A Receita Federal anunciou a mudança no CNPJ para 2026. O novo modelo terá dígito verificador adaptado e integra a reforma tributária.
A Receita Federal confirmou que o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) passará por uma transformação histórica a partir de julho de 2026.
Pela primeira vez, o documento incluirá letras e números, formando um modelo alfanumérico que substituirá gradualmente o formato atual.
A mudança no CNPJ ocorrerá em todo o Brasil e tem como objetivo evitar o esgotamento das combinações existentes, além de modernizar o sistema tributário.
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A novidade valerá apenas para novas inscrições, como empresas recém-criadas, filiais, produtores rurais, condomínios e profissionais liberais.
Quem já possui CNPJ numérico não precisará trocar ou atualizar nada, já que os registros atuais continuarão válidos e aceitos normalmente pelos sistemas públicos e privados.
O que muda com o CNPJ alfanumérico
O novo formato manterá os 14 caracteres tradicionais, mas permitirá a inclusão de letras de A a Z em posições específicas.
Essa simples alteração garante uma expansão gigantesca de combinações possíveis e resolve o limite técnico que ameaça o modelo atual.
Segundo a Receita, o CNPJ 2026 é uma medida de continuidade: como cada número é único e permanente, mesmo empresas encerradas não liberam seus antigos registros.
Atualmente, já existem mais de 63 milhões de CNPJs emitidos no Brasil, sendo 24,9 milhões ativos e 29,2 milhões desativados.
Como será a implementação do novo modelo
A emissão dos novos números será feita de forma gradual a partir de julho de 2026.
A Receita Federal informou que vai publicar um calendário para definir quais tipos de atividades ou empresas adotarão primeiro o formato alfanumérico.
O processo de abertura e registro de negócios não sofrerá mudanças práticas. O procedimento continuará o mesmo, mas os números gerados poderão conter letras.
Além disso, os sistemas públicos e privados ligados à REDESIM (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios) já estarão preparados para a adaptação.
Impactos para empresas e profissionais
A mudança no CNPJ exigirá ajustes técnicos em sistemas que lidam com emissão de notas fiscais, bancos de dados e rotinas tributárias.
Empresas que não atualizarem suas ferramentas podem enfrentar falhas na emissão de documentos fiscais, atrasos no cumprimento de obrigações e dificuldades de integração com fornecedores.
A Receita informou que disponibilizará ferramentas de apoio para facilitar essa adaptação. Ainda assim, a recomendação é que as companhias iniciem os preparativos com antecedência para evitar prejuízos.
Dígito Verificador terá nova adaptação
O Dígito Verificador (DV), utilizado para validar a autenticidade do CNPJ, continuará sendo calculado pelo método do Módulo 11, mas passará por uma adaptação para incluir letras.
Nesse processo, cada caractere alfanumérico será convertido em um valor numérico com base na tabela ASCII.
A Receita exemplifica: a letra A corresponde ao número 65 na tabela, e para o cálculo será utilizado o valor 17, que resulta da subtração de 48.
Para apoiar empresas de tecnologia, a Receita Federal informou que disponibilizará rotinas de cálculo em diferentes linguagens de programação.
Relação com a reforma tributária
A mudança no CNPJ não é apenas técnica. Segundo a Receita, o modelo alfanumérico está diretamente ligado ao processo de modernização do sistema tributário brasileiro.
Ele prepara o terreno para a chegada da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), impostos que vão simplificar e unificar tributos já existentes.
Nesse cenário, o novo CNPJ permitirá maior integração, automação e confiabilidade nos registros fiscais.
Custos e adaptações necessárias
Embora não haja custos diretos para quem já possui um registro ativo, empresas e profissionais que utilizam sistemas de gestão e emissão de documentos precisarão investir em atualizações tecnológicas.
Essas adequações garantirão que os programas reconheçam o CNPJ 2026 e o novo cálculo do Dígito Verificador.
Apesar do investimento, especialistas consideram que a mudança é necessária para manter o funcionamento do sistema e preparar o país para uma estrutura tributária mais moderna e eficiente.