Após alguns entraves que surgiram com a participação de 7 usinas por liminares do STJ, foi alegada disputa em condições desiguais
Realizado em dezembro de 2021 pela Aneel e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o 1º leilão de reserva de capacidade terminou com 17 usinas vencedoras e a contratação de 4,6 GW de potência a um custo de R$ 57,3 bilhões.
Leia também
- Petrobras abre megalicitação e as gigantes do petróleo NOV, TechnipFMC e Baker entram na disputa para aquisição de dutos flexíveis especiais para seis projetos do pré-sal
- Instalação de plantas de produção de hidrogênio azul em plataformas offshore já existentes no pré-sal da Bacia de Santos pode ser rota para gás natural na transição energética
- Faetec abre 30.000 vagas em mais de 50 cursos gratuitos de capacitação profissional nas áreas de Manutenção Industrial, Tecnologia, Educação, Idiomas e Cultura em várias unidades do Rio de Janeiro
No entanto, um entrave que surgiu foi a participação de 7 usinas por meio de liminares concedidas pelo STJ. Essas decisões permitiram que esses empreendimentos participassem do leilão com um custo de despacho acima de R$ 600/MWh, o que foi proibido no edital.
Alexandre Aroeira Salles, doutor em Direito e sócio fundador da banca Aroeira Salles, comenta: “O Edital prevê que, no caso de revogação ou anulação da Adjudicação de uma Proponente, a Aneel poderá convidar outra proponente, sucessivamente e segundo a ordem crescente dos valores dos lances. De forma semelhante, se houver a inabilitação de uma proponente, a sucessora será convocada a apresentar seus documentos de habilitação e, caso habilitada, será adjudicada nas condições de sua proposta”.
-
EUA ampliam cooperação com o Brasil no hidrogênio verde para não perder espaço para China e Europa: Casa Branca mira projetos bilionários de energia limpa e aposta em acordos estratégicos para dominar a transição energética
-
Brasil pode liderar exportações globais de hidrogênio verde até 2030, mas especialistas alertam: ‘risco de repetir o erro histórico do minério e virar apenas fornecedor barato’ para Europa e China
-
Do sertão para o mundo: multinacionais da Europa, China e Austrália investem bilhões em usinas solares e eólicas no Nordeste para transformar vento e sol em hidrogênio verde e colocar o Brasil na vitrine global da energia limpa
-
Portos de Pecém e Suape passam por transformação bilionária para exportar hidrogênio verde. Obras, usinas e contratos prometem colocar Brasil no centro da revolução energética
Sobre as participações por liminares do STJ, Aroeira Salles completa: “Caso a liminar do STJ não seja confirmada em sede definitiva, poderá haver o cenário em que: (i) no caso de já ter havido a adjudicação, a Aneel terá a opção de convidar a proponente sucessora; e (ii) no caso de ainda não ter havido a adjudicação e a proponente for inabilitada em razão da não confirmação da liminar do STJ, a segunda melhor colocada será convocada para se habilitar, consequentemente, ser adjudicada nos termos de sua proposta”.
“Não obstante, é importante notar que o edital também prevê a possibilidade de a Aneel revogar o leilão se for considerado inoportuno ou inconveniente ao interesse público, sem que disso resulte direito a qualquer ressarcimento ou indenização (item 18.1.1).”, finaliza o jurista.
Premiado pelos ventos alísios, Ceará poderá se transformar na Arábia Saudita do Hidrogênio Verde pelo menor custo global
De acordo com Bloomberg NewEnergy Finance, desde que se cumpram as normas vigentes, o Ceará poderá transformar-se na Arábia Saudita do Hidrogênio Verde pelo menor custo global. As normas jurídicas existentes são “totalmente aplicáveis” aos demais projetos de geração de energia pela força dos ventos no oceano, é o que afirmou recentemente o sócio majoritário e CEO da Eólica Brasil Ltda, que desenvolveu o projeto do primeiro parque eólico “offshore” no Brasil — o Asa Branca, localizado dentro do mar dos municípios cearenses de Amontada, Itarema e Acaraú, em entrevista ao Diário do Nordeste.
O executivo, que é também presidente da Abemar (Associação Brasileira de Eólicas Marítimas), revela na entrevista que é preciso “desmistificar a falsa insegurança jurídica para eólicas ‘offshore’, dado que as normas gerais existentes são totalmente aplicáveis, e foram aplicadas ao Parque Eólico Marítimo Asa Branca, de minha empresa, aí no Ceará”.
(O projeto do parque eólico Asa Branca, em análise no Ibama, prevê a instalação de 10 módulos, cada um com um 72 turbinas de 15 MW, que serão fornecidas pela Vestas, que já as fabrica na Dinamarca, ou pela GE ou pela Siemens, que certamente, na época da implantação do empreendimento, as estarão fabricando, também). Leia a matéria completa aqui.
Comentários fechados para esse artigo.
Mensagem exibida apenas para administradores.