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Prefeitura de SP considera o uso de biometano após atribuir atraso no ônibus elétrico à Enel

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 24/07/2025 às 14:05
Ônibus verdes estacionados lado a lado sob um céu com nuvens realistas.
A imagem mostra dois ônibus verdes alinhados, destacando a mobilidade urbana com apelo ambiental.
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Diante de atrasos na eletrificação da frota, São Paulo considera o uso de biometano como solução sustentável para acelerar a descarbonização do transporte público.

Nos últimos anos, à medida que as cidades cresceram, aumentou também a preocupação com a sustentabilidade no transporte coletivo. Nesse contexto, São Paulo, considerada a maior metrópole do Brasil, considera o uso de biometano como alternativa viável e imediata para reduzir as emissões de poluentes.

Inicialmente, a cidade apostou fortemente na eletrificação da frota de ônibus. No entanto, esse processo tem encontrado obstáculos importantes.

A modernização do transporte público exige infraestrutura robusta e planejamento integrado. Contudo, quando esse processo se depara com gargalos técnicos, como a conexão elétrica em larga escala, é natural que surjam alternativas para manter os objetivos ambientais em movimento.

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Por essa razão, o biometano surge como uma solução prática, especialmente diante das dificuldades com a concessionária de energia responsável pela infraestrutura elétrica.

Enel é apontada como entrave para os ônibus elétricos

De acordo com o prefeito Ricardo Nunes, a Enel tem cobrado tarifas elevadas para realizar as ligações de energia, embora não consiga entregar o serviço com a agilidade necessária.

Como resultado, muitos ônibus elétricos comprados pelas empresas permanecem parados nas garagens.

Consequentemente, o atraso afeta diretamente as metas de descarbonização. Além disso, o próprio cronograma de modernização da frota sofre impactos negativos.

Por isso, a prefeitura classificou a atuação da concessionária como irresponsável e descompromissada com o desenvolvimento sustentável da cidade.

Dessa forma, a gestão municipal considera o uso de biometano como forma de garantir a continuidade do plano de mobilidade limpa.

Ao priorizar alternativas, a prefeitura busca manter o foco nos resultados, mesmo diante dos desafios impostos por fatores externos.

A pressão popular por melhorias ambientais também exerce influência. Cada vez mais, a população exige políticas públicas voltadas para a saúde, o ar limpo e a mobilidade acessível.

Assim, as autoridades precisam responder com agilidade e criatividade, mesmo quando os caminhos inicialmente previstos encontram bloqueios.

Biometano: solução prática e sustentável

Antes de mais nada, é importante entender o que é o biometano. Trata-se de um gás renovável, produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos como lixo doméstico, restos agrícolas e dejetos animais.

Por meio de processos tecnológicos, esse gás é purificado e transformado em combustível limpo.

Portanto, o uso do biometano não apenas reduz a emissão de poluentes, como também evita o desperdício de resíduos.

Historicamente, o Brasil já desenvolveu soluções similares, como o etanol, demonstrando capacidade de criar fontes energéticas alternativas com forte impacto ambiental positivo.

Além disso, ao optar pelo biometano, a cidade aproveita um recurso abundante e de baixo custo.

Isso representa um ganho não só para o meio ambiente, mas também para a economia urbana, principalmente se o combustível for produzido regionalmente.

Ao envolver cooperativas de reciclagem, centros de tratamento de resíduos e pequenos produtores rurais, o biometano também estimula a inclusão social e a descentralização energética.

Esse modelo fortalece o desenvolvimento sustentável nos bairros periféricos, criando oportunidades de renda, tecnologia e capacitação profissional.

Frota poderá ser adaptada com menor custo

Segundo o secretário de Mobilidade e Transportes, Celso Jorge Caldeira, os veículos a diesel podem ser convertidos para operar com biometano, o que acelera a transição com menor investimento.

Isso é especialmente relevante considerando que o projeto dos ônibus elétricos enfrenta barreiras técnicas e logísticas.

Ademais, a prefeitura ainda pretende abrir licitações para atrair empresas produtoras e distribuidoras de biometano.

Com isso, espera-se criar uma cadeia produtiva local, capaz de abastecer a frota de forma contínua e independente da rede elétrica tradicional.

Mesmo com os atrasos, o objetivo permanece: descarbonizar a frota até 2028.

Embora a meta já tenha sofrido ajustes, a introdução do biometano pode permitir sua retomada em ritmo acelerado.

Atualmente, apenas 6,4% da frota de ônibus é considerada limpa, mas esse número pode crescer rapidamente com a nova estratégia.

As empresas de transporte também demonstram interesse nessa mudança, especialmente porque o biometano representa uma solução viável, econômica e de rápida adaptação.

Além disso, o combustível pode ser armazenado com mais facilidade, sem depender exclusivamente da complexa infraestrutura elétrica.

Baterias também integram plano emergencial

Paralelamente ao biometano, a cidade aposta na instalação de baterias estacionárias em sete garagens.

Essas baterias, fornecidas pela empresa Huawei, funcionam como reservatórios de energia elétrica.

Desse modo, elas garantem o carregamento dos ônibus mesmo em momentos de pico ou onde a rede elétrica falha.

Até agora, 40 baterias já chegaram a São Paulo e poderão abastecer cerca de 400 ônibus.

Entretanto, a implementação total depende de autorização da SPTrans e de tratativas finais com parceiros chineses, previstas para as próximas semanas.

Portanto, com a atuação coordenada entre biometano e baterias, a prefeitura pretende diversificar o abastecimento da frota e mitigar os riscos de interrupções.

Essa abordagem híbrida busca garantir resiliência e continuidade nos avanços da mobilidade urbana sustentável.

SP considera o uso de biometano: Um caminho estratégico para o futuro da mobilidade

Assim, ao considerar o uso de biometano, São Paulo demonstra disposição para inovar e se adaptar às circunstâncias.

Embora a eletrificação seja um caminho promissor, ela não pode ser o único pilar da transição energética.

Nesse sentido, o biometano representa uma solução complementar, que se alinha às condições técnicas e ambientais da cidade.

Com ele, a prefeitura reforça seu compromisso com a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que contorna os entraves atuais da infraestrutura elétrica.

Além do mais, o aproveitamento de resíduos orgânicos como fonte energética fortalece o conceito de economia circular.

Em vez de gerar apenas lixo, São Paulo passa a transformar seus rejeitos em combustível limpo, eficiente e acessível.

Como resultado, a cidade reduz sua dependência do diesel importado, melhora a qualidade do ar e estimula a geração de empregos em novos setores produtivos.

Ainda que desafios persistam, a combinação entre vontade política, inovação tecnológica e pragmatismo abre caminho para soluções duradouras.

Por fim, é importante ressaltar que a mobilidade urbana sustentável não depende de uma única solução.

A convergência entre diversas fontes limpas — como a eletricidade, o biometano e as baterias estacionárias — amplia as possibilidades e fortalece a estratégia de longo prazo.

Portanto, ao optar por um modelo energético mais flexível, São Paulo sinaliza um futuro no qual o transporte público se torna menos poluente, mais confiável e, acima de tudo, compatível com os desafios ambientais do século XXI.

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Especialistas debatem o uso do biometano como alternativa ao diesel – Rádio Bandeirantes

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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