Os preços médios de gasolina e diesel da Petrobras vendidos a distribuidoras no Brasil estão acima da paridade de importação, abrindo espaço para que a petroleira possa reduzir as cotações em suas refinarias.
Isso ocorreu devido à queda dos preços do petróleo no mercado internacional na última semana, diante de preocupações com taxas de juros mais altas nos EUA.
Apesar disso, os valores da commodity subiram cerca de 1% nesta segunda-feira, 6. Jean Paul Prates, novo presidente da Petrobras, defende o fim da paridade de importação para a formação dos preços da empresa. O mercado internacional tem se mostrado instável, abrindo espaço para uma possível redução nos preços da petroleira.
Pedro Shinzato, analista de petróleo e derivados da StoneX, comentou que essa mudança pode acontecer em breve. De acordo com a StoneX, a Petrobras teria que cortar em 16,8% o diesel e em 11,6% a gasolina para atingir a paridade média. No entanto, Shinzato e outros especialistas apontam que fatores externos, como o embargo da União Europeia contra o diesel russo, podem mudar este cenário e elevar os preços mundialmente.
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Petrobras com Jean Paul vai ‘abrasileirar’ preço dos combustíveis, diz FUP
A princípio, a Petrobras decide quando e como reajustar os preços dos combustíveis de acordo com a paridade de importação, que leva em conta variáveis globais como o preço do petróleo e o valor do dólar. A decisão é tomada pelo CEO da companhia, juntamente com outros dois diretores: o de finanças e o de comercialização.
Além disso, outras variáveis comerciais são consideradas para definir o momento ideal para realizar ajustes nos preços. O presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirmou que, embora existam defasagens de preços, não é o momento ideal para realizar ajustes, pois os preços internacionais tendem a subir devido ao embargo europeu ao diesel russo.
Segundo as estimativas da Abicom, o diesel da Petrobras está 18% mais caro do que se importado, enquanto a gasolina tem um custo 10% acima da paridade de importação. Desde que o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, tomou posse, os preços dos combustíveis não sofreram reajustes.
No entanto, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) estima que o diesel está 14,14% acima da paridade e a gasolina 8,86%. A decisão sobre preços é tomada por executivos da gestão anterior que se baseiam na paridade de importação.
O presidente da Petrobras indicou um novo diretor de comercialização e quatro novos executivos para as diretorias da empresa. Estes nomes estão sendo avaliados por comitês de integridade da Petrobras. No entanto, ainda não há um indicado para ocupar a diretoria financeira.
Fonte: REUTERS