O primeiro túnel submerso do Brasil promete revolucionar a conexão entre Santos e Guarujá, mas a um preço ambiental alarmante. Com R$ 6 bilhões investidos, a obra ameaça manguezais, fauna marinha e a balneabilidade das praias. Será o progresso à custa da biodiversidade? Ambientalistas questionam os impactos dessa megaestrutura e o verdadeiro custo da modernidade.
Na região costeira do estado de São Paulo, um projeto ambicioso promete transformar a mobilidade e impulsionar a economia local.
No entanto, sob o brilho da modernidade, surgem dúvidas inquietantes sobre os impactos ambientais e sociais dessa construção monumental.
O primeiro túnel submerso do Brasil, que liga Santos e Guarujá, carrega uma promessa de avanço, mas também um alto custo ambiental que desafia especialistas e preocupa a população.
- General Motors cria sistema de demissão peculiar: os 5% piores saem! Modelo tem gerado polêmica
- China está construindo a maior barragem do mundo em área SÍSMICA e o risco é catastrófico!
- Falta de mão de obra qualificada no Brasil é principal ameaça para importante setor, diz pesquisa
- Governo tem data para lançar projeto ambicioso que recupera trecho de rodovia fundamental para o agro e indústria
De acordo com o Diário do Litoral, o projeto prevê investimentos de R$ 6 bilhões e tem como meta gerar aproximadamente 9 mil empregos diretos e indiretos.
Contudo, a magnitude dessa obra também implica no desmatamento de cerca de 105 mil metros quadrados de Mata Atlântica, incluindo manguezais e áreas de restinga.
Essas regiões são fundamentais para a biodiversidade e a proteção costeira, o que acendeu o alerta entre ambientalistas e moradores locais.
Impactos ambientais preocupantes
Segundo o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), elaborado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a construção do túnel requer o desmatamento de 44 mil metros quadrados de manguezais, incluindo áreas localizadas dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) da Serra de Santo Amaro.
Além disso, aproximadamente 3.640 metros quadrados de mangues em estágio avançado de preservação também serão removidos.
Esses manguezais desempenham um papel vital na alimentação de tartarugas-verdes (Chelonia mydas), principalmente os exemplares jovens, que dependem de algas marinhas.
O Diário do Litoral destaca que a supressão dessa vegetação pode comprometer a sustentabilidade de diversas espécies marinhas, além de agravar os riscos de erosão costeira e enchentes.
O relatório também alerta para a perda de habitats de espécies terrestres endêmicas da Mata Atlântica, como tamanduás e preguiças.
Além disso, a remoção da vegetação nativa pode agravar o problema do aquecimento local, uma vez que a cobertura vegetal desempenha um papel crucial na regulação climática.
Vida marinha sob ameaça
A obra também apresenta sérios riscos à fauna aquática.
Conforme a FIPE, a dragagem do fundo do estuário elevará a turbidez da água, suspendendo sedimentos contaminados por metais pesados, como aqueles despejados por indústrias de Cubatão durante décadas.
Essa turbidez comprometerá a balneabilidade das praias de Santos e afetará a saúde de espécies marinhas, desde pequenos crustáceos até botos e golfinhos.
De acordo com os técnicos consultados pelo relatório, existe a possibilidade de bioacumulação de metais pesados na cadeia alimentar, afetando tanto espécies marinhas como a saúde humana por meio do consumo de frutos do mar contaminados.
O aumento da sedimentação no fundo do estuário também pode prejudicar os berçários naturais de peixes, impactando a atividade pesqueira artesanal da região.
Segundo o Diário do Litoral, outra preocupação é o aumento do risco de colisão entre embarcações e animais marinhos devido à baixa visibilidade.
Para os turistas e moradores, isso pode impactar diretamente o ecoturismo, um dos principais atrativos da região.
Poluição e efeitos colaterais
O Relatório de Impacto Ambiental também aponta para um aumento significativo nos níveis de poluição do ar e da água durante a execução do projeto.
As escavações e o transporte de materiais geram poeira em níveis preocupantes, enquanto a pavimentação das vias de acesso pode liberar gases como o dióxido de nitrogênio (NO2) e dióxido de enxofre (SO2), que afetam a qualidade do ar.
Conforme o estudo, há ainda o risco de derramamento de óleo e outros combustíveis das máquinas utilizadas na obra, que podem contaminar áreas de mangue e cursos d’água.
Essa contaminação, somada aos sedimentos ricos em metais pesados levantados durante a dragagem, representa uma ameaça significativa à qualidade da água subterrânea e ao abastecimento local.
Logística e interrupções portuárias
A construção também causará impactos diretos no porto de Santos, um dos mais movimentados do Brasil.
Durante a instalação dos módulos do túnel, o tráfego no canal do estuário será parcialmente interditado, o que pode exigir o redirecionamento de cargas para outros portos do país.
Segundo o Diário do Litoral, esse desvio pode gerar custos adicionais e afetar o cronograma de exportações.
Adicionalmente, o aumento do tráfego de caminhões pesados e maquinário durante a construção pode sobrecarregar a infraestrutura urbana de Santos e Guarujá.
O relatório destaca o risco de congestionamentos e aumento do desgaste das vias urbanas, trazendo transtornos à população local.
Avaliação e futuro das obras do túnel
Atualmente, o projeto segue em análise pela CETESB, responsável pelo licenciamento ambiental.
Em nota, a Secretaria de Estado de Parcerias em Investimentos informou que as contribuições recebidas em audiências públicas estão sendo consideradas para revisão do projeto.
Diante de tantas implicações, a questão permanece: vale a pena sacrificar recursos naturais valiosos e a qualidade de vida em prol de melhorias na infraestrutura? Para muitos especialistas, a resposta depende de soluções que mitiguem os danos ambientais e garantam compensações reais para as comunidades afetadas.
De acordo com ambientalistas, uma alternativa seria a adoção de técnicas menos invasivas, como o uso de tecnologias de engenharia que minimizem o desmatamento.
Estudos complementares também poderiam avaliar a viabilidade de rotas alternativas ou sistemas de transporte que causem menos impacto ambiental.
O primeiro túnel submerso do Brasil, ainda que grandioso, é uma obra que evidencia a constante tensão entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. O desfecho dessa história, sem dúvida, será um marco para os projetos de infraestrutura no país.
Quais outras alternativas poderiam atender às necessidades de mobilidade da região sem comprometer o ecossistema?
Este desmatamento não fará a menor falta ao pais que já possui bilhões de arvores e uma floresta maior que toda a europa e asia JUNTAS.
Discutir este assunto é coisa de maníaco esquerdop@tolóide.
****…. Não sabe a diferença entre floresta amazônica, manguezal, ambiente marinho…. muito **** mesmo!!!!!
Acredito que dependendo da estrutura principalmente a parte do interior pode até favorecer a fauna e a vida maarinha alem de dar todo um charme, como um presente a essa linda paisagem