A Maersk, empresa gigante do setor de transporte marítimo, receberá ainda nesta semana seu primeiro navio movido a metanol, com foco em sustentabilidade.
Um novo navio cargueiro, que foi encomendado pela Maersk há dois anos, zarpa ainda nesta semana, sendo este o primeiro a operar com metanol ecológico. Este combustível é desenvolvido através de metano capturado de resíduos de alimentos em aterros sanitários.
Maersk busca comprar apenas embarcações que possam usar combustíveis verdes
A Maersk, uma das maiores empresas marítimas do mundo, encomendou o navio movido a metanol há dois anos como parte de seu compromisso em comprar apenas navios novos que possam utilizar combustíveis verdes. Enquanto a embarcação realiza sua primeira viagem, da Coreia do Sul à Dinamarca, a Maersk já conta com outros 25 navios movidos a metanol encomendados e também está começando a modificar navios mais antigos para que usem o mesmo combustível. Até o final desta década, a Maersk, que opera mais de 700 navios e conta com 300 deles, planeja transportar um quarto de sua carga marítima utilizando combustíveis ecológicos. O metanol verde, que pode ser gerado por meio de gás de fontes vegetais, como resíduos de alimentos, ou de eletricidade renovável, podendo reduzir as emissões de um navio em 65 a 70%.
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De maneira global, o setor marítimo é responsável por emitir cerca de um bilhão de toneladas de emissões de gases de efeito estufa por ano, quase o mesmo que o setor aéreo. Como não é possível eliminar as emissões por completo, o metanol ecológico não é uma solução perfeita. Já estão sendo desenvolvidas outras tecnologias que focam em reduzir as emissões em navios, incluindo amônia, eletrificação e hidrogênio líquido e outros. Entretanto, como o setor é um grande poluidor e seguir o caminho correto para estar dentro das metas climáticas de Paris exige ação imediata, a Maersk optou por avançar com os investimentos em metanol verde porque viu uma grande viabilidade.
Maersk visa alcançar a neutralidade em 2040
Segundo Morten Bo Christiansen, responsável pela liderança na descarbonização da Maersk, há um grande temor de fazer a aposta errada ou errar de alguma forma e, claro, no mundo ideal, seria possível passar uma década descobrindo todos os prós e contras do navio movido a metanol e também o que é ideal. Entretanto, é necessário resolver este problema agora. A indústria planeja alcançar a meta de zero líquido até 2050, entretanto, a Maersk planeja alcançá-la uma década antes.
Christiansen afirma que há três anos, nenhum navio deste tipo era encomendado Agora, 5 outras transportadoras também estão adquirindo, com 120 navios já em andamento. O próximo desafio para o navio movido a metanol é ampliar a produção do combustível e reduzir o custo, que é atualmente duas ou até três vezes mais caro que o combustível comum. Ainda assim, segundo ele, caso o custo extra diminua, o impacto pode ser relativamente pequeno. Para um par de tênis que cruza o oceano, por exemplo, mudar para combustível ecológico pode significar o pagamento de 5 centavos a mais.
Maersk também planeja atuar na conversão de navios
A empresa está com planos de converter um de seus navios para operar com metanol. O retrofit do motor para biocombustível está programado para ocorrer em meados de 2024, com foco em demonstrar a viabilidade da modernização de embarcações existentes em vez de criar novos navios.
A Maersk fechou um acordo com a Man Energy Solutions para fazer a conversão do motor da embarcação. A MAN Es é especializada em sistemas de propulsão marítima e trará sua expertise para adaptar o motor do navio para funcionar com o biocombustível metanol verde.