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Porto da Imetame, em Aracruz (ES), recebeu investimento de R$ 200 milhões e deve abarcar navios maiores, movimentando fortemente a economia nacional

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 31/05/2022 às 19:47
A economia brasileira vai ganhar uma grande contribuição com o Porto da Imetame, já que navios de porte maior vão poder circular pela costa graças aos altos investimentos recebidos
Foto: Imetame

A economia brasileira vai ganhar uma grande contribuição com o Porto da Imetame, já que navios de porte maior vão poder circular pela costa graças aos altos investimentos recebidos

O Porto da Imetame, apesar de ainda estar em construção, tem tudo para ser um marco na história dos portos brasileiros. Isso porque o alto investimento que está sendo feito no novo projeto deve permitir a circulação de navios cada vez maiores e que ainda não podiam estar em operação no Brasil. No entanto, com essa nova possibilidade, até essa terça-feira, (31/05), as apostas são que a economia deverá entrar em uma movimentação ainda maior, principalmente quando falamos do agronegócio.

O investimento milionário no Porto da Imetame marca uma competição direta com o Porto de Santos que, até então, detém a maior entrada de navios e grande capacidade de movimentação da economia

O Porto de Santos foi revolucionário nos seus primeiros anos de atuação no Brasil, por volta dos anos 2000, pois tinha uma capacidade de receber navios maiores com custos mais competitivos. Assim, o agronegócio, quem mais se beneficia desse cenário, sentiu o impacto desse novo momento. Foi assim que o Complexo Portuário de Santos acabou se tornando a principal escolha para diversos fazendeiros que antes faziam o processo de exportação através do Porto de Paranaguá, localizado no Paraná.

Até hoje o Porto de Santos ainda é uma grande referência quando o assunto é movimentação da economia através de rotas marítimas, principalmente pelo seu legado no agronegócio e confiabilidade entre os fazendeiros mais experientes, mas o cenário deve mudar com a atuação do Porto Aracruz, também conhecido como Porto da Imetame.

O Complexo Portuário de Santos recebe navios que transportam até 90 mil toneladas, mas o novo porto terá capacidade de receber navios que transportam até 150 mil toneladas graças a investimento milionário

Enquanto o Porto de Santos que é, atualmente, uma das maiores referências em capacidade de navios de grande porte, só está apto a receber navios que transportam até 90 mil toneladas, o projeto do Porto de Imetame pretende chegar ao nível de receber navios que transportem até 150 mil toneladas. Ou seja, um grande avanço no cenário de rotas marítimas atual do Brasil, permitindo receber navios que ainda não estão em circulação no país.

De forma mais técnica, receber navios maiores tem muito a ver com a profundidade das águas do porto e isso varia de acordo com cada lugar, já que quanto maior o navio, maior uma parte que fica submersa — chamada de “calado”. Para efeito comparativo, é válido analisar o Porto de Santos e o projeto do Porto da Imetame: enquanto o primeiro tem capacidade de receber navios com calado de até 14,5 m, o segundo pretende permitir a entrada de navios com calado de até 16 m, o que ajuda a ter uma dimensão do porte.

O impacto desse novo cenário na economia brasileira é enorme, principalmente para o âmbito do agronegócio. De acordo com as estimativas, o Porto da Imetame pode movimentar em torno de 9 e 11,5 milhões de toneladas de soja por ano, caso seja mantido o parâmetro de US$ 6 por tonelada.

A visão da CEO do Porto Aracruz, Cristiane Marsillac, é bem positiva quanto ao alcance do novo investimento: “Olhando para o cenário mais conservador, nossa zona de abrangência incluiria a soja produzida em Minas Gerais, Goiás, leste de Mato Grosso e parte da Bahia. Em uma perspectiva mais otimista, poderíamos receber soja de áreas ainda mais distantes”. Ou seja, em ambos os cenários o Porto da Imetame já estaria muito bem sucedido.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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