O navio de minério de ferro atracado agora no Rio de Janeiro, no litoral sul fluminense, é equipado com tecnologia de velas rotativas de última geração
O primeiro navio de minério de ferro do mundo, equipado com sistema de velas rotativas, foi recebido na última terça-feira, 11, no litoral sul do Rio de Janeiro. O sistema acoplado nos navios permite uma maior utilização da força dos ventos, fazendo com que assim a eficiência da embarcação seja aumentada e que as emissões de carbono sejam diminuídas, de acordo com o site
A embarcação de minério está localizada no Terminal da Ilha Guaíba (TIG), possuindo uma capacidade de 325 mil toneladas e sendo operado pela Vale, em Mangaratiba, no litoral do Rio de Janeiro. Chamado de “Sea Zhoushan”, o navio foi recebido nas instalações do Rio de Janeiro após adaptações realizadas no final de 2022.
O que são as velas rotativas presentes nas embarcações de minério no Rio de Janeiro?
As velas rotativas presentes nas embarcações atracadas no Rio de Janeiro recentemente são rotores cilíndricos que possuem cada um 24 metros de altura, o que equivale a um prédio de 7 andares. Durante a operação dos navios do Rio de Janeiro, os rotores se movimentam de forma circular em diferentes velocidades, a depender das condições ambientais e operacionais do navio, criando uma diferença de pressão, fazendo com que o navio se mova para frente.
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De acordo com o gerente de Engenharia Naval da Vale, Rodrigo Bermelho: “São cinco velas instaladas ao longo da embarcação que trazem um ganho de eficiência de até 8% e uma consequente redução de até 3,4 mil toneladas de CO2 equivalente por navio por ano”. Até agora, a embarcação já fez 5 viagens de minério de ferro, desde julho de 2021, minério este produzido pela Vale.
O navio de minério de ferro no Rio de Janeiro é o primeiro do mundo a utilizar um sistema de velas rotativas, que produz um ganho de eficiência energética de até 8%, reduzindo as emissões de carbono
Tecnologia da embarcação de minério de ferro é um sucesso
De acordo ainda com Bermelho, a tecnologia presente nos navios de minério no Rio de Janeiro vem se mostrando bem-sucedida em testes e tem estimulado parcerias e novos projetos. Como explica ele: “A Vale entrou recentemente no mercado, por exemplo, com uma solicitação para contratos de longo prazo para um projeto inovador de novos navios Guaibamax equipados com velas a rotor e movidos a biocombustível, permitindo o uso de metanol como alternativa ao bunker”.
A mistura dessas duas tecnologias possuem um grande potencial para diminuir aproximadamente 23% das emissões de gases do efeito estufa se comparado com a geração atual de navios. Também, o navio foi projetado com flexibilidade para que assim, no futuro, o navio de minério possa receber um tanque e também sistemas para utilizar gás natural liquefeito ou amônia, se por acaso os combustíveis forem uma melhor opção em termos de valores.