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Pouca gente sabe, mas o Brasil é o segundo país com mais aeroportos no mundo — e está à frente de potências como China e Rússia

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 02/07/2025 às 14:28
Pouca gente sabe, mas o Brasil é o segundo país com mais aeroportos no mundo — e está à frente de potências como China e Rússia
Foto: Pouca gente sabe, mas o Brasil é o segundo país com mais aeroportos no mundo — e está à frente de potências como China e Rússia
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Entenda como o Brasil se destaca no ranking mundial de aeroportos, ocupando a segunda posição no número de aeroportos por país, superando potências como China e Rússia. Saiba mais sobre a malha aérea brasileira e seus desafios

Poucos brasileiros sabem, mas o país ocupa uma posição de destaque no cenário global da aviação: é o segundo país com mais aeroportos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Com mais de 5 mil estruturas registradas, o Brasil supera potências como China, Rússia e Canadá no ranking mundial de aeroportos. Segundo dados oficiais da CIA World Factbook, atualizados em 2023, o Brasil conta com 5,297 aeroportos e pistas de pouso catalogadas. Esse número impressionante reflete a extensão territorial do país, sua diversidade geográfica e o papel histórico que a aviação desempenhou na integração de regiões distantes.

Aeroportos no Brasil: entenda o número de aeroportos por país

A resposta passa por uma combinação de fatores históricos, logísticos e geográficos. O território brasileiro é um dos maiores do planeta, com mais de 8,5 milhões de km². Em muitas regiões, principalmente na Amazônia, no Centro-Oeste e em áreas de difícil acesso, os aeroportos são a única forma viável de transporte.

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Durante décadas, o Brasil investiu em aviação regional e também desenvolveu uma forte aviação agrícola. Como consequência, surgiram milhares de pequenas pistas de pouso em fazendas, comunidades rurais e cidades do interior. Muitos desses aeródromos são privados ou públicos de pequeno porte, sem operação regular, mas continuam ativos no sistema nacional.

Além disso, o uso militar, a presença de aeroportos experimentais e o apoio à logística em zonas remotas também ajudam a explicar o número elevado.

Estrutura e distribuição de estruturas no país

Apesar do volume total, apenas uma pequena parte desses aeroportos conta com voos comerciais regulares. Embora o Brasil tenha centenas de aeródromos públicos, apenas cerca de 65 aeroportos concentram quase todo o tráfego comercial regular, segundo dados da ANAC e do setor aéreo.

Os principais terminais do país concentram grande parte do tráfego aéreo nacional e internacional, como:

  • Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU) – SP
  • Aeroporto Internacional de Brasília (BSB) – DF
  • Aeroporto Internacional do Galeão (GIG) – RJ
  • Aeroporto de Confins (CNF) – MG
  • Aeroporto de Salvador (SSA) – BA

Esses terminais recebem milhões de passageiros por ano, mas a malha aérea é complementada por centenas de estruturas menores, muitas vezes fundamentais para o transporte de emergência, turismo regional e escoamento de produção agrícola.

Ranking mundial de aeroportos: Brasil entre os países com maior número de aeroportos no mundo

Os dados do número de aeroportos por país, segundo a CIA World Factbook (2025), mostram o seguinte panorama:

  1. Estados Unidos – 16.116 aeroportos
  2. Brasil – 5.297 aeroportos
  3. Austrália – 2.257 aeroportos
  4. México – 1.580 aeroportos
  5. Canadá – 1.459 aeroportos
  6. França – 1.218 aeroportos
  7. Reino Unido – 1.057 aeroportos
  8. Russia – 905 aeroportos
  9. Alemanha – 840 aeroportos
  10. Argentina – 764 aeroportos

O Brasil aparece isolado na segunda colocação. Mesmo países com forte presença no mercado aéreo internacional, como China (com cerca de 552 aeroportos), ficam bem atrás.

Esse cenário evidencia como a malha aeroportuária brasileira é extensa e estratégica. O número de aeroportos supera largamente o de nações com economias mais desenvolvidas ou maior população, como Alemanha, Índia ou Reino Unido.

Importância dos aeroportos no Brasil e dos aeroportos regionais para a conectividade aérea

A rede de aeroportos no Brasil é crucial para a conectividade entre os estados, sobretudo em regiões onde o transporte rodoviário ou ferroviário é limitado. Estados como Amazonas, Roraima, Acre e partes do Mato Grosso, por exemplo, dependem fortemente do transporte aéreo para suprimentos, deslocamentos e atendimento médico.

Nos últimos anos, o governo federal e a iniciativa privada buscaram valorizar os aeroportos regionais. Através do Programa de Aviação Regional, lançado em 2013, foram prometidos investimentos em mais de 200 aeroportos pequenos e médios. Apesar dos atrasos e cortes orçamentários, algumas obras saíram do papel, contribuindo para modernizar pistas e terminais.

Além disso, o crescimento do comércio eletrônico e da logística de última milha reacendeu o interesse por aeroportos de carga e centros de distribuição aéreos próximos a polos industriais e centros de consumo.

Desafios da rede de aeroportos no Brasil: qualidade e operação dos aeroportos

Embora o Brasil tenha muitos aeroportos, a qualidade e a funcionalidade dessas estruturas são bastante desiguais. Muitos terminais estão sem manutenção adequada, operam sem homologação ou não possuem pista pavimentada. Outros não têm instrumentos para operação noturna ou em condições climáticas adversas.

Outro problema recorrente é a centralização das operações em poucos aeroportos, especialmente nos eixos São Paulo–Brasília–Rio de Janeiro. Isso sobrecarrega os principais terminais e dificulta o acesso aéreo a cidades médias e pequenas.

As companhias aéreas também enfrentam desafios econômicos para operar em rotas regionais, como alto custo do combustível, baixa demanda e infraestrutura limitada. Como resultado, diversos aeroportos acabam subutilizados ou operando apenas com voos eventuais.

O futuro dos aeroportos no Brasil e a expansão da conectividade aérea

Apesar dos desafios, o Brasil tem potencial para transformar sua ampla rede aeroportuária em uma vantagem competitiva. Um dos caminhos é reforçar as parcerias público-privadas, por meio de concessões de aeroportos, como já ocorreu com terminais de médio porte em cidades como Vitória, Cuiabá, Recife e Maceió.

Outro vetor importante é a valorização da aviação regional, incentivando rotas alternativas, conectando capitais a cidades médias e desenvolvendo polos logísticos descentralizados.

Companhias como Azul e Voepass têm apostado nesse modelo, ampliando rotas regionais e operando em aeroportos menores. Essa estratégia melhora o acesso da população ao transporte aéreo, movimenta a economia local e ajuda a desconcentrar o tráfego dos grandes hubs.

A sustentabilidade também entra em pauta, com o surgimento de aeroportos mais eficientes, uso de energia renovável, e iniciativas de redução de emissões de CO₂ em pistas e terminais.

O título de segundo país com mais aeroportos no mundo não deve ser visto apenas como uma curiosidade estatística. Ele representa uma vantagem logística, estratégica e econômica que, se bem aproveitada, pode contribuir significativamente para o desenvolvimento nacional.

Com planejamento, investimentos equilibrados e políticas públicas eficazes, o Brasil pode transformar sua malha de aeroportos em um pilar de conectividade e inclusão regional. Em um país continental, com desafios logísticos tão diversos, a aviação continuará sendo essencial — e os dados mostram que o Brasil já tem a estrutura, só precisa valorizá-la.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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