Novo reajuste do pedágio mais caro do Brasil surpreende motoristas e impacta quem utiliza as rodovias do litoral paulista a partir de julho de 2025. Valores atualizados reforçam tendência de alta nos custos de deslocamento.
O pedágio do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), reconhecido como o mais caro do Brasil, terá um novo reajuste a partir de 1º de julho de 2025, conforme anunciado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
O valor cobrado nas praças principais, situadas na Rodovia Anchieta (km 31) e na Rodovia dos Imigrantes (km 32), passará de R$ 36,80 para R$ 38,70, representando um acréscimo de 5,16%.
Este aumento, que já desperta preocupação entre motoristas, também se estende a outros pedágios administrados pela concessionária Ecovias em importantes rodovias do litoral paulista.
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Reajuste anual leva em conta inflação e contratos
Segundo a Artesp, o reajuste foi calculado com base na recomposição inflacionária do período compreendido entre maio de 2024 e maio de 2025, utilizando como referência o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O órgão reforça que a atualização segue as cláusulas contratuais firmadas com as concessionárias responsáveis pelas rodovias.
Em 2024, o mesmo pedágio iniciou o ano valendo R$ 35,30 e sofreu aumento de 4,25%, atingindo R$ 36,80, consolidando-se, desde então, como o valor mais elevado do país.
Outros pedágios também ficam mais caros
Além do Sistema Anchieta-Imigrantes, o reajuste incidirá sobre as tarifas de outras rodovias operadas pela Ecovias.
Os percentuais de aumento variam entre 5,16% e 6,86%, afetando diretamente quem transita pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni (km 250) e pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (km 279).
Com o novo reajuste, a tarifa na Cônego Domênico Rangoni passa de R$ 17,20 para R$ 18,30, uma elevação de 6,39%.
Já na Padre Manoel da Nóbrega, o valor salta de R$ 10,20 para R$ 10,90, aumento de 6,86%.
Esses números reforçam a tendência de elevação nos custos de deslocamento no litoral de São Paulo.
Novos valores dos pedágios nas principais rodovias da região
- Rodovia Anchieta (km 31): de R$ 36,80 para R$ 38,70 (5,16%)
- Rodovia dos Imigrantes (km 32): de R$ 36,80 para R$ 38,70 (5,16%)
- Rodovia Cônego Domênico Rangoni (km 250): de R$ 17,20 para R$ 18,30 (6,39%)
- Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (km 279): de R$ 10,20 para R$ 10,90 (6,86%)
Justificativas do aumento e medidas adotadas
Em nota oficial, a Artesp explicou que os valores definidos consideraram as regras contratuais de reajuste ordinário, além de medidas cautelares determinadas pela Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo (SPI).
Essas medidas visam mitigar possíveis desequilíbrios econômico-financeiros identificados em sete trechos de rodovias concedidas à iniciativa privada.
O objetivo principal é garantir a sustentabilidade dos serviços oferecidos, mantendo a qualidade das vias e a segurança dos usuários.
Investimentos e obras nas rodovias concedidas
De acordo com informações da Ecovias, concessionária responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes e por outros trechos, já foram investidos mais de R$ 10 bilhões nas rodovias administradas ao longo dos últimos 27 anos.
Para o ano de 2025, estão programadas obras significativas na Rodovia dos Imigrantes, incluindo a pavimentação do trecho do Planalto, entre os quilômetros 11 e 30, e do trecho da Baixada, do km 60 ao km 70.
Também estão previstas intervenções na serra da Imigrantes, entre os quilômetros 30 e 40, com conclusão estimada para 2026.
A concessionária informou ainda que aproximadamente 70% da malha viária do Sistema Anchieta-Imigrantes já passou por obras de revitalização estrutural.
Até dezembro de 2026, restam 625 quilômetros a serem contemplados pelas melhorias.
Nos últimos 12 meses, cerca de 795 quilômetros de faixas foram revitalizados, abrangendo, além do trecho de serra da Anchieta, as rodovias Padre Manoel da Nóbrega, Cônego Domênico Rangoni e Interligação Baixada, nos dois sentidos.
Impacto no bolso dos motoristas e no transporte de cargas
O novo reajuste no pedágio do Sistema Anchieta-Imigrantes, considerado o pedágio mais caro do Brasil, preocupa motoristas que utilizam frequentemente as rodovias para deslocamentos entre a Região Metropolitana de São Paulo e o litoral sul do estado.
O impacto financeiro atinge não apenas motoristas de veículos leves, mas também empresas de transporte de carga, ônibus e caminhoneiros que operam rotineiramente na rota, fundamental para o escoamento de mercadorias no Porto de Santos, o maior da América Latina.
Dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostram que o aumento no valor dos pedágios pode ter efeito direto sobre o custo do frete, influenciando os preços de produtos transportados e, consequentemente, afetando o consumidor final.
O movimento nas praças de pedágio da Ecovias costuma ser intenso, principalmente em feriados e temporadas de verão, quando milhares de turistas se dirigem às praias paulistas.
Sistema Anchieta-Imigrantes: importância e desafios
Inaugurado em 1974, o Sistema Anchieta-Imigrantes é formado por um conjunto de rodovias que liga a cidade de São Paulo à Baixada Santista, sendo responsável por grande parte do tráfego de veículos entre o planalto paulista e o litoral.
O trecho é reconhecido pela complexidade de sua engenharia, especialmente nas áreas de serra, e por receber constantes investimentos em segurança viária, sinalização e tecnologia de monitoramento.
A Ecovias afirma que os recursos arrecadados com os pedágios são destinados à manutenção, modernização e ampliação da infraestrutura das rodovias, garantindo melhores condições de tráfego, redução de acidentes e atendimento rápido em situações de emergência.
A empresa destaca ainda que parte dos investimentos é direcionada para programas ambientais e ações de responsabilidade social na região.
Expectativas para os próximos anos
Com o novo reajuste, o pedágio do Sistema Anchieta-Imigrantes se mantém como o mais caro do Brasil em valores absolutos para veículos de passeio.
A tendência, segundo especialistas do setor de transporte, é que os reajustes anuais continuem ocorrendo, acompanhando a inflação e as necessidades de investimentos em infraestrutura.
A Artesp informa que revisões contratuais são feitas periodicamente para adequar os valores cobrados à realidade econômica e às exigências legais, visando a sustentabilidade do modelo de concessão.
O aumento dos pedágios também reacende o debate sobre os custos da mobilidade no estado de São Paulo, especialmente em um cenário de alta dos preços dos combustíveis e serviços essenciais.
Diante desse cenário, como os motoristas podem se preparar para o impacto desses reajustes no orçamento familiar e no planejamento de viagens?
Qual alternativa seria mais viável para conciliar a necessidade de manutenção das rodovias com tarifas que não pesem tanto no bolso dos usuários?