Em um leilão bilionário e controverso, a estatal chinesa CNPC, aliada à gigante Chevron, arrematou nove blocos exploratórios, marcando a forte expansão da presença chinesa na Foz do Amazonas.
O leilão de petróleo realizado em junho de 2025, que colocou em disputa áreas na foz do Rio Amazonas, marcou a forte expansão da presença chinesa na Foz do Amazonas. Em uma parceria poderosa com a gigante americana Chevron, a estatal chinesa China National Petroleum Corporation (CNPC) arrematou nove blocos exploratórios, em uma aposta agressiva para garantir seu lugar na nova e mais polêmica fronteira de petróleo e gás do Brasil.
O movimento estratégico, que insere o país asiático no centro de uma complexa batalha, dependerá agora da capacidade do consórcio de superar formidáveis desafios judiciais e ambientais. O sucesso do investimento de centenas de milhões de dólares está ameaçado por ações que buscam paralisar o projeto antes mesmo de seu início.
O leilão de junho de 2025 e a entrada estratégica da China na nova fronteira
O 5º Ciclo da Oferta Permanente da ANP, em 17 de junho de 2025, foi o palco para a entrada da CNPC nesta nova fronteira. O consórcio formado pela Chevron (operadora) e pela CNPC foi o mais agressivo do certame, vencendo a disputa por todos os blocos em que competiu diretamente com a aliança Petrobras/ExxonMobil.
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Ao todo, o consórcio arrematou nove blocos, comprometendo-se a pagar R$ 582,2 milhões em bônus de assinatura. Para a CNPC, que até então focava suas operações brasileiras no pré-sal da Bacia de Santos, o movimento representa uma diversificação estratégica e uma aposta de longo prazo no potencial da Margem Equatorial.
A aliança pragmática com a Chevron: um modelo para dividir riscos
A parceria com a Chevron é um exemplo de pragmatismo geopolítico. A aliança combina a vasta experiência técnica da gigante americana em operações de águas ultraprofundas com o robusto poderio financeiro da estatal chinesa. Essa união cria um ator extremamente poderoso para navegar no complexo ambiente de negócios do Brasil.
A estrutura da parceria foi desenhada para calibrar os riscos. Em seis dos blocos, a Chevron detém 65% de participação, enquanto nos três restantes, o risco é dividido igualmente em 50% para cada empresa, uma indicação de que o consórcio avaliou e distribuiu os riscos de forma granular.
A estratégia de longo prazo: por que a China aposta na Foz do Amazonas?
A entrada da CNPC na Foz do Amazonas faz parte da estratégia global da China para garantir sua segurança energética. Como maior consumidor de energia do mundo, o país busca continuamente diversificar suas fontes de petróleo e gás, e o Brasil é visto como um pilar para esse objetivo.
Este investimento aprofunda uma relação que vem sendo construída há duas décadas, com a China já sendo o principal parceiro comercial do Brasil e um grande investidor em seu setor de energia, desde o financiamento à Petrobras até a construção de plataformas.
A batalha além do leilão
O sucesso no leilão, no entanto, é apenas o começo de uma longa batalha. O consórcio agora enfrenta dois grandes obstáculos:
O risco legal: o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação na justiça para anular os resultados do leilão, alegando que ele foi ilegal por não ter realizado a consulta prévia a povos indígenas e comunidades tradicionais, como determina a lei.
O risco ambiental: a exploração na região é fortemente combatida por ONGs devido à proximidade com o Grande Sistema Recifal Amazônico. O próprio IBAMA já negou uma licença para a Petrobras em um bloco vizinho em 2023, citando riscos inaceitáveis, criando um precedente preocupante para os novos donos.
O futuro da presença chinesa na Foz do Amazonas
A expansão da presença chinesa na Foz do Amazonas é uma aposta de alto risco e alta recompensa. O potencial geológico da região, comparado ao da vizinha Guiana, é imenso. No entanto, o caminho para a produção será longo e marcado por disputas.
O sucesso do consórcio dependerá menos da sua capacidade técnica de perfurar e mais da sua habilidade de navegar no complexo e polarizado cenário político, legal e social do Brasil. O projeto tornou-se um símbolo da disputa entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, e o mundo estará de olho em seu desfecho.
Apareça Marina Silva, ou só a nossa Petrobrás que não pode explorar o NOSSO petróleo ??
Desgoverno ****, vendendo a fonte sustentável do nosso país pra china.
A China é um parceiro problemático. Parceria com eles equivale a dormir ao lado de giboia. Qdo se der conta já estará na barriga dela. Me out