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Lixo da Ásia polui litoral do RN!

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 15/07/2025 às 08:52
Plásticos da Ásia invadem praia no Brasil e revelam rota invisível da poluição global. Impacto no turismo, economia e meio ambiente!
Foto Divulgação G1
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Plásticos da Ásia invadem praia no Brasil e revelam rota invisível da poluição global. Impacto no turismo, economia e meio ambiente!

Centenas de embalagens de produtos vindos da Ásia foram encontradas na Praia do Segredo, no Rio Grande do Norte, ao longo do mês de julho de 2025. A descoberta foi feita por uma equipe de reportagem da BBC, que percorreu o litoral nordestino e revelou o acúmulo de resíduos, em sua maioria de origem estrangeira, especialmente asiática.

O fenômeno está afastando turistas, afetando a economia local e reacendendo o debate sobre os impactos da poluição nos oceanos, principalmente em áreas de preservação ambiental.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) afirmou que o caso está sob investigação e que diversas entidades já estão sendo acionadas para compor um diagnóstico.

Até o momento, os dados apontam para um padrão preocupante: o descarte irregular em alto-mar e a correnteza oceânica estão transformando praias brasileiras em depósitos flutuantes de lixo global.

Praia paradisíaca ameaçada pela poluição

A Praia do Segredo, conhecida por sua natureza preservada e beleza selvagem, tornou-se símbolo do problema ambiental. Embalagens de bebidas, produtos de limpeza, óleos e até removedores de tinta foram encontradas ao longo da faixa de areia.

Embora alguns resíduos tenham origem brasileira, americana e africana, o volume esmagador de lixo provém de países asiáticos.

Muitos dos produtos estavam com embalagens quase intactas, sugerindo que foram descartados recentemente. Isso tem espantado turistas, diminuído o fluxo de visitantes e comprometido a renda de comunidades locais.

De onde vem o lixo asiático que chega ao Brasil?

Segundo o professor Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico da USP, a explicação mais provável é o descarte de resíduos por embarcações. Com 90% do comércio mundial dependendo do transporte marítimo, e com a Ásia concentrando 20 dos 30 portos mais movimentados do planeta, a chance de resíduos serem lançados ao mar durante rotas comerciais é alta.

Navios evitam custos com descarte legal nos portos e despejam materiais diretamente no oceano. Com a força das correntes marítimas, esses resíduos cruzam continentes e alcançam até regiões remotas do litoral brasileiro.

Impactos ambientais e econômicos nas praias brasileiras

A chegada de lixo afeta diretamente o ecossistema costeiro. Plásticos e metais ferem animais marinhos como tartarugas, aves e peixes. Muitas espécies confundem os resíduos com alimento, levando à morte por asfixia ou bloqueios intestinais.

Além disso, substâncias químicas presentes nos detritos contaminam a água e o solo, afetando comunidades pesqueiras e ribeirinhas.

O impacto vai além do meio ambiente, atingindo também a economia e a saúde pública.

O que está sendo feito contra o lixo marinho?

Embora o Brasil tenha o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, sua aplicação ainda enfrenta dificuldades. A fiscalização é escassa e o cumprimento das normas internacionais ainda está longe do ideal.

Campanhas de conscientização, mutirões de limpeza com voluntários e incentivo ao uso de materiais biodegradáveis têm sido alternativas adotadas por algumas cidades litorâneas.

No entanto, sem cooperação internacional e punições efetivas, o problema tende a se repetir e se agravar.

Uma ameaça que vem de longe, mas atinge de perto

A poluição causada por lixo de origem asiática nas praias brasileiras reforça a urgência de políticas globais mais eficazes. É necessário um pacto internacional que responsabilize as embarcações pelo descarte irregular e exija soluções conjuntas para o problema da poluição marinha.

A Praia do Segredo não é um caso isolado — é um retrato claro da interconexão entre o consumo global e o meio ambiente local.

Enquanto o lixo continuar viajando mais do que muitos turistas, o futuro das praias brasileiras e da biodiversidade costeira continuará em risco.

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Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia. Apaixonada por leitura, escrita e música.

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