outras regiões do país, mostrando que o equilíbrio entre produção, crédito verde e conservação ambiental é o caminho mais seguro para o futuro do setor.


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