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Por que na Inglaterra se dirige com o volante no lado direito e no Brasil no lado esquerdo ?

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 04/09/2024 às 20:31
“mão inglesa”, “trânsito”, “carro”, “inglaterra”, “brasil”
foto/reprodução: blog valente seguros

Entenda a evolução histórica e cultural que levou diferentes países a adotar o sistema de trânsito com a mão inglesa ou francesa

Enquanto a maioria dos países, incluindo o Brasil, adota o sistema de trânsito onde os carros circulam pelo lado direito da via, a Inglaterra e outros 55 países mantêm a famosa “mão inglesa“, na qual os veículos trafegam à esquerda e o volante fica do lado direito. Mas, afinal, por que a Inglaterra e essas outras nações não seguem o “padrão” mais comum? A resposta envolve uma combinação de tradição, história militar e influências nobres que moldaram o trânsito moderno, de acordo com autopapo.

A origem histórica da mão inglesa

O costume de dirigir pela esquerda, conhecido como “mão inglesa”, tem suas raízes em práticas muito antigas. Os romanos, por exemplo, costumavam marchar à esquerda das estradas, mantendo a mão direita livre para empunhar armas e se defender de possíveis inimigos. Essa prática foi adotada pelos cavaleiros medievais na Inglaterra, que, ao segurar suas espadas ou lanças com a mão direita, preferiam se manter à esquerda para facilitar o combate.

Mais tarde, com a popularização das carruagens, esse hábito se manteve. Os cocheiros controlavam as rédeas com a mão esquerda e usavam a direita para o chicote. Assim, conduzir pela esquerda evitava o risco de chicotear pedestres que andavam ao lado da estrada, mantendo-os mais seguros. E como se não bastasse, os nobres também tinham uma certa preferência por circular à esquerda, enquanto o “povo comum” trafegava à direita, criando uma divisão social nas vias públicas.

Por que o Brasil segue a mão francesa?

Apesar de a mão inglesa ter sido a norma por muito tempo, não se tornou o padrão mundial. E o principal responsável por isso foi ninguém menos que Napoleão Bonaparte. O imperador francês era canhoto e preferia que suas tropas, e os cavalos que as transportavam, circulassem pela direita, para que ele pudesse usar a mão esquerda em caso de combate. Esse “toque pessoal” acabou moldando o trânsito em boa parte da Europa.

Com a Revolução Francesa, os nobres, que antes circulavam pela esquerda, passaram a trafegar pela direita para se misturarem à população comum e evitarem represálias. Isso culminou na criação de uma lei, em 1794, que obrigava os parisienses a dirigir pela direita. O Brasil, por sua vez, seguindo a influência francesa e europeia, adotou o sistema de “mão francesa”, onde os carros circulam pela direita das vias e o volante dos veículos está à esquerda.

Mão inglesa hoje: onde é adotada?

“mão inglesa”, “trânsito”, “carro”, “inglaterra”, “brasil”
foto/reprodução: autopapo

Embora a mão inglesa seja menos comum em comparação com o sistema de trânsito adotado no Brasil, ela ainda é utilizada em diversos países ao redor do mundo. A Inglaterra, por exemplo, manteve essa tradição, que se espalhou por várias de suas ex-colônias, como a Austrália, Índia, África do Sul e Japão.

O motivo pelo qual esses países mantiveram o sistema de circulação à esquerda está profundamente ligado à influência britânica e à resistência cultural de alguns povos em abandonar uma tradição que remonta a séculos. Além disso, mudar o lado de circulação exigiria uma grande reformulação nas infraestruturas de trânsito, algo que, na prática, seria extremamente caro e complexo.

Curiosidades sobre a mão inglesa e o trânsito no mundo

Você sabia que a mudança de mão pode ser um desafio? Um dos maiores exemplos ocorreu na Suécia, que, até 1967, utilizava o sistema de mão inglesa. No entanto, o governo decidiu mudar para o modelo de circulação pela direita. A transição, que ficou conhecida como “H-Day“, foi um verdadeiro espetáculo nacional: no dia 3 de setembro, às 5h da manhã, todos os motoristas tiveram que parar seus carros e mudar de lado!

Além disso, há outros detalhes interessantes. No Japão, por exemplo, a adoção da mão inglesa não veio por influência europeia, mas sim por uma necessidade prática: as ferrovias construídas no país foram baseadas em padrões britânicos, o que acabou levando o país a seguir o mesmo sistema nas estradas.

Acha melhor ou mais complicado?

Portanto, a adoção da mão inglesa no trânsito está profundamente enraizada na história e nas tradições de cada país. Enquanto a Inglaterra manteve essa prática devido à sua cultura e às influências de combate, países como o Brasil seguiram o modelo francês, moldado por Napoleão. Hoje, o mundo segue dividido entre os dois sistemas, e, independentemente de qual lado da estrada dirigimos, é interessante perceber como a história moldou até mesmo os caminhos que percorremos.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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