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Por que o Brasil continua um país atrasado? A verdade que ninguém quer encarar

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 20/04/2025 às 06:58
Bandeira do Brasil desgastada com o título “Por que o Brasil continua um país atrasado? A verdade que ninguém quer encarar
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Brasil patina há décadas nos mesmos erros. Falta coragem para mudar? Entenda o que realmente atrasa o país e o que precisa ser reformado com urgência.

Ao longo de mais de um século, o Brasil acumulou riqueza natural, avanços sociais e protagonismo internacional. Ainda assim, permanece travado por um obstáculo central: a organização política do Estado. Essa é a tese defendida pelo deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança, descendente da antiga família imperial brasileira e atual deputado federal.

Embora sua origem nobre cause polêmica, seus posicionamentos críticos têm alimentado importantes questionamentos sobre as estruturas que mantêm o Brasil preso a ciclos de estagnação. Assiste episódio completo no podecast Market Makers ou leia o resumo dele à seguir:

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POR QUE O BRASIL É UM PAÍS ATRASADO? E O QUE PRECISA MUDAR?

A organização política como raiz do problema

Para Luiz Philippe, a crise política não se resolve com mudanças pontuais nem com simples eleições presidenciais. O “gargalo único” do Brasil é sua estrutura institucional. A ausência de uma discussão nacional sobre o modelo de Estado desejado impede qualquer avanço real. “O Estado brasileiro não garante liberdades, não descentraliza, não respeita a autonomia dos indivíduos.”

Uma nova Constituição, segundo ele, não é apenas uma ideia, é uma necessidade. No entanto, deve nascer de um consenso social e não do aparelhamento institucional. “Já existe esse debate na sociedade, mas falta massa crítica organizada para levá-lo adiante.”

O empresariado brasileiro e a cegueira política

Um dos pontos mais críticos da entrevista é a responsabilização da elite econômica nacional. Luiz Philippe aponta que muitos dos grandes empresários brasileiros, incluindo o setor financeiro, financiam governos autoritários por conveniência. “Eles querem estabilidade de mercado, não estabilidade institucional.”

Ele relembra a frase de um banqueiro influente: “De política, eu não entendo. De finanças, eu tenho milhares de assessores”. Essa mentalidade resultou em apoio recorrente a governos de esquerda, que prometem controle e previsibilidade ao empresariado, mesmo à custa da liberdade econômica e da democracia.

A erosão institucional e a ditadura velada

Luiz Philippe denuncia um processo silencioso e progressivo de transformação do Brasil em um Estado totalitário. Com alterações constitucionais frequentes, muitas vezes sem debate público, o Estado vem acumulando poderes cada vez mais amplos. É o que ele chama de “golpe de Estado a longo prazo”.

Esse avanço ocorre com a cumplicidade do Judiciário e do Legislativo, que se omitem ou se vendem ao Executivo. As mudanças legais, mesmo pequenas, acumulam efeitos devastadores sobre a liberdade e a representatividade.

A urgência de reformas estruturais

Segundo o deputado, não existe solução para o Brasil sem uma agenda clara de reformas estruturais:

  • Reforma da Previdência: para evitar a falência fiscal cíclica.
  • Reforma do SUS: que hoje é um vazamento bilionário de recursos.
  • Reforma educacional: para quebrar o cartel ideológico e elevar o IDH.
  • Reforma do sistema eleitoral: com menos poder ao centrão e mais representatividade.
  • Reforma tributária: que não puna o sucesso e não expulse a classe média e os investidores.

Essas pautas, segundo ele, têm sido ignoradas por todos os candidatos da chamada “direita tradicional”, que apenas vestem discursos populares para se eleger.

A distorção assistencialista e o desmonte da classe média

Luiz Philippe denuncia que o assistencialismo federal, como é praticado hoje, gera dependência, desincentiva o trabalho e destrói a classe média. Com mais de 100 milhões de brasileiros recebendo algum tipo de benefício, o Estado assume o controle direto da sociedade. “Ninguém sabe quem paga nem quem recebe. O sistema é opaco e improdutivo.”

Para ele, programas sociais devem ser de competência local, com início, meio e fim, e gestão pelas prefeituras. Assim, haveria controle social, eficiência e justiça distributiva real.

A classe política estagnada e o papel das lideranças

O atual sistema político brasileiro, segundo o deputado, privilegia o fisiologismo. Partidos de centro comandam mais de 60% dos recursos do fundo eleitoral, o que garante a reeleição de nomes sem opinião nem proposta. “Quem não tem opinião vende voto.”

A solução, segundo ele, passa por lideranças populares que articulem uma base legislativa coesa e comprometida com reformas. Ele cita o exemplo de Donald Trump e Javier Milei como figuras que canalizaram a insatisfação popular para mudanças concretas. “Sem um líder com coragem e legitimidade, não há ruptura possível.”

O real desvalorizado e a fuga de talentos

O Brasil está perdendo sua classe produtiva. Empresários, profissionais liberais e até mesmo a classe média estão deixando o país ou transferindo seu capital para o exterior. “A fila no consulado espanhol em São Paulo é a maior que já vi.”

A desconfiança no real, o risco institucional e a insegurança jurídica fazem com que a riqueza se concentre fora do Brasil, drenando o investimento e sufocando o mercado.

O empresariado e a necessidade de despertar

A maior parte dos grandes empresários ainda coabita com o sistema, segundo Luiz Philippe. Eles preferem financiar quem “dialoga bem” com o poder a enfrentar o problema estrutural. O resultado é a formação de cartéis, a destruição do livre mercado e o enfraquecimento da democracia.

Para ele, é preciso que essa elite econômica perceba que também será perseguida por um Estado totalitário. Como ocorreu na Venezuela, onde os mesmos que ajudaram a eleger Chávez foram depois expropriados.

O marxismo cultural e a contaminação ideológica

Luiz Philippe afirma que as escolas e universidades de elite formaram uma geração de empresários com mentalidade progressista e marxista, mesmo que atuem no livre mercado. “Falam como Marx sem saber que estão falando.”

Ele defende um reaprendizado coletivo, uma revisão do modelo estatal, e um reposicionamento dos formadores de opinião e lideranças econômicas.

Conclusão: ou mudamos o sistema, ou o sistema nos muda

O Brasil não é atrasado por falta de potencial, mas por resistência à mudança. A elite ignora, o povo depende, e o sistema se retroalimenta. Sem uma revisão profunda do modelo de Estado, da Constituição, do papel do empresariado e da cultura assistencialista, o país seguirá preso ao passado.

Como provoca Luiz Philippe: “Quem você está financiando com o seu voto ou com o seu dinheiro? Essa pessoa defende o Brasil ou o sistema que te atrasa?”

A pergunta está lançada. E você, o que pensa sobre isso?

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Paulo Nogueira

Eletrotécnica formado em umas das instituições de ensino técnico do país, o Instituto Federal Fluminense - IFF ( Antigo CEFET), atuei diversos anos na áreas de petróleo e gás offshore, energia e construção. Hoje com mais de 8 mil publicações em revistas e blogs online sobre o setor de energia, o foco é prover informações em tempo real do mercado de empregabilidade do Brasil, macro e micro economia e empreendedorismo. Para dúvidas, sugestões e correções, entre em contato no e-mail informe@clickpetroleoegas.com.br. Vale lembrar que não aceitamos currículos neste contato.

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