Nos Campos Gerais do Paraná, engenheiros da Santa Casa de Ponta Grossa usaram 30 toneladas de gelo no concreto de um bunker hospitalar para evitar fissuras e garantir segurança em tratamento radioativo contra o câncer
Nos Campos Gerais do Paraná, uma técnica curiosa tem chamado atenção na construção de um bunker hospitalar: o uso de 30 toneladas de gelo misturadas ao concreto. O método foi adotado pela Santa Casa de Ponta Grossa para evitar fissuras na estrutura que vai abrigar um equipamento radioativo destinado ao tratamento de câncer.
Gelo contra o calor do concreto
A adição do gelo tem um propósito técnico preciso: reduzir a temperatura da mistura e impedir que o concreto retraia durante o processo de secagem.
Segundo a engenheira Luani Cristine Basso Faversani, essa retração ocorre pela perda de umidade, o que poderia comprometer a resistência da obra. “A gente coloca gelo para controlar a retração”, explica.
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O trabalho envolveu cerca de 800 metros cúbicos de concreto, transportados em mais de 95 viagens de caminhão.
Foram necessários controles rigorosos em todas as etapas, porque o material precisa atingir densidade mínima capaz de conter a radiação emitida pelo equipamento que será instalado.
Estrutura projetada para conter radiação
De acordo com a engenheira civil Julia Senger Marin, o controle de densidade do concreto é essencial. “A radiação precisa bater na parede e ficar dentro da sala, não sair”, destaca.
Por isso, as paredes do bunker têm até 2,20 metros de espessura, garantindo o isolamento adequado.
A construção integra a transformação do antigo Hospital Evangélico, fechado desde 2016, em um novo centro de referência em oncologia.
O investimento total ultrapassa R$ 20 milhões, somando recursos da Itaipu Binacional, do Governo do Estado e de emendas parlamentares.
Equipamento inédito na América do Sul
O bunker vai abrigar um acelerador linear equipado com inteligência artificial. O aparelho emite radiação diretamente no tumor, poupando tecidos saudáveis e oferecendo maior precisão no tratamento.
A Santa Casa afirma que o modelo é o primeiro desse tipo na América do Sul.
Entrega prevista e impacto regional
As obras começaram em abril e devem ser concluídas até março de 2026. Com o novo centro, a capacidade de atendimento oncológico de Ponta Grossa deve dobrar, alcançando mais de sete mil consultas e dois mil procedimentos mensais, beneficiando pacientes de 28 cidades da região.
Com informações de G1.


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