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Porto de Suape oferece área para projeto bilionário de hidrogênio verde com expectativa de centenas de empregos

Escrito por Junior Aguiar
Publicado em 01/09/2022 às 11:35
porto de suape, hidrogênio verde
O hidrogênio verde é chamado de “o combustível do futuro”

As empresas interessadas em fabricar o H2V têm até o dia 27 de setembro para apresentar suas propostas.

Está aberta a chamada pública para que empresas do mundo todo, que produzem hidrogênio verde, se instalem no Complexo Industrial Portuário de Suape, localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife, em Pernambuco. O Porto de Suape prevê que a futura planta traga um investimento que ultrapassa os R$ 20 bilhões para uma área de mais de 72 hectares.

De acordo com o edital, as empresas interessadas em fabricar hidrogênio verde no Porto de Suape têm até o dia 27 para apresentarem suas propostas. Caso o processo de venda seja concluído dentro do prazo esperado, as operações do novo empreendimento deverão ser iniciada em 2025, sendo que ainda na fase de construção, 1.200 empregos serão gerados e outros 420 na fase de produção do combustível.

A futura fábrica de hidrogênio verde em Suape deve ter capacidade de gerar 1 GW eletrólise. A empresa que arrendar a área ofertada pelo Porto de Suape terá a permissão de atuar por 25 anos, sendo possível prorrogação por igual período. A área fica situada fora do porto organizado, porém sendo administrada diretamente pela estatal portuária.

Para o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão, a chegada de uma fábrica de hidrogênio verde reforça o compromisso do Porto com um futuro sustentável e que o local tem muito potencial a oferecer à economia do Brasil. “Atualmente, são 224 empresas embarcadas na zona industrial, gerando mais de 40 mil empregos e renda para a população. A chegada de uma planta desse porte, além reforçar nosso compromisso com a sustentabilidade, mostra que o porto tem muito potencial para se tornar um dos mais importantes atracadouros do continente e do mundo”, coloca.

H2V será produzido a partir da dessalinização da água do mar

O hidrogênio verde é chamado de “o combustível do futuro“. E uma das razões vem da possibilidade de ser produzido a partir da dessalinização da água do mar. O que vai ocorrer em Suape é a separação do hidrogênio do oxigênio na molécula da água, por meio de eletrolisadores.

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Segundo o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Porto, Carlos Cavalcanti, já existe um procedimento de regulamentação do Ibama para utilização da água do mar para isso. “O processo de licenciamento considera isso. Vamos ter os dessalinizadores, para usar a molécula da água”, conta.

Na separação dos gases, o hidrogênio pode ser transformado em amônia, saindo do estado gasoso para o líquido, podendo ser usada nos fertilizantes. “Suape passa a ser um local de aceleração para essa mudança energética”, aposta Carlos Cavalcanti.

O hidrogênio verde é um commodity produzido também com etanol, gás de biomassa ou pela eletrólise da água usando energia eólica ou solar. O produto pode ser usado no abastecimento de carros e caminhões; navios e aeronaves, e em outros setores, como na produção de fertilizantes para o agronegócio.

Porto de Suape também aposta em hidrogênio azul

O chamamento público também contempla duas unidades industriais para produção de hidrogênio azul, a partir da reforma de vapor metano como insumo para posterior produção de amônia.

Empresas já demonstram interesse em fabricar hidrogênio no Porto de Suape

A empresa Qair, ex-grupo Lucia, foi a primeira a oficializar interesse para fabricar hidrogênio verde no Porto de Suape. Em março, a companhia apresentou projeto para movimentar 40 mil toneladas de amônia líquida a cada cinco dias no local.

A empresa brasileira Casa dos Ventos também apresentou interesse, porém o projeto ainda não teria sido publicado. A Fortescue Future Industries (FFI), subsidiária da mineradora Fortescue Metals Group, também deve entrar no páreo.

A CTG Brasil, pertencente à chinesa Three Gorges Corporation, também pretende produzir hidrogênio verde em escala comercial em cerca de quatro anos.

Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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