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Problemas na gasolina brasileira: fraudes e adulterações colocam bolso e segurança do consumidor em risco

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 15/07/2025 às 19:38
Gasolina Brasileira: Os Golpes nos Postos e Como se Proteger
Gasolina Brasileira: Os Golpes nos Postos e Como se Proteger
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De bombas adulteradas a fraudes no pagamento, saiba como a má qualidade e as práticas ilegais envolvendo a gasolina brasileira afetam seu bolso e sua segurança, e o que fazer para não ser a próxima vítima.

O simples ato de abastecer o carro se transformou em um campo minado para o consumidor. O problema da gasolina brasileira vai muito além do preço na bomba; ele envolve uma série de golpes sofisticados que lesam o motorista, danificam veículos e colocam a segurança de todos em risco. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que as denúncias de irregularidades em postos cresceram, revelando um cenário preocupante.

Enquanto você acredita estar enchendo o tanque, pode estar sendo vítima de fraudes que vão desde a quantidade de combustível injetada até a qualidade do produto. Esses esquemas evoluíram a ponto de se tornarem quase invisíveis, enganando até mesmo a fiscalização e exigindo uma postura cada vez mais atenta do consumidor para evitar prejuízos financeiros e mecânicos.

O “open bar” de golpes nos postos

As fraudes nos postos de combustíveis são variadas e podem ocorrer em qualquer etapa do abastecimento. Conhecer as principais é o primeiro passo para se defender.

Bomba baixa (fraude na quantidade): Este é o golpe mais clássico. O visor da bomba mostra um valor, mas a quantidade de combustível que entra no seu tanque é bem menor. Em alguns casos, a diferença pode chegar a 15%, um roubo silencioso que gera lucros milionários para os fraudadores. A fraude pode ser tão sofisticada que a bomba funciona normalmente apenas durante os testes da fiscalização.

Combustível adulterado: Talvez o golpe mais perigoso. A gasolina brasileira ou o etanol são misturados com solventes, água ou até metanol — uma substância tóxica e proibida. O resultado para o seu carro é desastroso: entupimento de bicos injetores, corrosão de peças e falhas graves no motor. A “Operação Bomba Baixa”, do Ministério Público do Rio de Janeiro, desvendou redes criminosas que usavam metanol para baratear o custo, colocando em risco a saúde pública.

Fraudes no pagamento e “empurroterapia”: O perigo continua na hora de pagar. Maquininhas com o visor adulterado ou a clonagem de cartões são comuns. Além disso, há o golpe dos “serviços não solicitados”, em que frentistas realizam procedimentos desnecessários e cobram valores absurdos, mirando principalmente consumidores vulneráveis, como idosos. Casos extremos, como o de uma idosa cobrada em R$ 8.000 por uma troca de óleo em Guarulhos, mostram a audácia dos criminosos.

O rombo na economia e a resposta da fiscalização

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As fraudes nos postos causam um prejuízo estimado em R$ 5 bilhões por ano aos consumidores brasileiros. Esse rombo não fica apenas no bolso de quem abastece; ele encarece o transporte e, por consequência, o preço de quase todos os produtos e serviços.

Diante desse cenário, a fiscalização tem se intensificado. Em 2024, a Lei nº 14.874/2024 endureceu as regras, e a ANP pode aplicar multas que chegam a R$ 5 milhões e até revogar a autorização de funcionamento de distribuidoras e postos reincidentes. Ações de fiscalização são constantes em todo o país, mas os flagrantes continuam:

  • Em Vila Velha (ES), um posto foi autuado por vender gasolina comum como se fosse aditivada.
  • Em São Paulo (SP), diversas operações recentes resultaram em dezenas de postos autuados por fraudes nas bombas e problemas de qualidade.
  • No Pará e em Goiás, estabelecimentos foram flagrados vendendo combustível fora das especificações legais.

Como se proteger na hora de abastecer?

Embora a fiscalização atue, a proteção mais eficaz começa com o próprio consumidor. Adotar uma postura vigilante pode evitar grandes prejuízos.

Na bomba: Antes de abastecer, verifique se a bomba possui o selo do Inmetro intacto e dentro da validade. Sempre peça para o frentista zerar o visor antes de iniciar. Desconfie de postos com preços muito abaixo da média do mercado.

No pagamento: Nunca perca seu cartão de vista. Dê preferência ao pagamento por aproximação, que é mais seguro. Antes de digitar a senha, confira o valor na tela da maquininha e sempre peça o comprovante.

Na qualidade: Você tem o direito de exigir o “teste da proveta” no posto para verificar o teor de etanol na gasolina brasileira. O estabelecimento é obrigado a realizar o teste na sua frente. Se houver recusa, é um forte indício de irregularidade.

Na denúncia: Caso suspeite de fraude, denuncie. A ANP recebe denúncias, inclusive anônimas, pelo telefone 0800 970 0267 ou pelo seu site oficial. Aplicativos como o “Fala Consumidor” também facilitam o registro de queixas.

E você, já passou por alguma situação suspeita em um posto de combustível? Como você se protege? Compartilhe sua experiência nos comentários.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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