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Por que o chuveiro elétrico conquistou o Brasil: invenção nacional que o mundo rejeitou está presente em 7 de cada 10 casas

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 29/06/2025 às 20:36
Atualizado em 20/07/2025 às 20:14
Chuveiro elétrico ligado com vapor saindo em banheiro típico brasileiro com chinelos no chão
Chuveiro elétrico instalado em banheiro típico brasileiro, símbolo de uma solução nacional – Imagem: IA
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Enquanto quase todos os países optaram por sistemas centrais a gás ou boiler, o Brasil adotou o chuveiro elétrico como solução principal para banhos quentes desde os anos 1930, graças à combinação entre custo baixo, clima favorável e inovação local.

O chuveiro elétrico brasileiro, presente em mais de 70% dos lares, é uma tecnologia única que aquece a água no próprio ponto de uso, sem necessidade de caldeiras, canos pressurizados ou tanques térmicos. Seu funcionamento se baseia no efeito Joule, onde a corrente elétrica gera calor ao atravessar uma resistência.

Essa inovação começou no interior de São Paulo, na cidade de Jaú, com o engenheiro Francisco Canho. Ao perceber a escassez de gás e o avanço da rede elétrica no Brasil, ele criou um modelo seguro, prático e acessível que mudou a forma como os brasileiros tomam banho.

A invenção brasileira que desafiou padrões globais

Na década de 50, a empresa Lorenzetti comprou a patente do invento, industrializando sua produção. A substituição de metais por plástico nos anos 60 reduziu custos, aumentou a segurança e impulsionou ainda mais a popularização do equipamento.

Ao contrário dos sistemas usados em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha, que exigem infraestrutura mais robusta, o chuveiro elétrico brasileiro funciona com apenas dois fios e uma resistência embutida. Basta uma tomada e um ponto de água para instalar, sem necessidade de quebra-quebra ou profissionais especializados.

Além disso, o clima tropical do Brasil permite que o sistema funcione com eficiência mesmo com menor potência, já que a água raramente chega a temperaturas extremamente baixas, o que seria um obstáculo em países mais frios.

Simplicidade, cultura e adaptação moldaram o comportamento nacional

A estrutura das residências brasileiras também favoreceu o uso do chuveiro elétrico, especialmente em casas pequenas com apenas um banheiro. O sistema descentralizado evita desperdício de água quente nas tubulações e se adapta à rotina das famílias.

Culturalmente, o banho quente ganhou status de conforto essencial no país. No Brasil, é comum tomar até dois ou três banhos diários, com duchas demoradas, o que contrasta com o banho rápido e morno de outras culturas.

Curiosamente, hábitos como o uso de chinelo no box refletem adaptações do cotidiano para compensar falhas de aterramento elétrico em instalações mais antigas. Isso demonstra como a tecnologia moldou não só a infraestrutura, mas também os comportamentos.

A expansão internacional e os limites da invenção

Hoje, o chuveiro elétrico brasileiro é exportado para países com clima similar e infraestrutura limitada, como Peru, Colômbia, Quênia e Uganda. Mesmo nesses locais, porém, o uso ainda é alternativo, não o padrão, como ocorre no Brasil.

YouTube Video

Nos últimos anos, aquecedores a gás e sistemas híbridos ganharam espaço entre consumidores de maior poder aquisitivo. Porém, com a alta do gás de cozinha e o custo crescente da energia, os brasileiros seguem recorrendo ao que é mais viável em seu contexto.

A informação foi apresentada originalmente pelo canal Elementar, que explorou a origem, funcionamento e impacto cultural do chuveiro elétrico brasileiro em vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais.

Chuveiro híbrido promete reduzir em até 74% a conta de luz e se tornar tendência sustentável nos lares brasileiros

Uma tecnologia inovadora promete substituir o tradicional chuveiro elétrico, famoso pelo alto consumo de energia e presença quase obrigatória nos lares brasileiros. Trata-se do chuveiro híbrido, que combina fontes como eletricidade, energia solar e gás para aquecer a água, garantindo conforto térmico e uma economia de até 74% na conta de luz, segundo estudo da USP. Essa solução é vista como mais sustentável e econômica, sem comprometer a estabilidade da temperatura durante o banho.

De acordo com o Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (CIRRA) e a USP, o chuveiro híbrido supera até os sistemas de aquecimento solar isolados, tornando-se a alternativa mais eficiente e ecológica para residências. Apesar de exigir investimento inicial e possíveis adaptações na rede elétrica e hidráulica, a economia gerada compensa o custo no médio prazo, além de contribuir para a redução de gases poluentes e o uso de fontes renováveis.

Principais vantagens do chuveiro híbrido (Fonte: BNews):

  • Economia de até 74% no consumo de energia;
  • Uso combinado de eletricidade, energia solar e gás, garantindo estabilidade na temperatura;
  • Maior sustentabilidade, reduzindo emissões poluentes;
  • Opções modernas como modelos digitais e multitemperatura;
  • Retorno financeiro a médio prazo, especialmente em casas com alto consumo de banho quente.

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Edmundo
Edmundo
05/07/2025 09:49

O clima tropical do Brasil favorece soluções sustentáveis e ecologicamente corretas. Existem várias opções de sistemas de aquecimento de água que usa o calor do sol para aquecer a água durante o dia e reservatórios que preservam a água aquecida por um período de tempo. Existe também sistemas híbridos, que aquecem a água nos dias sem sol. Contudo, o chuveiro elétrico é uma solução prática, rápida e eficiente para o que se propõe com um custo adicional pequeno comparado ao preço de instalação de outros métodos comercialmente consagrados.

Jose Fernandes Vieira Júnior
Jose Fernandes Vieira Júnior
04/07/2025 19:00

Não existe forma melhor para um banh relaxante.E agora com energia solar se tornou imbatível.

Giuseppe Xavier
Giuseppe Xavier
04/07/2025 18:18

Chuveiro elétrico.nao tem vazão, sai pouca água. Nunca será uma ducha de verdade. Falam da Lorenzetti e a Duchas Corona?
Sou da época do ligou tomou choque. Banho só de havaianas e mesmo assim, choque na certa. Devia ter algo inteligente para aterramento mais eficaz.

Jose da Consolação
Jose da Consolação
Em resposta a  Giuseppe Xavier
04/07/2025 21:34

Se não tem vazão, certamente é a sua rede hidráulica que inadequada

Marcelo Garcia
Marcelo Garcia
Em resposta a  Giuseppe Xavier
05/07/2025 10:55

VOCÊ DEVE SER MUIIIITO VEACO PRA FALAR ESSAS ASNEIRAS !!

Julio
Julio
Em resposta a  Giuseppe Xavier
06/07/2025 08:16

Se houver aterramento correto, não tem risco de choque. Eu disse *aterramento correto*.

Felipe Alves da Silva

Profissional com formação militar pelo Exército Brasileiro e experiência em gestão administrativa e logística no setor industrial. Escreve sobre defesa, segurança, geopolítica, indústria automotiva, ciência e tecnologia. Sugestões de pauta: fa06279@gmail.com

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