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Pressão 12 por 8 é normal? Nada disso! Brasil muda regras e agora pressão 12 por 8 é pré-hipertensão, com novas metas, escore de risco e protocolo específico para o SUS

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/09/2025 às 13:15
Brasil muda regras e classifica pressão 12 por 8 como pré-hipertensão. Novas metas e protocolos reforçam prevenção e tratamento.
Brasil muda regras e classifica pressão 12 por 8 como pré-hipertensão. Novas metas e protocolos reforçam prevenção e tratamento.
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Diretriz inédita de três sociedades médicas brasileiras redefine os limites da pressão arterial, endurece metas de tratamento, cria escore de risco cardiovascular e inclui capítulos voltados ao SUS e à saúde da mulher.

A forma de classificar a pressão arterial mudou no Brasil.

Valores antes considerados dentro da normalidade, como 12 por 8 (120/80 mmHg), passam a ser enquadrados como pré-hipertensão.

A atualização está em uma nova diretriz publicada em conjunto pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

O documento foi apresentado em 18 de setembro, durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, e traz mudanças que impactam diretamente tanto o atendimento médico quanto a rotina de milhões de brasileiros.

Brasil muda regras e classifica pressão 12 por 8 como pré-hipertensão. Novas metas e protocolos reforçam prevenção e tratamento.
Brasil muda regras e classifica pressão 12 por 8 como pré-hipertensão. Novas metas e protocolos reforçam prevenção e tratamento.

Novos limites de pressão arterial

Até agora, a faixa entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9 era descrita como “normal limítrofe”.

Com a revisão, esse intervalo passa a ser classificado como pré-hipertensão.

A intenção é chamar a atenção para o risco cardiovascular já nessa fase inicial, antes que a hipertensão esteja estabelecida.

Médicos deverão orientar pacientes nessa faixa a realizar mudanças no estilo de vida e, dependendo do histórico clínico, poderão prescrever medicamentos.

A diretriz segue movimento semelhante ao europeu: em 2024, a Sociedade Europeia de Cardiologia também redefiniu 12 por 8 como “pressão elevada”.

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Brasil muda regras e classifica pressão 12 por 8 como pré-hipertensão. Novas metas e protocolos reforçam prevenção e tratamento.

Metas de tratamento mais rigorosas

Outra alteração significativa está no alvo terapêutico.

Até então, manter a pressão abaixo de 14 por 9 (140/90 mmHg) era considerado satisfatório.

Agora, a recomendação é mais rigorosa: todos os hipertensos devem buscar níveis menores que 13 por 8 (130/80 mmHg), independentemente da idade, sexo ou presença de outras doenças.

Segundo os especialistas, reduzir o limite ajuda a prevenir complicações graves como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.

Para pacientes que não toleram reduções tão intensas, a orientação é atingir o menor valor possível sem comprometer a segurança clínica.

Escore de risco cardiovascular global

Pela primeira vez, a diretriz brasileira inclui um sistema para avaliar não apenas os números da pressão, mas também o risco cardiovascular global.

Foi incorporado o escore PREVENT, que calcula a probabilidade de o paciente sofrer um evento cardiovascular nos próximos dez anos.

Esse cálculo considera fatores como obesidade, diabetes, colesterol elevado e lesões em órgãos como coração e rins.

A partir do resultado, médicos devem adotar condutas mais intensas em pacientes de alto ou muito alto risco, aproximando a prática clínica da chamada medicina de precisão.

Protocolos voltados ao SUS

O texto também inova ao dedicar um capítulo ao Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por atender cerca de 75% dos hipertensos no país.

A diretriz orienta médicos e enfermeiros da atenção primária a priorizar fármacos já disponíveis na rede, organizar acompanhamento multiprofissional e estimular exames de monitorização, como MAPA (ambulatorial) e MRPA (residencial), quando viáveis.

O objetivo é reduzir desigualdades regionais e oferecer um guia prático, aplicável à realidade das unidades de saúde pública.

Saúde da mulher em destaque

Outro capítulo inédito aborda situações específicas do universo feminino.

A diretriz alerta para períodos de maior vulnerabilidade à hipertensão e detalha protocolos de acompanhamento.

Antes da prescrição de anticoncepcionais, recomenda-se medir a pressão e manter monitoramento regular.

Em gestantes, medicamentos como metildopa e alguns bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina de longa duração e amlodipina) devem ser priorizados por apresentarem maior segurança.

Na peri e pós-menopausa, fases em que a pressão tende a subir, o acompanhamento deve ser mais próximo.

Mulheres com histórico de hipertensão durante a gravidez precisam de vigilância prolongada, já que esse antecedente aumenta o risco cardiovascular no futuro.

Recomendações práticas reforçadas

Além das mudanças, o documento repete orientações conhecidas, mas fundamentais para o controle da pressão.

Entre elas estão perda de peso, redução do consumo de sal, dieta rica em potássio, adoção do padrão alimentar DASH e prática regular de exercícios físicos.

Na terapia medicamentosa, a maioria dos pacientes deverá iniciar tratamento com a associação de dois fármacos em baixas doses, preferencialmente combinados em um único comprimido.

Entre as classes indicadas estão os diuréticos tiazídicos, inibidores da ECA, bloqueadores de receptores de angiotensina e bloqueadores de canais de cálcio.

A nova meta de 13 por 8 também se aplica a pessoas com diabetes, obesidade, insuficiência renal, doença arterial coronariana e pacientes que já sofreram AVC.

Impacto da hipertensão no Brasil

A hipertensão arterial é silenciosa e continua sendo um dos maiores problemas de saúde pública.

Dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão mostram que 27,9% dos adultos brasileiros convivem com a condição.

Apenas um terço consegue manter a pressão dentro dos níveis considerados adequados.

A atualização das diretrizes, portanto, amplia o contingente de pessoas classificadas como em risco e exige maior vigilância clínica.

O desafio, agora, é fazer com que as recomendações saiam do papel e cheguem de fato ao dia a dia dos consultórios e unidades básicas de saúde.

Se mais brasileiros passarem a ser classificados como pré-hipertensos, será possível melhorar a prevenção ou isso apenas aumentará a medicalização precoce?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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