Cientistas da Nova Zelândia revelam um “atlas” inédito com partículas microscópicas de ouro nas praias da Ilha Sul, oferecendo pistas sobre a história geológica do país
Nas praias da Ilha Sul da Nova Zelândia, o que antes parecia somente areia branca agora revela um brilho inesperado. Cientistas da Universidade de Otago divulgaram imagens detalhadas de pequenas partículas de ouro espalhadas pela costa leste do país.
O estudo representa a primeira documentação minuciosa desses vestígios dourados, criando o primeiro “atlas” do mundo sobre depósitos de ouro de praia.
As imagens mostram partículas com cerca de 10 micrômetros de largura — um quinto da espessura de um fio de cabelo humano. Apesar de minúsculas, essas amostras oferecem pistas importantes sobre o passado geológico da região.
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Um mapa para entender a Terra
O novo atlas apresenta uma visão abrangente sobre o ouro de praia em diferentes cenários. Os pesquisadores analisaram as formas e tamanhos das partículas, considerando elementos como erosão, fornecimento de sedimentos e movimentos tectônicos.
Essa combinação de fatores oferece uma oportunidade rara de entender melhor como a superfície terrestre foi moldada ao longo do tempo.
Segundo os autores do estudo, a diversidade geológica da Ilha Sul cria uma ampla variedade de cenários, mesmo em uma área relativamente pequena. Isso possibilita comparar os dados coletados com outros locais do mundo, observando semelhanças em processos geológicos e depósitos minerais.
“Essa ampla variedade de cenários surge devido a processos geológicos e histórias geológicas altamente díspares dentro da pequena área da Ilha Sul da Nova Zelândia. Consequentemente, comparações entre observações neste atlas e locais em outros lugares do mundo podem ser possíveis observando as características dos vários cenários descritos aqui“, observaram os pesquisadores.
Beleza invisível a olho nu
Além do valor científico, o estudo também tem um aspecto visual marcante. As imagens, feitas com microscópio eletrônico, revelam uma beleza que normalmente passaria despercebida. Pequenas manchas douradas que, mesmo invisíveis a olho nu, contam uma história profunda sobre a Terra.
Os pesquisadores destacam que, apesar do brilho, não adianta reservar uma viagem esperando encontrar tesouros. As partículas são tão pequenas que seria praticamente impossível reuni-las em quantidade suficiente para qualquer uso prático. Um dos autores brinca que, ao tentar coletar esse ouro, a pessoa poderia se parecer com Gollum, personagem da fantasia.
Memórias da corrida do ouro
Durante a corrida do ouro, a população indígena Māori mostrava pouco interesse no metal precioso. Ainda assim, esse período foi decisivo para o desenvolvimento do país. No entanto, o crescimento impulsionado pela mineração também teve custos importantes para as comunidades indígenas locais — algo que o estudo faz questão de reconhecer.
Com informações de New Atlas.