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Por que o setor público brasileiro já consumiu R$3,5 trilhões até agosto? Levantamento detalha gastos por esfera e revela quem lidera o ranking

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 09/09/2025 às 16:02
Setor público brasileiro já gastou R$ 3,5 trilhões até agosto de 2025, liderado pela União, com foco em pessoal e Previdência.
Setor público brasileiro já gastou R$ 3,5 trilhões até agosto de 2025, liderado pela União, com foco em pessoal e Previdência.
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Levantamento mostra que União, estados e municípios já comprometeram mais de R$ 3,5 trilhões até agosto de 2025, com forte peso de despesas obrigatórias como pessoal e Previdência, revelando quais esferas lideram a execução orçamentária no período.

Governos das três esferas consumiram mais de R$ 3,5 trilhões nos primeiros oito meses do ano, de acordo com a plataforma Gasto Brasil.

A União lidera o montante com R$ 1,53 trilhão até agosto de 2025, valor acima do total somado pelos 27 estados e pelas mais de 5,5 mil prefeituras, cada qual na casa de R$ 1 trilhão.

O retrato confirma o peso das despesas obrigatórias e a predominância do governo federal no volume executado.

A maior parte da conta está concentrada em rubricas rígidas.

Segundo o levantamento, pessoal (e encargos) e Previdência Social respondem por cerca de 60% do gasto total do setor público.

Esse perfil reduz a margem para cortes imediatos e limita a expansão de despesas discricionárias, como investimentos e custeio.

Embora as responsabilidades variem entre os níveis de governo, a composição se mantém semelhante.

Salários, aposentadorias e benefícios sustentam a maior fatia da execução e ajudam a explicar por que os desembolsos seguem elevados, mesmo quando a arrecadação desacelera.

Ranking de gastos por esfera de governo

A União aparece no topo, com R$ 1,53 trilhão até agosto.

Na sequência, os governos estaduais superam R$ 1 trilhão somados, e as prefeituras também ultrapassam R$ 1 trilhão.

Assim, o total acima de R$ 3,5 trilhões reflete a estrutura federativa: a União concentra benefícios e políticas nacionais, enquanto estados e municípios executam serviços de atendimento direto à população.

Entre as esferas subnacionais, a pressão recai sobre redes de educação básica, atenção primária à saúde, segurança pública, transporte escolar e manutenção urbana.

Ainda que a arrecadação seja mais limitada fora da esfera federal, o caráter obrigatório de várias despesas sustenta um ritmo elevado de pagamentos.

Como a União distribui seus gastos

No nível federal, o Poder Executivo é o maior responsável pelos desembolsos, com R$ 994,4 bilhões até agosto.

Em seguida está o Judiciário, que inclui tribunais superiores e a Justiça Federal, somando R$ 35,9 bilhões.

O Legislativo registra R$ 26 bilhões no mesmo período.Órgãos autônomos que integram o sistema de Justiça e de garantia de direitos também aparecem no balanço.

O Ministério Público alcançou R$ 18,7 bilhões, enquanto a Defensoria Pública somou R$ 5,1 bilhões.

Esses números ajudam a dimensionar a distribuição interna da despesa federal e a participação relativa de cada Poder e órgão constitucional.

O que explica a rigidez das despesas públicas

A predominância de pessoal e Previdência é determinante.

Além dessas rubricas, pisos constitucionais e vinculações legais em saúde e educação reduzem a liberdade de alocação.

Contratos de longo prazo, decisões judiciais e repasses obrigatórios também compõem o bloco de gastos de difícil compressão.

Em cenários de alta de receita, a execução costuma acompanhar o movimento e sustentar a prestação de serviços.

Quando a arrecadação perde fôlego, a rigidez dificulta recuos proporcionais e penaliza áreas discricionárias, que tendem a ser as primeiras a sofrer cortes.

Pressão sobre estados e municípios

Nos estados, a folha de pagamento, os encargos previdenciários e a segurança pública consomem fatia expressiva dos orçamentos.

Redes hospitalares e o ensino médio completam o quadro, com custos permanentes que não podem ser suspensos sem impacto direto ao cidadão.

Nos municípios, a ênfase recai sobre educação infantil e fundamental, atenção primária à saúde e serviços urbanos.

A soma superior a R$ 1 trilhão até agosto indica que despesas de pessoal e manutenção continuam sendo o principal motor dos orçamentos locais, influenciadas por pisos salariais, carreiras e obrigações legais.

Perspectivas para as contas públicas

A execução até agosto de 2025 sugere que o resultado fiscal seguirá condicionado por despesas obrigatórias.

Ganhos de eficiência podem vir de gestão de carreiras, modernização de processos, avaliação de políticas e revisão de gastos tributários, quando amparadas por lei.

No entanto, mudanças mais profundas tendem a depender de pactos federativos e de prazos de implementação.

Com o marco de R$ 3,5 trilhões já consumidos no ano, a discussão deixa de ser apenas quanto se gasta e passa a incluir onde e como gastar melhor.

Que medidas com evidência de impacto podem liberar espaço para investimentos sem comprometer direitos assegurados?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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